Sobre a posição das montadoras frente à mídia e aos clientes

Os automóveis evoluem continuamente – mas a posição de montadoras de automóveis em relação a sites e blogs não acompanha esse processo. Hoje, algumas fabricantes simplesmente ignoram estas importantes fontes de informação. E prejudicam, também, os consumidores.

No exterior, a integração entre as montadoras e a mídia é exemplar, o que não ocorre no Brasil. Aliás, por aqui face-lifts são considerados novidades, re-estilizações são considerados carros novos, e remodelações/carros novos são considerados extraordinários.

Pode-se citar como exemplo o Peugeot 207, modelo que receberá em breve “atualizações óticas”, o que não chega a tornar o modelo brasileiro superior ao europeu. A fábrica aumentará os preços do veículo, vendendo-o como linha 2012 (e como fica quem comprou o modelo 2011 na promoção “Preço de Nota Fiscal de Fábrica”?). Lamentável a postura da empresa ultimamente (acompanhe o flagra do blog de automóveis Web Car).

Mais feliz foi a Renault, que aproveitou a re-estilização do Sandero para diminuir um pouco os preços. E, por extensão, a Citroën, que agregou mais itens ao já combalido C3, modelo que surgirá em nova geração no Brasil apenas em 2012 – três anos após a chegada do mesmo modelo ao território europeu.


Na outra ponta, vemos carros como Hyundai Sonata, Peugeot 408, 3008 e Audi A1 fervilhando em vendas, inclusive com filas de espera e altos ágios – sinal de que mudanças sempre são bem-vindas no Brasil. Mas mudanças em tempo, diga-se: o Fiat Bravo, hatchback médio que demorou quatro anos para desembarcar em nossas terras, não vende bem.


Pode-se afirmar que quase todas as montadoras que operam no Brasil (excetuando-se poucas, como a Agrale ou a Lobini) trabalham em novos carros, ou mudanças para modelos existentes – e pode haver o “vazamento” de informações num momento que a fábrica não esperava. O problema é que nem todas sabem lidar com a situação. Vejamos o caso da Toyota, que recentemente proibiu a publicação de informações sobre a versão S do Corolla. Como revistas, programas de TV e jornais automotivos são tipos de mídia mais clássicos, geralmente a punição vai aos sites e blogs da área que publicam fotos e outras informações “inconvenientes” para a empresa. Para as fábricas, o consumidor é o número 1 – mas ignoram que ele pode ser influenciado pelas informações da Internet. Para o bem e para o mal.

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