Dirigimos o Renault Captur: confira as impressões e o conteúdo do novo SUV



Fotos - Júlio Max, Juliana Raquel (Teresina - PI) e Divulgação

Depois de ser apresentado publicamente pela primeira vez ao lado de Kwid e Koleos no anúncio de investimentos a serem concretizados pela Renault, e após ser revelado no Salão do Automóvel de São Paulo, o Renault Captur chega às concessionárias de todo o Brasil a partir de fevereiro. Contraparte do Captur francês, o novo modelo é na verdade idêntico ao Kaptur (com K mesmo) lançado na Rússia. Ainda que as linhas do modelo tenham sido assinadas pelo Technocentre da Renault na França, em parceria com o Renault Design América Latina (RDAL), o Captur carrega heranças mecânicas e técnicas de outros modelos Renault (e até Nissan) já conhecidos dos brasileiros.


Serão duas as opções de motorização: o 1.6 SCe estreou no Duster recentemente e é basicamente a mesma motorização do Nissan Kicks com incrementos de potência. Aliado a ele estarão os câmbios manual de 5 marchas ou CVT, automático continuamente variável, também de origem Nissan. Já o motor 2.0 16v e o câmbio automático de 4 marchas são os de Duster e Oroch, sem tirar nem por. O Captur terá quatro versões: Zen 1.6 manual, Zen 1.6 CVT, Intense 1.6 CVT e Intense 2.0 automática - estes nomes também foram uma forma de trazer o espírito francês (lá, as versões são: Life, Zen, Business, Intens, Cool Grey e Wave). Mas no lançamento só estarão disponíveis o modelo de base e o de topo: o Zen manual custa R$ 78.900, e o Intense, R$ 88.490.


O nome Captur foi utilizado pela primeira vez na Renault para batizar um carro-conceito exposto no Salão de Genebra, em 2011, que inspirou algumas das linhas do modelo de produção europeu, revelado em 2013. Externamente, o modelo se destaca pelo estilo parrudo com vincos suaves; o constaste de cores - tanto pelo teto e retrovisores que podem receber cor diferente da carroceria, quanto pela parte inferior da carroceria de plástico preto com detalhes prateados - também são marcas de nascença do Renault.



A versão Intense também traz rodas de 17 polegadas (as mesmas do Zen, porém com face diamantada e raios pintados em preto-brilhante), ponteira de escapamento cromada e LEDs nas luzes diurnas no para-choque dianteiro e nas lanternas, que se prolongam para a tampa do porta-malas. São oferecidas 13 combinações de cores, incluindo 9 em dois tons. O teto do Captur pode ser preto ou marfim, e a carroceria, preta, branca, marrom, laranja, marfim, vermelha, prata ou cinza.


O interior é bem-desenhado, lembrando muito o Captur que roda na Europa e tendo alguns elementos similares ao Fluence, atualmente o modelo mais requintado da marca no Brasil. Porém, o painel inteiro em plástico duro (com detalhes preto-brilhante em alguns pontos) e os botões/comandos dos retrovisores, vidros e ar-condicionado entregam que foram empregadas várias economias de custo de produção por dentro. O quadro de instrumentos tem conta-giros e indicador do nível de combustível contrapostos; entre eles está o velocímetro digital, as informações do computador de bordo mais acima e as luzes de advertência mais abaixo.


Tal qual o Fluence, o Captur não traz uma chave, mas sim um cartão, com 4 botões: travamento, destravamento, abertura do porta-malas e acendimento das luzes externas. Presencial, dispensa sua procura: ao chegar perto e apertar o botão preto na maçaneta, o carro destrava, e ao se abrir distância dele, é fechado. E a partida é feita pressionando o botão no console e pisando-se no freio. Para arrematar, o conjunto de regulagem do facho dos faróis e da luminosidade do painel também é trazida do sedan.


A posição de dirigir é alta e proporciona boa visibilidade (graças também aos retrovisores de ampla área, rebatíveis, e à própria amplitude das janelas), mas isso fez com que o freio de mão e o acesso ao console central se tornasse menos ergonômico. A direção, ajustável em altura, revestida de couro e com boa pegada, tem assistência eletro-hidráulica progressiva e transmite um nível bom de maciez com progressividade, o que ajuda na hora de estacionar em locais mais apertados.


Outros fatores que ampliam o conforto ao rodar são o conjunto de suspensão adequado aos péssimos pisos brasileiros, e ainda o bom isolamento acústico da carroceria. Motor e câmbio já são literalmente velhos conhecidos da linha Renault, o que não desmerece de todo o conjunto: ainda que sejam 4 marchas, a transmissão automática faz as trocas de forma bastante suave e também traz opção de trocas sequenciais na alavanca, recurso ainda ausente em automáticos mais modernos. Para quem vai rodar majoritariamente na cidade, é um conjunto satisfatório.


Com 4,33 metros de comprimento, 2,67 m de distância entre-eixos, 1,81 metro de largura, 1,62 m de altura, 21,2 cm de altura do solo, 708 mm de posição de direção, ângulo de entrada de 23 graus e ângulo de saída de 31°, o Captur tem o mesmo comprimento do Duster, sendo 1 cm mais estreito, 6,4 cm mais baixo (porém com vão-livre 2 mm maior) e trazendo praticamente a mesma distância entre-eixos.



Também no porta-malas, o Captur é maior que a média do segmento, ainda que os 437 litros sejam 38 L a menos em relação ao Duster não-4x4. E ainda tem um detalhe: mesmo com a suspensão traseira por eixo de torção, o estepe é externo, exigindo mais atenção ao calibrar.



O Captur conta com 12 porta-objetos: o porta-luvas tem grande profundidade, iluminação e leitor de OBD2, enquanto o nicho retrátil no alto do painel é um bom local para guardar o celular. Há também porta-copos no console central e nas portas, embora o banco traseiro largo demais limite o acesso a estes locais.


Assim como toda a linha Renault de passeio, o Captur traz o sistema multimídia Media NAV com tela touchscreen de 7 polegadas. Traz GPS (com informações de trânsito em determinadas regiões), Bluetooth, entradas USB e auxiliar, comandos-satélite fixados à direita da coluna de direção, além do Eco-Coaching e Eco-Scoring, que respectivamente dão dicas de como melhorar o consumo e avaliam a forma que você está dirigindo. Em complemento ao sensor de estacionamento traseiro, o Captur também dispõe de câmera de ré.


Todas as versões trazem controle de velocidade de cruzeiro e limitador de velocidade, além dos vidros elétricos nas 4 portas com acionamento por um toque e do encosto do banco traseiro bipartido; a versão Intense vem também com sensor de chuva, acendimento automático dos faróis, apoio de braço para o condutor e ar-condicionado com ajuste automático de temperatura.



No quesito segurança, todas as versões do Captur trazem de série: controle eletrônico de estabilidade e de tração, 4 airbags (dois frontais e dois laterais), fixação ISOFIX para duas cadeirinhas infantis no banco traseiro, luzes de condução diurna em LED, freios ABS com EBD e auxílio de frenagem de emergência (funcionaram muito bem quando um Corolla cortou nossa preferência...), assistência de partida em ladeiras (acionada quando o carro se encontra em uma inclinação superior a 3 graus, freando o carro por até 2 segundos) e as luzes de conversão integradas aos faróis de neblina dianteiros. E vale lembrar que todos os ocupantes contam com cintos de três pontos e apoios de cabeça ajustáveis, inclusive no meio do banco traseiro.



O motor 1.6 16 válvulas SCe, que também equipa Sandero, Logan, Duster e Oroch, rende 118/120 cavalos a 5500 rpm e torque de 16,2 kgfm a 4000 rpm com etanol ou gasolina, sendo que 90% do torque do motor 1.6 já é oferecido a 2000 rpm.



De acordo com a Renault, com o câmbio manual de 5 marchas, o Captur acelera de 0 a 100 km/h em 11,9/13,4 segundos e atinge a velocidade de 169/168 km/h (com etanol e gasolina, nesta ordem). Já com o câmbio automático CVT, o crossover cumpre as provas de 0 a 100 km/h em 13,1/14,5 segundos e alcançam a mesma velocidade máxima dá versão manual.


Já o motor 2.0 16 válvulas, revitalizado para 2016 no Duster, tem 143/148 cv a 5750 rpm e torque de 20,2/20,9 kgfm a 4000 rpm (com gasolina e etanol, respectivamente). Tanto 1.6 quanto 2.0 trazem a regeneração de energia ESM (na desaceleração, o motor continua girando sem consumir combustível e o alternador passa a recuperar energia e enviá-la para a bateria), além do Eco Mode, ativado apertando o botão logo abaixo da alavanca de câmbio, alterando parâmetros de funcionamento do ar-condicionado e do motor, prometendo uma economia de até 10% de combustível. No modelo 1.6 manual, outra ajuda é o indicador de troca de marcha no quadro de instrumentos.



O Captur 2.0 acelera de 0 a 100 km/h em 10,9/11,5 segundos e chega aos 179/174 km/h (com etanol e gasolina, na ordem). Nos testes de consumo do Inmetro, o Captur avaliado recebeu notas C na categoria e na lista geral, com nota B em emissões. Com etanol, registra 6,2 km/l na cidade e 7,3 km/l na estrada. Rodando com gasolina, chega a 8,8 km/l na cidade e 10,8 km/l na estrada.

Conteúdo das versões



• Captur Zen 1.6 SCe manual (R$ 78.900): quatro airbags (dianteiros e laterais), controle eletrônico de estabilidade (ESP), controle eletrônico de tração (ASR), assistente de partida em ladeiras (HSA), freios com ABS, ISOFIX, direção eletro-hidráulica, volante com regulagem da altura, ar-condicionado, rodas aro 17 polegadas de liga leve, vidros elétricos, alarme perimétrico, chave-cartão hands free, comandos de áudio e celular na coluna de direção, assento do condutor com regulagem de altura, travamento automático das portas a 6 km/h, luzes diurnas em LED, retrovisores elétricos rebatíveis, controlador e limitador automático de velocidade. Opcionais: central multimídia Media Nav com câmera de ré (+ R$ 1990) e pintura biton (+ R$ 1400).


Captur Intense 2.0 automático (R$ 88.490): rodas aro 17 polegadas de liga leve diamantadas, apoio de braço dianteiro, Media Nav 7” touchscreen, câmera de ré, ar-condicionado automático, sensor de chuva, farol de neblina com função Cornering Light, sensor crepuscular. Opcionais: revestimentos em couro (+ R$ 1500) e pintura biton (+ R$ 1400).


O Captur tem garantia de fábrica de 3 anos ou 100 mil quilômetros rodados, o que ocorrer primeiro, mas quem fizer financiamento via Banco Renault terá 5 anos de garantia. O plano de manutenção prevê revisões a serem feitas em intervalos de 10 mil quilômetros ou a cada ano de uso.


Além disso, a rede de concessionárias Renault oferece o programa “Revisão com Preço Fechado” e o “Pacote de Preço Fechado de Peças”, que incluem os valores de peças e mão de obra. Os proprietários dos modelos contam com serviço emergencial disponível 24 horas por dia, em todo território nacional por 2 anos, além da plataforma digital My Renault, que disponibiliza uma série de informações sobre seu carro além de ofertas exclusivas de produtos, além de serviços e novidades.



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