Primeiro contato: Fiat Mobi Like On 2017


Sabe quando você conhece uma pessoa por redes sociais e se prepara para encontrá-la pessoalmente? Algumas vezes a expectativa é tão grande que, na vida real, pode-se ficar meio frustrado... mas também pode ocorrer o inverso, e encontrar boas surpresas. O Fiat Mobi teve um grande "hype" no lançamento, com artistas e figuras públicas com grande influência na internet. E o subcompacto, assim como a picape Toro, representa uma nova fase na montadora estabelecida em Betim (MG) há 40 anos, quando chegava ao Brasil o 147. O Mobi, grosso modo, é uma releitura do espírito "pequeno por fora, grande por dentro" do pioneiro compacto da Fiat.


Externamente, o Mobi não parece com outros modelos da Fiat - e neste caso isso é bom, pois a carinha simpática do Uno rapidamente perdeu o apelo de novidade (tanto que, no fim de 2016, ele novamente será reestilizado). O Mobi segue a cartilha do Renault Kwid, de apelar para formas mais robustas, que o fazem parecer maior que seus 3,57 metros de comprimento, 1,63 m de largura e 1,50 metro de altura. Contribuem para essa impressão os faróis e lanternas graúdos, os recortes dos para-lamas que se estendem para as portas e a tampa traseira de vidro, que aumenta a impressão de largura. 


A tampa preta possui 5 milímetros de espessura e tem apenas uma peça plástica interna para cobrir o motor do limpador traseiro - ou seja, a Fiat de fato considera que este vidro será resistente ao uso cotidiano. Mas para garantir maior proteção, o para-choque traseiro é mais proeminente.


Tanto os Mobi de test-drive quanto os do showroom são modelos Like: dois deles sem opcionais, um com o Kit Tech On, e os dois de test-drive são modelos Like On - versão que agrega rodas de liga leve de 14 polegadas (com pneus 175/65), banco do motorista com regulagem de altura, apoio para o pé esquerdo do motorista, porta-óculos, alças de teto, sensor de estacionamento traseiro, bancos com tecido em duas cores com costuras brancas, alarme, rádio B7 com comandos no volante, retrovisores externos com luzes de seta e acionamento elétrico, além de faróis de neblina.


O interior do Mobi lembra bem o Uno, mas houve alterações em alguns componentes. O quadro de instrumentos possui tela monocromática própria e grafismos específicos. O volante é o mesmo e traz inserto preto-brilhante, assim como os comandos do ar-condicionado e o sistema de som B7, com rádio, entradas USB e auxiliar no console, além de Bluetooth para reprodução de áudio e chamadas telefônicas. Saídas de ar centrais e área lateral direita do painel foram redesenhados no Mobi.


Em termos de acabamento, nesta categoria prevalece (muito) plástico - mas no Mobi eles recebem texturas mais convidativas em comparação com o antigo Uno Vivace. Os bancos possuem nível aceitável de conforto e padronagem moderna. Já os pedais ficam deslocados e apenas o volante é ajustável (em altura). Ambos os para-sóis contam com espelhos. À esquerda do painel fica uma espécie de porta-celular.


Como é de praxe em outros Fiat, na parte esquerda do piso do motorista encontramos as alavancas para abertura do bocal do tanque e do porta-malas. O acabamento interno é sensato, sem falhas grosseiras como encontramos no Ford Ka no lançamento.


À primeira vista o porta-malas (de 235 litros) parece bem pequeno, mas o fundo na verdade é a tampa do Cargo Box, uma solução encontrada para carregar objetos com mais segurança. Acarpetada do lado de fora, esta caixa está disponível a partir da versão Like. Mas desde o modelo Easy vem de série o encosto bipartido do banco traseiro na proporção 60/40, solução que permite levar mais bagagem sem deixar os passageiros de fora da viagem. Para completar, o banco de trás possui dois ângulos de reclinação, ganhando 10 litros extras na posição mais vertical.


Outra solução para liberar mais espaço foi a adoção de bancos dianteiros afinados, com um recuo para incrementar a área para os joelhos atrás, e encostos de cabeça integrados como no up!. Os cintos dianteiros possuem regulagem de altura.



De fábrica, o Fiat Mobi não terá opção de vidros elétricos traseiros. Por outro lado, as manivelas fazem as janelas desceram até o final. As maçanetas internas são herança do Uno Vivace. O console entre os bancos, com porta-copo, é de série a partir da versão Like On.


Nada de surpresas no conjunto mecânico: o Mobi herda o motor 1.0 Fire, de quatro cilindros e 8 válvulas, com tanquinho de partida a frio e rendimento de 73/75 cavalos (a 6250 rpm) e torque de 9,5/9,9 kgfm (a 3850 rpm, com gasolina e etanol, nesta ordem). A previsão é de que, até o Salão de São Paulo este ano (que ocorre entre 10 e 20 de novembro), seja apresentado o novo motor de três cilindros. 


Em todas as versões, o câmbio é manual de 5 marchas - e como a Fiat só aplica o automatizado Dualogic a partir do Uno 1.4, não há perspectiva de lançamento de uma versão com trocas automáticas de marcha. Com o conjunto atual, o Mobi acelera de 0 a 100 km/h em 13,8 segundos com gasolina e 14,6 s com gasolina; a velocidade máxima é de 154 km/h com etanol e 153 km/h com gasolina, segundo a Fiat. 


Quando o assunto é consumo de combustível, o Mobi obteve nos testes do Inmetro os resultados de 8,4 km/l na cidade e 9,2 km/l na estrada quando abastecido com etanol. Já com gasolina, as médias melhoram para 11,9 km/l na cidade e 13,3 km/l na estrada. O tanque de combustível comporta 47 litros.


O Mobi Like parte de R$ 37 900, e as cores metálicas acrescentam R$ 1250 ao preço final. O Kit Tech 1, de R$ 2100, agrega alarme e rádio Connect com função RDS, entradas USB e auxiliar, Bluetooth para streaming de áudio e viva-voz, além de volante com botões de atalho e aplique em preto ônix. Já o Mobi Like On custa R$ 42 300 e não possui opcionais.


Comentários