A história da linha Volkswagen GTS no Brasil

A sigla GTS, recentemente retomada pelas versões esportivas de Polo e Virtus, representou o auge da esportividade na linha Volkswagen durante boa parte da década de 1980. O primeiro modelo a adotar as três letras foi o Passat GTS, sucessor do TS. Lançado em 1983 com motor 1.6 comum às outras versões, seu diferencial estava nos equipamentos adicionais: conta-giros, voltímetro, vacuômetro e relógio, além de spoiler traseiro.

Já em 1984, o GTS passou a ter o motor 1.8 do então novo Santana (também adotado no Gol GT), com 92 cavalos com etanol e 85 cv na versão a gasolina. Recebeu também bancos Recaro com ajuste de altura para o motorista (raridade na época), rodas de liga leve de 14 polegadas e pneus mais largos.

Em 1985, chegou o Passat GTS Pointer, com mudanças de estilo, adição do termômetro de óleo e apenas duas chaves (uma principal para abrir portas, porta-luvas, porta-malas e para dar a partida, e outra para o tanque de combustível).

Foto - https://www.flickr.com/photos/thiagopiris

No ano de 1987, chegou o segundo membro da linhagem GTS: o Gol, com estilo mais agressivo, trazendo para-choques mais envolventes, faróis de milha e neblina, rodas de liga "pingo d'água" e aerofólio traseiro. Só existia versão movida à álcool. Os equipamentos de série incluíam bancos Recaro com ajuste de altura para o motorista, luz para troca de marcha, relógio digital, conta-giros, controle interno dos retrovisores e banco traseiro rebatível. Opcionalmente, podia receber rádio com toca-fitas estéreo e ar-condicionado.

Porém, os primeiros compradores do GTS certamente ficaram chateados com a apresentação do modelo 88, poucos meses depois, já com o painel todo reformulado, com comandos juntos à cúpula do quadro de instrumentos (mais legível), porta-luvas maior, pomo da alavanca de câmbio em formato de bola de golfe, vidros, travas e retrovisores elétricos, porta-fitas e iluminação no tambor de ignição, entre outas boas novas.

Ainda em 1988, o Passat GTS Pointer deixou de ser vendido no Brasil. O Gol ganhou a versão GTi com injeção eletrônica, mas o GTS, carburado, permaneceu firme e forte como uma opção mais em conta (e movida a álcool) de esportivo. Em 1991, foi reestilizado e passou a ter a opção de motor 1.8 AP a gasolina, além das rodas Orbital - que se tornaram uma das mais usadas em toda a linha VW quadrada.

O Gol GTS deixou de ser fabricado em 1994 (único ano em que ele passou a contar com direção hidráulica), mas com o lançamento da segunda geração do hatch, a Volkswagen posteriormente deu continuidade à estratégia de manter dois esportivos em níveis diferentes de potência, com a dupla GTI de 8 e 16 válvulas.

Polo e Virtus GTS retomam a sigla no Brasil por oferecerem um nível intermediário de desempenho: o motor 1.4 de 150 cavalos está um andar abaixo dos 200 cavalos entregues pelo motor 2.0 do Polo GTI europeu.