Diesel utilizado em carros de passeio: questão de bom-senso

Toyota Corolla 1.4 D4-D consegue níveis de eficiência superiores aos do 1.8 movido a gasolina

Você já viu carros como Citroën C3, Fiat Siena ou Peugeot 207 sendo oferecidos com motores a diesel no Brasil? Certamente não, uma vez que desde novembro de 1976 é proibido utilizar e comercializar carros de passeio movidos a diesel - medida arcaica, do auge da crise do petróleo que acometeu o mundo nos anos 1970, justificada pela grande dívida externa e pela alta dependência do petróleo vindo do exterior, quase 80% do total. Desde então, só é permitido o uso de diesel em modelos de transporte de passageiros ou de carga, e nos jipes que contam com tração 4x4 e transmissão reduzida.

Não possuir reduzida não impediu a Mercedes de comercializar o ML 350 CDI 

Passados 35 anos, o diesel evoluiu - os modelos atuais que utilizam o combustível conseguem apresentar desempenho e nível de ruído similares aos modelos movidos a gasolina e/ou etanol. Isso sem contar as vantagens mais óbvias, como a durabilidade maior, o preço do litro de diesel menor (o combustível é repassado aos consumidores com menos impostos - ICMS, Cide, PIS e Cofins), a autonomia superior e o consumo cerca de 30% inferior. Mas ainda assim (e em tempos de auto-suficiência brasileira do petróleo, sem falar nas reservas na região do Pré-Sal), só vemos carros de passeio movidos a diesel em outros locais - Estados Unidos, Europa, Oriente Médio, Mercosul. A liberação do combustível para os automóveis continua como mera especulação.

Existem prós e contras do diesel - isso sem contar os mitos, como a carcinogenia. Para quem está acostumado com o propulsor a gasolina, um carro a diesel pode apresentar mais ruídos e vibrações - especialmente em marcha-lenta. Outro fator negativo é a maior emissão de enxofre em relação ao etanol (porém inferior em relação à gasolina) e a manutenção de componentes que não estão presentes nos motores a gasolina.

Mas nos países em que o diesel é de qualidade melhor - como na União Europeia - as versões abastecidos com este combustível são imprescindíveis para esse mercado e representam cerca de 45% das vendas de alguns carros. Ou seja, não se pode mais haver o pensamento de que diesel é coisa para caminhão ou ônibus. Os modelos da Audi, BMW, Mercedes-Benz e outras montadoras locais possuem versões a diesel, mesmo em carros luxuosos como o Série 7 ou o Classe E. Isso sem falar que o diesel conquistou inclusive as pistas de corrida, como não deixam mentir os carros que correm nas 24 Horas de Le Mans.


E mesmo nos Estados Unidos, onde a maioria dos grandes utilitários e picapes eram oferecidos até pouco tempo apenas com motor a gasolina, o diesel vem conquistando mais consumidores. Por lá a VW vende o Jetta que utiliza este combustível, e não deixando por menos, a GM anunciou para 2013 o início das vendas do Cruze diesel.


Não precisamos ir muito longe. Na Argentina, C3, Siena e 207 (só para citar os exemplos do início do post) possuem versões a diesel. No nosso país vizinho, esses modelos possuem uma participação de mercado bem menor, mas esses carros possuem menor emissão de dióxido de carbono. E mais: o diesel de lá é comparável ao europeu. Ironicamente, o Brasil fabrica diversos modelos movidos a diesel, para exportação: Meriva, Fox, Punto, Fiesta, EcoSport, Logan e Sandero são apenas alguns exemplos.


No Brasil, além do biodiesel (introduzido em 2005), a Petrobras anuncia as bombas do diesel S50, com menores emissões de enxofre, similares ao dos carros a diesel europeus, para se adequar à norma antipoluição Euro 5 e aos novos motores diesel (já tratamos sobre o tema, leia aqui). Modelos a diesel possuem mais torque em rotações menores, uma característica apreciável nas subidas e em retomadas, garantindo um comportamento interessante na cidade. São superados em estradas abertas, onde os motores a gasolina e/ou etanol giram mais (e geralmente esses modelos possuem mais potência, enquanto carros a diesel quase sempre tem maior torque). 

Se os donos de picapes e utilitários esportivos (cujos proprietários muitas vezes não usam esses carros para transporte de carga e ou pessoas, muito menos a tração 4x4) podem optar pelo diesel, seria uma questão de bom-senso estender seu uso nos carros de passeio. Mas que fique claro: a Petrobras, que ainda possui o monopólio do combustível, precisa equiparar o diesel brasileiro ao europeu para tirar este atraso de mais de 35 anos e entregar todo o potencial energético a estes veículos e menos emissões.

O motor Multijet da Fiat, instalado no 500

O diesel já apresentou sua competitividade. Resta saber se ele será bem aceito nos automóveis no Brasil - isso quem determinará é o consumidor.

Comentários

As vantagens técnicas do ciclo Diesel são claras, só não vê quem estiver tentando enxergar com o olho do cu.
Es una lástima que el Corolla Altis no tenga ningun motor Diesel en las Filipinas. Mismo si lo fuera con el vetusto motor 2C del Big Body y del LoveLife ya lo iba a ser bueno, y hazta hoy en Pakistan el Altis cuenta con ese motor, aún que el 1.4 D4-D ya utilizado en India sea más avanzado.
Anônimo disse…
É relamente uma pena que nós Brasileiros não podemos escolher esse tipo de motor para equipar nosssos veículos. Mas, que realmente fique claro que se a Petrobras e o Governo Brasileiro quisesse nos tirar dessa ditadura de atraso de mais de 30 anos em realação ao Diesel eles já teriam feito.
tricolor independente disse…
mandam carroças flex do inferno gay.
etanol são mais perigosa para povos viciados(igual maconhas das mortes).
etanol usam crimes organizadas nas carroças e ambientistas feitos comando vermelho.
petrobras leva falêncas estatais. cuidado,etanol da morte glbt!!!!!
Unknown disse…
uma pesquisa....eu vou morar no brasil e queria chegar meu carro europeo diesel....
vc acha que o diesel brasilero pode ficar bem no carro europeo?
Unknown disse…
uma pesquisa....eu vou morar no brasil e queria chegar meu carro europeo diesel....
vc acha que o diesel brasilero pode ficar bem no carro europeo?