Os detalhes do Mercedes-Benz GLA 200 Vision


A Mercedes-Benz adere ao segmento dos crossovers compactos, onde modelos da BMW (X1) e Audi (Q3) já são consagrados no Brasil. Construído sobre a plataforma modular MFA utilizada pelo Classe A, o GLA 200 Vision é uma opção mais robusta ao hatch, com mais espaço e mantendo os bons atributos. Apresentado como carro-conceito no Salão de Xangai (China) em 2013 - e já como modelo de série no mesmo ano, no Salão de Frankfurt (Alemanha) - o GLA é oferecido em três versões no Brasil: Advance, Vision (modelo que analisamos aqui) e Black Edition, que traz pedaleiras esportivas e pintura preta nas rodas e retrovisores externos. Aliás, o modelo será produzido em Iracemápolis (SP) a partir do próximo ano (atualmente, vem importado de Rastatt, Alemanha). Fomos conferir de perto o novo aventureiro da Mercedes!


Seu visual agrada pelas linhas modernas: a curva dos faróis (de bi-xenônio, com LEDs e lavadores) se integra com os cantos da grade, os vincos no capô sugerem dinamismo e os detalhes prateados nos filetes horizontais da grade e na base do para-choque, causam boa impressão no contato frontal.


Lateralmente, sobressaem-se as rodas aro 18'' calçadas com pneus run-flat (que podem rodar mesmo estourados, a até 80 km/h), os vincos e dois frisos de teto (que não servem como suporte para cargas, até porque o teto é de vidro...).


De traseira, destaque para as lanternas bipartidas (no irmão hatch, não chegam a se prolongarem para a tampa do porta-malas; no GLA são unidas por um friso cromado e aumentam a sensação de largura), para o aerofólio e também para as molduras de escape.


Internamente, o ambiente é muito semelhante ao dos irmãos de projeto CLA e Classe A: detalhes como o volante com detalhe central prateado e revestimento de couro com costuras brancas, as saídas de ar redondas que lembram turbinas, a tela fixa (que lembra um tablet e divide opiniões), e o console central minimalista estão lá. Seu acabamento interno segue o padrão Mercedes-Benz, com aplicação de materiais de boa qualidade e sobriedade nas cores. O teto solar panorâmico com acionamento elétrico "areja" a cabine, a despeito das janelas laterais e traseiras estreitas. Curiosamente, a chave não traz haste metálica, mas precisa ser inserida em uma fenda para dar a partida. Note, ainda, que as pedaleiras do modelo da imagem acima são as mesmas da versão Vision Black Edition...


Seus bancos, com laterais de couro e parte central em tecido preto com costuras brancas, oferecem ótimo apoio lombar e para a cabeça. O assento do motorista dispõe de regulagens elétricas (para inclinação e distância do assento) e três memórias de posição, com comandos localizados na parte superior da porta. O efeito colateral dos largos bancos é que a visibilidade traseira é prejudicada. Atrás os passageiros têm bom espaço para a cabeça, porém nem tanto para as pernas. Quem senta ao meio conta com cinto de três pontos e apoio de cabeça ajustável, mas o espaço para as pernas é ocupado pelo duto das saídas de ar-condicionado.


Entre os instrumentos analógicos há a tela colorida que "apresenta a cara" do GLA ao abrirmos a porta. Na parte superior estão temperatura externa e relógio; na tela central são exibidos detalhes como marcha selecionada, velocímetro digital, consumo (no padrão europeu), informações do sistema multimídia e ajuste de parâmetros.

Com a alavanca de câmbio posta na coluna de direção, o console central pôde contar com mais espaço para porta-objetos. O porta-trecos à frente abriga uma tomada 12 volts; o segundo, maior. Há ainda dois porta-copos de diâmetro ajustável e, dentro do apoio de braço, está outro compartimento, onde se esconde a entrada USB. O porta-luvas é acarpetado (na unidade avaliada estava um DVD com instruções do sistema COMAND Online). 

De série, o GLA Vision conta com ar-condicionado digital de duas zonas de temperatura e duas saídas de ar para quem vai atrás, sete airbags (2 frontais, 2 laterais, 2 de cortina e um para os joelhos do motorista), controles eletrônicos de estabilidade e tração, direção progressivamente assistida com ajuste de altura e distância, Attention Assist (alerta em caso de sonolência do motorista), soleiras "Mercedes-Benz" iluminadas, vidros elétricos com acionamento um-toque, freio de estacionamento elétrico, focos de luz no retrovisor interno, Hill Start Assist (assistente de partida em ladeiras, que não deixa o carro descer momentos após a ignição), sistema ISOFIX de fixação de cadeirinhas infantis, freios a disco ABS com controle de frenagem em curvas (CBC) e Brake Assist (BAS), luzes de cortesia nos espelhos, controlador de velocidade, além de todos os itens citados ao longo da postagem.
A central multimídia COMAND Online traz tela de sete polegadas, GPS em três dimensões, entradas USB e auxiliar, CD/MP3 Player, audio streaming (transmissão de música via Internet), Bluetooth com comandos de voz, seis alto-falantes e até um disco rígido de 10 Gigabytes. Infelizmente, fica devendo a câmera de ré, mas há sensores de estacionamento com avisos sonoro e luminoso, na frente e atrás, para ajudar na baliza "manual". Isto porque vem de série o Active Parking Assist, sistema automático de estacionamento.



Seu porta-malas, de 421 litros (80 a mais que o Classe A; vale lembrar que não há estepe), pode ser ampliado com o rebatimento parcial ou total dos bancos de trás, chegando a 836 L de capacidade. Há uma luz de cortesia e um puxador na tampa. Ao lado esquerdo, um compartimento com tampa que acomoda o kit de primeiro-socorros.


Sob seu capô (sustentado pela velha vareta, sem manta de isolamento acústico), está o motor 1.6 Turbo a gasolina de 156 cavalos a 5300 rpm e torque de 25,5 kgfm entre 1250 e 4000 rpm. De acordo com a Mercedes, o GLA acelera de 0 a 100 km/h em 8,8 segundos, marca apenas 0,5 segundo atrás do Classe A 200 Urban, que adota a mesma motorização e tem carroceria 40 quilos mais leve. A velocidade máxima é de 215 km/h.

Seu comportamento ao rodar lembra o hatch, e a suspensão lida melhor com o asfalto maltratado teresinense. A função HOLD dos freios é bem útil no anda-e-pára das cidades: uma vez parado, não é necessário "segurar" o pedal do freio. Outra função é o Start-Stop, que ajuda a poupar combustível e reduzir emissão de poluentes.



O câmbio automático é o 7G-DCT, que traz sete marchas, dupla embreagem e trocas sequenciais por aletas atrás do volante. Seu tanque de combustível comporta 56 litros de gasolina, resultando em uma autonomia de 644 quilômetros. Falando nisso, o consumo é aceitável: 8,9 km/l na cidade, 11,5 km/l na estrada.



À esta altura você já deve ter concluído que o GLA está mais para esportivo do que para utilitário, já que a tração é dianteira (em todas as versões importadas para o Brasil), os pneus 235/50 têm banda de rodagem para o asfalto, a altura em relação ao solo não é das mais adequadas ao uso off-road (vão-livre de 14 centímetros) e não há previsão de homologação de motorização a diesel (na Europa, são três disponíveis: 1.5 de 109 cv ou 2.2 de 136 ou 170 cavalos). Boa parte do público, porém, não tem interesse em usá-lo em terrenos castigados; a opção mais acessível da Mercedes-Benz com vocação off-road é mesmo o GLK.



O GLA Vision 200 é oferecido por R$ 149 900, ao menos enquanto não chegam as unidades 2015/15 e a Mercedes não resolve reposicionar o preço com o aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados. O preço das revisões é fixo: na primeira delas, que ocorre em 10 000 quilômetros ou um ano, paga-se R$ 600; na segunda revisão (em 20 000 km ou 2 anos), o valor pago é de R$ 1250, e na terceira revisão (em 30 000 km ou 3 anos), R$ 600. Há ainda o Mercedes-Benz Service Care, contrato de manutenção com preço fixo para até cinco revisões preventivas, opcionais ao cliente. Para realizar duas revisões preventivas, o valor é de R$ 1722. Paga-se R$ 2201 por três revisões, R$ 3383 para quatro revisões e R$ 3813 por 5 revisões preventivas.

Veredicto: belo e com as qualidades que já conhecíamos dos Mercedes-Benz Classe A e CLA, o GLA é um modelo equilibrado e mais preparado para encarar a buraqueira nossa de cada dia, embora não se adeque ao uso fora-de-estrada radical. Assim como os irmãos, encanta pelo design, pelo efeito novidade e pela vasta lista de equipamentos, equilibrando bom desempenho com consumo adequado (e arrematando com cinco estrelas nos testes de colisão do Euro NCAP), mas pelo conjunto cobra alto preço (literalmente). A diferença de preço da versão Vision para a Advance é de relevantes R$ 17 mil, revertido em equipamentos como teto panorâmico, assistente de estacionamento, banco do motorista com ajuste elétrico, entre outros.

As notas do Mercedes-Benz GLA

Design
9,0

Espaço interno
8,5

Conforto
9,0

Acabamento
9,0

Equipamentos
9,5

Desempenho
8,5

Segurança
9,5

Consumo
8,5

Custo-benefício
7,5

Nota Final
8,8

As notas são atribuídas considerando a categoria do carro analisado, os atributos oferecidos pelos concorrentes, além das expectativas entre o que o modelo promete e o que, de fato, oferece. Frações de pontuação adotadas: x,0, x,25, x,5, x,75. Critérios - Design = aspecto externo. Espaço interno = amplitude do espaço para passageiros (dianteiros e traseiros) e bagagem. Conforto = suspensão, nível de ruído, posição de dirigir, comodidades. Acabamento = atenção aos detalhes internos. Equipamentos = itens de tecnologia e conforto, sejam de série ou opcionais. Desempenho = aceleração, velocidade máxima, retomada, handling e outros fatores. Segurança = itens de proteção ativa e passiva. Consumo = combustível gasto e autonomia. Custo-benefício = relação de vantagem entre o preço pago e o que o carro entrega.

Galeria de Fotos do Mercedes-Benz GLA





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