Chevrolet Montana: a bruta de bom coração



A reação de quem vê a Nova Chevrolet Montana é variada: há os que amem o jeito bruto de ser da pick-up, que nasceu em 2003 desajeitada, com frente de carro pequeno (o Corsa), mas caçamba bem ampla. Agora, com a enorme frente o Agile, o modelo despertou mais simpatia  – e também mais ódio, pelo jeito “monstrana” de ser, caracterizado pelo tamanho descomunal da grade e de faróis e lanternas, que fazem parecer as rodas aro 15” bem menores.


Mas, apesar do porte de malvada, a Montana 2011 tem boas intenções. Ela é um dos destaques quando se fala em custo-benefício, pois desde a versão LS vem carregada de itens de série, como o quadro de instrumentos excêntrico com conta-giros e iluminação Ice Blue, para-choques, maçanetas e carcaças dos retrovisores na cor da carroceria, protetor de caçamba, entre outros itens. A Sport vem completa, sem opcionais: possui rodas de liga leve, ar-condicionado de visor digital (e funcionamento analógico...), direção hidráulica, vidros e travas elétricos, além de airbag duplo e freios ABS.


A frente tenta copiar, sem sucesso, o estilo norte-americano da GM. A Montana mantém os step-sides e as saliências na lateral da caçamba inspirados nas picapes dos anos 1950, e possui um ressalto no teto que não tem função, a não ser abrigar o brake-light. A caçamba possui um rebaixo na parte final, que auxilia na visibilidade traseira (a Montana anterior era horrível de balizar, sem contar que só de olhar para trás com o carro parado já dava claustrofobia).


O motor, para as versões LS e Sport, é o 1.4 Econo.Flex utilizado no Agile, Corsa, Meriva e Prisma, que rende 102 cavalos com etanol. Frente a Saveiro (1.6 de 104 cv) e Strada (1.8 de 132 cavalos), até que a pick-up Chevrolet se sai bem, e consome bem menos que o beberrão 1.8 FlexPower, este presente apenas na minivan Meriva Premium.

A plataforma da Nova Montana é a mesma do Agile, o que não indica modernidade. Afinal, ela tem origem no Classic (foi adaptada aos dois novos carros), que por sua vez é a versão sedan re-estilizada do Corsa “B”, vendido no Brasil a partir de 1994. Não é à toa que o nível de ruído é um pouco maior que o da velha Montana, que tinha a mesma plataforma do atual Corsa, lançado em 2002.

A caçamba é a que permite maior capacidade de carga entre as picapes pequenas (758 quilos).

Tentativa da Chevrolet de fazer frente à Strada e Saveiro (respectivamente, líder e vice-líder do segmento de picapes derivadas de carros pequenos), a Nova Montana ainda não alcançou seu objetivo, o que é atribuído pela falta de opções de carroceria. A pick-up da GM possui apenas a cabine simples, enquanto Saveiro e Strada podem ser adquiridas com cabine estendida, e a Fiat faz a festa com a versão cabine dupla. Afinal, tirando esse fato, a Nova Montana tem atributos para encarar as picapes VW e Fiat: bom preço, interior atraente, motor valente e o mais importante: a maior caçamba, que permite também a maior capacidade de carga.

Avaliação Final

Montana VS. “Meu Carro”

A Montana tem um estilo visto meio que como 8 ou 80. Pessoalmente ela não é muito bonita, mas chama atenção por ser novidade, especialmente naquela cor Verde Jásper, mais berrante que o Amarelo Carman do Agile. Não é o tipo de carro que gostaria de ter (entenda-se qualquer picape), mas é uma boa opção para quem precisa de uma caçamba ampla, pois carrega motos de cilindrada média, além de ter boa capacidade de carga.



Montana VS. “Carro do Papai”

Até que ele aprovou a picapinha, com design “interessante”, aos seus olhos. De fato, a Montana Sport é bem mais arrojada que a Saveiro (com seu jeito “alemão” de ser), mas perde para as exibicionistas Hoggar Escapade e especialmente para a Strada Adventure. Para quem não gosta de pick-up cheia de plásticos pretos... é uma opção a ser analisada. Para quem tem verve esportiva, é bom dar uma olhada também na Strada Sporting, que oferece preço razoável.


Nota Final

8,3

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