História dos Automóveis: Audi A3


A história do Audi A3, hatch de porte médio de grande importância para a montadora fundada por August Horch, teve início em 1993. Sob a supervisão de Matthias Müller, foi o primeiro carro a utilizar a plataforma PQ34, que seria aproveitada por outros modelos médios da marca, como o esportivo TT, as minivans da VW Caddy e Touran, a quarta geração do Golf e do Bora, New Beetle, além de SEAT Leon e Škoda Octavia. O A3 (conhecido internamente como Typ 8L) seguia o estilo do A4 lançado em 1995 (o desenhista foi Peter Schreyer, hoje na coreana Kia), e foi apresentado ao público em 1996, inclusive no Brasil.


Originalmente concebido para ter apenas carroceria de três portas, para ser visto como uma opção esportiva ao VW Golf IV, o A3 marcava o retorno da Audi ao segmento de veículos compactos, abandonados com o fim de produção do Audi 50, em 1978. Curiosamente, seus retrovisores tinham tamanhos diferentes (o direito, menor), por questões aerodinâmicas. A preços de época, no Brasil, saía por US$ 39 900, cerca de 2/3 do valor do A4 1.8 MT. E causou sensação, semelhante ao que vemos com o Audi A1 nos dias atuais.


O Audi A3 não deixava de ser um legítimo alemão, era apenas menor, com 4,15 metros de comprimento e 296 litros de capacidade de porta-malas. Mas vinha com ar-condicionado eletrônico, que monitorava a temperatura da cabine de forma igualitária, ABS “de quinta geração”, teto solar elétrico, duplo air-bag e... toca-fitas. 


CD Player ainda não constava na lista de opcionais. O motor era o mesmo 1.8 20V do A4, aspirado, com 125 cavalos, que garantia um desempenho apenas mediano e não condizia com a proposta da carroceria arrojada e das rodas aro 16’’ de fábrica, especialmente em relação aos poucos concorrentes de época, como o BMW Compact (por aproximação).

Em 1997 chegava a versão Turbo, que, se não chegava a ser um S3 (que ainda não tinha sido lançado), rendia 150 cavalos, andava mais e consumia menos que o aspirado, vindo também com air-bags laterais. Resultado: as vendas do A3 realmente dispararam, e o preço nas autorizadas, também (na época, era de US$ 55 000). E para quem queria ainda mais potência, surgia o A3 AVR, baseado no Turbo e com 192 cavalos. O visual era complementado por spoilers, novas rodas e suspensão rebaixada.


O ano de 1999 reservou novidades ao A3. No exterior, surgia a versão cinco-portas, enquanto no Brasil ele começava a ser produzido, juntamente com a geração 4 do Golf (e pensar que o investimento que começou em 1995 serviria para produzir o então novo Passat...). A fábrica foi instalada em São José dos Pinhais, no Paraná. O A3 passava a contar com uma versão de entrada com motor 1.6 de 101 cavalos (na Europa, existiam dois 1.9 TDI quatro-cilindros, com 89 ou 108 cavalos, ambos a diesel).


Ainda em 1999 o S3 (Typ 8L) chegava ao exterior com 210 cavalos, e o modelo cinco-portas começava a ser produzido no Brasil. Como opcional havia até sensores de estacionamento traseiros. Em 2000, mais novidades: um levíssimo face-lift para a linha 2001 (novos faróis, grade dianteira, lanternas, para-choques, retrovisores de mesmo tamanho) e a adoção do motor 1.8 T “vermelho”, de 180 cavalos. Esse vinha para ser um dos esportivos mais desejados do País, ao lado do então recém-lançado Fiat Marea Turbo e do Golf GTI. 


O S3 conseguia tempos de 0 a 100 km/h abaixo dos 7 segundos, mas custava o dobro do A3 T. O hatch ganhou o título “Carro do Ano 2000” da revista Autoesporte.


Em 2001 o A3 ganhava câmbio Tiptronic, de acionamento por botões no volante. A condução ficava bem mais divertida, mas a idade pesava, quando se observavam falhas de ergonomia, além dos novos Audi (como o A8) e concorrentes como o Xsara e o Alfa 147. Por fim, o A3 acabou por mudar completamente. Na Europa.


O Salão de Genebra de 2003 foi o palco de apresentação da nova geração do A3 (Typ 8P), que ganhava agressividade no design (obra de Walter de’Silva, que continua firme no Grupo Volkswagen), novo painel, espaço interno maior e diversas inovações técnicas, como direção elétrica inteligente, nova plataforma PQ35, sistema ESP e o motor 2.0 FSI, sigla para injeção estratificada de combustível (tecnologia trazida diretamente do Audi R8 – das pistas, já que o cupê homônimo só chegou ao mercado em 2006), que fazia o motor render mais desempenho (mesmo com os mesmos 150 cavalos), com menor consumo. Também havia opção de um 3.2 VR6 de 250 cavalos (quem jogou Need For Speed Underground 2, ou Most Wanted, sem dúvida se recorda desse carro). 


Mas haviam propulsores bem menos pretensiosos, como o 1.2 TFSI de 104 cavalos, o 1.6 de 101 cv ou o 1.8 TFSI de 158 cavalos, todos a gasolina, ou as motorizações à diesel, 1.6 TDI com 89 ou 104 cavalos, 1.9 TDI com os mesmos 104 cavalos ou o 2.0 TDI com 138 ou 168 cavalos.


Apenas os europeus desfrutavam da nova geração, mas havia uma explicação: assim como no lançamento, o novo A3 vinha apenas com três portas, configuração que respondia por 15% dos modelos vendidos por aqui. Assim, a versão brasileira seguiu, só que sem a companhia do velho três portas desde então.

Com o envelhecimento do A3 junto ao Golf (que chegou a fazer sombra nas vendas do Astra hatch em 2002), os modelos só perderam vendas. Enquanto os dois médios passavam em brancas nuvens no Brasil, na Europa estreava o Golf V no Salão de Frankfurt de 2003, e posteriormente a versão Sportback (cinco portas, com design diferente) do Audi em 2004, que não seria produzida por aqui. 


Passou tanto tempo que, em 2005, o três-portas recebeu face-lift que introduziu nele o “bocão”.


Em 2006, uma boa e uma má notícia. O Audi A3 Sportback começava a ser comercializado no Brasil (com motores 1.6 de 102 cavalos ou 2.0 TFSI de 200 cv), porém pelo dobro do preço do velho A3 (algo como R$ 120 000 X R$ 65 000), que deixava discretamente de ser produzido durante a Copa do Mundo. O modelo brasileiro teve uma despedida triste, sem direito a séries especiais e com as últimas unidades vendidas com descontos, o que certamente não lembrava o mesmo A3 que era disputado pelos compradores anos antes.

Vale lembrar que, com o fim da produção do A3 no Paraná, a Audi passou a trazer apenas veículos importados, todos alinhados com a gama oferecida no exterior. Com o rompimento da montadora com a importadora Senna em 2005 (sim, os Audi foram trazidos ao Brasil pelo piloto Ayrton), a Volkswagen se “apoderou” da fábrica de São José dos Pinhais.


No exterior, era lançado o novo S3 (Typ 8PA) em 2007, após um hiato de três anos. 


O novo esportivo tinha visual mais diferenciado (considerando as diferenças do S3 anterior em relação ao A3 antigo) e motor 2.0 TFSI de 261 cavalos.


Em 2008 a linha recebia pequenas melhorias, como o design renovado (novos faróis, já com as luzes diurnas, além de nova grade, rodas e o Magnetic Ride como opcional) e o lançamento do S3 Sportback (abaixo). O motor 2.0 do lançamento agora rendia 200 cavalos.


Em 2008 também fazia sua estréia a versão Cabriolet, com teto de tecido acionado eletronicamente.


Para quem esperava ainda mais potência, em 2011 finalmente começa a produção do RS3, especulado desde 2004. 


O mais novo pocket-rocket da Audi tem motor 2.5 TFSI de 335 cavalos e desempenho próximo ao TTRS e, inclusive, ao R8 V8.


O destino do A3

A atual linha 2011 do Audi A3

O Audi A3 encontra-se no seu final de ciclo, mas se mantém atual com a identidade visual da montadora, um feito para uma geração de 2003. A mudança está agendada para 2012, e será total, nos moldes do A3 Sedan Concept (abaixo nas versões e-tron e concencional, respectivamente).


Aliás, uma das grandes novidades da futura linha A3 será a inclusão de um modelo de carroceria sedã, que terá porte semelhante ao A4 de 1995 – aquele mesmo em que o A3 original se baseou.



Curiosidades

O Audi A3 foi bastante premiado ao longo de sua carreira. Além do feito de ter conquistado o prêmio Carro do Ano 2000, as publicações Bild am Sonntag, Autozeitung, Auto Motor und Sport e BusinessWeek Magazine já o premiaram, sem contar os inúmeros prêmios para os seus propulsores, compartilhados com outros carros do Grupo Volkswagen.

O modelo básico europeu vinha com rodas de ferro de design nada agradável, que acabavam tirando a esportividade das linhas do Audi.


A primeira geração do A3 foi produzida exclusivamente no Paraná e em Ingolstadt (Alemanha). A segunda geração foi produzida em Bruxelas (interrompida em maio de 2010), Győr (Hungria) e em Jacarta (Indonésia), além de Ingolstadt.


O modelo já foi tema de música brasileira: “Rebaixei Aro 16” (Mag) é um rap que fala sobre um Audi A3 tunado e temas relacionados.

O Audi A3 foi o segundo carro a incorporar o tradicional “bocão” da marca. Introduzido no carro-conceito Nuvolari, de 2003, ele foi adotado pela primeira vez no A6 2004 (Salão de Genebra) e meses depois no Sportback. A tendência se espalhou posteriormente para a Volkswagen.


Comentários

Unknown disse…
gostei muito eu tenho uma audi a3 2005 e meu nome é Eduardo
Unknown disse…
bem eu achei a matéria muito legal mesmo pena que a manutenção da audi é muito cara e não tem muitos mecanicos par mexer no carro só autorizada e a mão de obra é muito caras .