Avaliação: Fiat Toro 2.4 Tigershark tem na força sua maior virtude



Texto | Júlio Max, de Teresina (PI)
Fotos | Júlio Max e Willy Melo (fotos em movimento)
Contribuíram nesta avaliação | Francisco Santos e Elzivan Manoel
Agradecimentos | Assessoria de Imprensa Fiat-Chrysler e Jelta

Quando o assunto é automóvel, as montadoras precisam sempre bolar novidades, mesmo em produtos recentes. Lançado em fevereiro de 2016, o Fiat Toro se provou uma aposta certeira em nosso mercado, mas carecia de uma opção Flex mais disposta. Passados nove meses, chegou o modelo que faltava: a versão 2.4 Tigershark, com a maior potência entre as três motorizações (186 cavalos com etanol x 170 cv da 2.0 Turbodiesel x 139 cavalos da versão 1.8 com etanol), porém com torque em nível intermediário (19,3 kgfm x 24,9 kgfm x 35,7 kgfm). Será que esta força é mesmo suficiente para o porte do carro? E em relação ao consumo de combustível? Nós do Auto REALIDADE fomos conferir tudo!



Ah, não deixe de conferir nossas impressões sobre as outras versões:
Fiat Toro 2.0 Turbodiesel com câmbio manual
Fiat Toro 1.8 Flex com câmbio automático



Como identificar a versão Freedom 2.4 externamente? Ela tem no canto direito da caçamba o logotipo "Freedom AT9" com o logotipo vermelho, e traz como opcional as rodas de liga leve de 17 polegadas, com cinco raios vazados, antes disponível só para as versões diesel. De resto, o Toro continua bem na foto, literalmente. A frente se caracteriza pelo conjunto óptico desmembrado em três setores: acima ficam as luzes de LED e piscas, seguidos junto à grade dos faróis baixo e alto, enquanto o para-choque abriga os faróis de neblina com função direcional (basta acionar a haste de seta a até 40 km/h para que eles acendam para ajudar a iluminar nas curvas).


A lateral é marcada por elementos como as barras longitudinais de teto (que são mais compridas quando não há o teto solar) e pela linha de cintura elevada. Os vincos fortes nas portas e em torno dos para-lamas sugerem robustez. As rodas de 17 polegadas são diamantadas, com raios pintados internamente de preto. A abertura da tampa do tanque de combustível é feita ao apertá-la.


Já a traseira traz lanternas delgadas com luzes de seta ao centro (protegidas por uma lente com vários triângulos sobrepostos), tampa traseira bipartida (mais prática na grande maioria das situações, com abertura por botão da porta esquerda e por alavanca da parte direita), além do para-choque pronunciado, com moldura cromada e as luzes de neblina (que só acende se os faróis também forem acionados) e de ré. O Toro não apenas continua sendo elogiado pelo estilo após um ano, como também segue sendo exclusividade do mercado brasileiro.


O interior da versão Freedom 2.4 é idêntico ao das outras versões, o que soa como elogio, por conta da boa ergonomia, amplitude interna e materiais de boa qualidade. O volante, regulável em altura e profundidade, possui ótima empunhadura e é revestido de couro, trazendo comandos do computador de bordo, chamadas telefônicas e comando de voz à esquerda, do controlador e limitador automático de velocidade à direita, e na parte de trás, os botões de mudança de estação/música à esquerda e, à direita, o ajuste do volume.


Em termos de acabamento, a picape se mostra atenciosa nos detalhes. Ainda que o plástico rígido predomine no painel e nas portas, há partes emborrachadas nos botões de som e ar-condicionado, apoios de portas, porta-copos e porta-objetos central, porta-objetos acima do porta-luvas e, no porta-óculos, fundo com espuma. O forro de teto com tecido lembra os modelos premium alemães. Quase não se vê parafusos destampados, e mesmo os plásticos possuem bom aspecto (sem rebarbas) e texturas variadas.



Pelo computador de bordo é possível conferir o velocímetro e regular o limitador de velocidade, além de checar informações mecânicas (pressão dos pneus, temperatura do óleo do motor e do câmbio, tensão da bateria, horímetro do motor e quilometragem restante para revisão), conferir a autonomia prevista, os registros das trips A e B (com consumo médio, velocidade média e tempo de percurso), além do consumo de combustível instantâneo. Também é possível verificar as informações de música e GPS (com instruções com setas e por voz), além de mensagens do veículo e configurações, como a ativação ou não do airbag do passageiro, os gráficos do sensor de ré, e se alguma das portas, tampa da caçamba ou capô estão abertos. Ao girar a chave, os ponteiros e medidores nos "saúdam" ao fazer o movimento completo, junto com uma animação da frente do Toro, com um "close" no logotipo da Fiat.


O sistema multimídia Uconnect agrada pela boa quantidade de recursos. A tela touchscreen possui 5 polegadas e exibe mapas do GPS (com orientações no computador de bordo, pontos de interesse e alerta sonoro de radar), imagem da câmera de ré com linhas de guia dinâmicas, Bluetooth para chamadas telefônicas e streaming de áudio, além de acesso à agenda do telefone com teclado, entradas USB e auxiliar, duas tomadas 12 Volts para carregar dispositivos e diversas outras funcionalidades integradas ao computador de bordo, como temperatura externa, bússola, trip A e B, além das configurações. Pela central, pode-se escolher o tempo que os faróis permanecem acesos ao desligar o carro (0, 30, 60 ou 90 segundos), o volume dos bipes do sensor de ré, a distribuição sonora, o acionamento (ou não) do acionamento dos vidros associado à chave e os sensores de chuva e crepuscular, entre outros. São quatro alto-falantes nas portas e outros dois embutidos no painel.


Há ainda diversos outros mimos disponíveis a bordo. O retrovisor interno, eletrocrômico, evita o ofuscamento por luzes fortes. Os espelhos externos são rebatíveis eletricamente por botão (útil ao manobrar em vagas apertadas) ou ao travar o carro, com luzes de cortesia ao abrir a porta, e função tilt-down ao engatar a ré. O porta-luvas traz iluminação, assim como a caçamba, com dois focos de luzes juntos ao brake-light. Há acendimento automático dos faróis e também sensor de chuva.



A chave, canivete, possui botão para destravamento apenas da caçamba e para acender os faróis (útil para localizar o carro em garagens); os vidros também abrem ou fecham ao segurar o botão de destravar ou travar as portas.


Para quem está habituado a dirigir um carro bem menor, o Toro até que pode ser classificado de ser fácil de dirigir, a despeito de suas dimensões a meio caminho entre a Duster Oroch e as picapes médias. A assistência da direção agrada, sem ser excessivamente leve como Mobi e Uno em baixas velocidades quando o modo City está ativado. Apesar da linha de cintura ser alta e das colunas serem grossas (especialmente na traseira), os retrovisores grandes (incluindo o interno, embora quase metade da visão seja barrada pela caçamba) e a ajuda do sensor de ré e da câmera traseira com linhas de guia dinâmicas dão uma ajuda boa na hora de manobrar, além, naturalmente, da posição de dirigir mais elevada. Um sensor de estacionamento dianteiro fecharia com chave de ouro este pacote, visto que o capô é longo.



Na caçamba, a capacidade volumétrica é de 820 litros. Já a carga útil, que inclui os ocupantes, é de 750 quilos (100 kg a mais que na versão 1.8 Flex). Seu comprimento é de 1,33 metro por 1,09 m de largura entre as caixas de roda e 1,36 m na parte mais larga. Tanto o protetor de plástico rígido nas laterais e tampa quanto a capota marítima são itens de série. Além de melhorar a aerodinâmica da carroceria quando fechada, a capota possui duas mangueiras nas laterais, que fazem a água escorrer até os drenos localizados na parte frontal da caçamba. Por baixo está o estepe, que possui roda de ferro e medidas diferentes dos outros pneus: 215/65 com roda de 16 polegadas, ante o perfil 225/60 das rodas de liga leve de 17 polegadas. Se for preciso trocar o pneu, não se esqueça de que o triângulo fica atrás do banco traseiro (puxa-se uma tira de tecido perto do apoio de cabeça central para rebater o encosto) e as ferramentas estão no piso abaixo do banco do motorista.


"Nosso" Toro é um exemplar que rodou bastante (mais de 12 mil quilômetros), e fora os arranhões na carroceria, o modelo se manteve íntegro no aspecto de materiais internos e nível de ruído. Aliás, um dos destaques do motor 2.4 Tigershark é o baixo nível de ruído na maioria das situações, em que as trocas de marcha automáticas são feitas em rotações menores.



Produzido no México, o motor 2.4 Tigershark Multiair de 16 válvulas e 4 cilindros é uma versão maior do 2.0 do Jeep Compass, que não foi adotada no utilitário por enquadrá-lo em uma tributação maior do Imposto sobre Produtos Industrializados, diferentemente do Toro, que é uma picape. Além de eliminar o tanquinho de partida a frio, o propulsor traz bobinas de ignição aplicadas diretamente nas velas (com eletrodos de platina e irídio), ventilador para radiador e bomba de combustível, alternador que aproveita a desaceleração ou frenagem para recarregar a bateria com mais intensidade, economizando combustível; comando de válvulas acionado por corrente metálica (sem necessidade de reposição) e correia Poli-V secundária com tensionador automático. A bateria também é específica para operação com o Start&Stop, e as revisões são feitas em intervalos de 10 mil quilômetros ou um ano.



O rendimento com gasolina é de 174 cavalos a 6250 rpm e 23,5 kgfm de torque a 4000 rpm; quando abastecido com etanol, passa para 186 cavalos e 24,9 kgfm de torque, nas mesmas rotações. Apesar do torque surgir num regime de rotações do motor elevado, a 2000 rpm já se tem 91% dessa força disponível. Os dados da Fiat apontam aceleração de 0 a 100 km/h em 9,9 segundos, com velocidade máxima de 200 km/h com etanol e 197 km/h com gasolina.



Pela elevada disposição que o Toro mostrou nas acelerações, estes resultados são compatíveis com a realidade, mesmo considerando seu peso de nada menos que 1704 quilos, 85 kg a mais em relação à versão 1.8. E é também a versão automática mais ágil da picape, embora a versão 2.0 Turbodiesel com câmbio manual de 6 marchas arranque ainda mais rápido, chegando aos 100 km/h em 9,5 segundos.



O Start&Stop é a tentativa de conter o consumo de combustível, ao interromper momentaneamente o funcionamento do motor (mantendo todas as funções elétricas, incluindo a assistência de direção, porém evidentemente cortando o funcionamento do ar-condicionado). Curiosamente, ao se pisar bem de leve no pedal do freio (só o suficiente para o carro ficar parado), o sistema não entra em ação; pisando um pouco mais, o carro desliga e religa logo que o freio é liberado, poupando esforço em congestionamentos. A partida é rápida e há botão no painel para desativar o recurso, embora ele sempre seja reativado toda vez que se gira a chave na ignição.



Outros recursos que ajudam a certificar-se da economia de combustível no computador de bordo são o monitoramento de pressão dos pneus (fora da calibragem especificada pela marca - de 32 psi ou 2,2 bar com meia carga e, com carga máxima, 46 psi nos pneus traseiros, mesma pressão recomendada para o estepe - eles influenciam no maior consumo de combustível e se desgastam prematuramente) e o indicador instantâneo de consumo.


Já o câmbio automático de 9 marchas, que antes só estava disponível para versões movidas a diesel, faz um bom casamento com o motor Tigershark, ao selecionar marchas altas em baixas rotações na tentativa de poupar combustível. Mas quem preferir uma tocada mais esportiva pode acionar o botão Sport (que troca as marchas em rotações mais altas) ou selecionar o modo sequencial, ao deslocar a alavanca de câmbio para a esquerda ou apertar algum dos paddle-shifts juntos ao volante, com ícone de troca de marcha e algumas intervenções automáticas caso necessário (ex.: redução de marchas ao diminuir a velocidade). A troca no modo sequencial é algo mais demorada do que as passagens automáticas, porém não deixa de ser uma alternativa para quem acha o modo automático sem graça.


Na ponta do lápis, o Toro 2.4 fez médias de consumo de combustível ligeiramente melhores do que a versão 1.8, em percurso estritamente urbano, de 1 a 5 pessoas a bordo, carga leve e ar-condicionado ligado na maior parte do tempo. Com gasolina no tanque - de 60 litros - rodamos pouco mais de 351 quilômetros (foram feitos dois pequenos reabastecimentos, de modo que restavam 3 barrinhas no marcador de combustível quando devolvemos o carro) e nossa média de consumo foi de 6,2 km/l, sendo que a melhor média diária foi de 7,0 km/l, e a pior, de 5,5 km/l. É preciso fazer, no entanto, uma ressalva. O Toro 1.8 que avaliamos, modelo 2017, não contava com o Start&Stop, agora disponível na linha 2018. Este resultado também está um pouco distante dos 8,6 km/l obtidos nos testes do Inmetro.


O conjunto de suspensão do Toro é mais sofisticado que o da maioria​ das picapes, especialmente na traseira, onde o esquema independente proporciona um comportamento melhor em situações onde uma das rodas fica no ar em desníveis (como na foto acima), mesmo não dispondo da tração integral. Ainda que o Toro tenha bom nível de conforto ao rodar, nas irregularidades do piso os movimentos são mais transmitidos ao ocupantes que nas picapes médias. Mas na hora de fazer curvas, o conjunto da picape da Fiat vira o jogo, garantindo mais estabilidade mesmo em velocidades altas para um utilitário.


Os controles de estabilidade e tração são itens de série e podem ser desativados por botão no painel, mas sempre serão reativados em cada ignição por motivos de segurança; ainda há assistência de partida em ladeiras (segura o carro por 2 segundos em inclinações superiores a 5%, tempo suficiente para tirar o pé do freio e pisar no acelerador sem o carro descer), cintos de três pontos e apoios de cabeça ajustáveis para os 5 ocupantes, ajuste de altura e pré-tensionadores para os cintos dianteiros, dois pontos de fixação ISOFIX para cadeirinhas infantis, freios ABS com EBD e PBA (auxiliar de frenagens de pânico), ERM (Electronic Rollover Mitigation, que limita a possibilidade das rodas "escaparem" do solo em manobras rápidas) e o Dynamic Steering Torque, que aumenta o torque para o volante em situações de frenagem sobre pisos de diferentes aderências para ajudar a manter o controle.



Os airbags de série são os frontais (com desativação do lado do passageiro pelo computador de bordo, recurso necessário para se transportar crianças abaixo de 10 anos no banco da frente), e esta unidade de frota de imprensa (2016/2017) traz ainda as bolsas laterais nos bancos dianteiros, de cortina e para os joelhos do motorista, totalizando 7 airbags. Porém, na linha 2018 do Toro, este pacote de segurança foi limado por conta da baixa procura, e passa a estar disponível somente na versão Volcano, na faixa dos R$ 130 mil.


Falando na linha 2018, já não é possível equipar o Toro 2.4 com teto solar elétrico nem bancos de couro. Em compensação, há novos kits de opcionais de fábrica, que incluem teto pintado de preto (R$ 499), maçanetas externas + soleiras cromadas (R$ 470), para-barros + frisos nas portas (R$ 796), central multimídia (R$ 2990) com tela de 6,2 polegadas com TV digital, DVD Player e os demais recursos da central Uconnect, e o kit Road, que reúne os opcionais vistos aqui. Por R$ 8900, traz rodas de liga leve de 17 polegadas com um parafuso antifurto por roda, ar digital dual-zone, central Uconnect, adesivos Road, soleiras nas portas, tecido específico, e cores de acabamento diferenciadas, descansa-braço traseiro, sensor de chuva, acendimento automático dos faróis, retrovisor interno eletrocrômico, grade frontal com filetes cromados, maçanetas e retrovisores externos pintados, porta-objetos sob o banco do passageiro, apoio de  braço central dianteiro, iluminação nos para-sois, barras longitudinais no teto e tapetes em carpete. Este kit Road não é compatível com o kit Chrome nem com a central multimídia mais completa.



O Toro Freedom 2.4 parte de R$ 98 790. É, portanto, R$ 11 300 mais caro em relação à versão Freedom 1.8 e R$ 5 mil mais em conta em relação à versão 2.0 Turbodiesel de entrada, que traz câmbio manual de 6 marchas. Vários itens que eram exclusivos da versão 2.4 acabaram sendo incorporados de série na versão 1.8, como o Start&Stop, a função Sport, o monitoramento de pressão dos pneus, capota marítima, volante revestido em couro, comandos de rádio no volante... A diferença de preço "só" é justificada pelos retrovisores elétricos, luz de caçamba, motor e câmbio.



As cores sólidas para a carroceria, sem custo adicional, são: Branco Ambiente, Preto Shadow e Vermelho Colorado. Os tons metálicos, por R$ 1690, são: Marron Horizon, Prata Melfi, Preto Carbon, Verde Botanic, Vermelho Tribal e a nova Cinza Antique. Há ainda o tom perolizado Branco Polar, por R$ 2079.



De série, o Toro 2.4 vem com controles de ré e estabilidade, alarme antifurto, alertas de limite de velocidade e manutenção alças de teto traseiras com luzes de leitura incorporada, alças fixas nas colunas dianteiras, apoio de pé para o motorista, cintos de 3 pontos e apoios de cabeça ajustáveis para os 5 ocupantes, ar-condicionado manual, banco do motorista com regulagem de altura, porta-revistas, porta-copo nas portas, brake-light, câmbio automático de 9 marchas, capota marítima, chave tipo canivete com botões de abertura e fechamento das portas, cobertura da alavanca do freio de mão, computador de bordo no quadro de instrumentos com tela de 3,5 polegadas, console central com porta-objetos e porta-copo (sem o apoio de braço), direção elétrica, espelhos nos para-sois (sem iluminação), follow me home (faróis permanecem acesos após a retirada da chave do contato), fixação para cadeirinhas infantis (ISOFIX), ganchos para amarração de carga na caçamba, airbag duplo, freios ABS com EBD, auxiliar de partida em ladeiras, kit de ferramentas para troca de pneu sob o banco do motorista, iluminação das lanternas com LED, limpador e lavador do para-brisas com intermitência, maçanetas e capas dos retrovisores externos em plástico preto, para-choque dianteiro com pintura parcial na cor da carroceria, para-choque traseiro com soleira cromada, controlador e limitador de velocidade, porta-escadas (barras de teto menores), porta-luvas iluminado, porta-óculos para o motorista, rádio Connect (o mesmo do Uno Sporting que avaliamos, com função RDS, entradas USB e auxiliar na parte frontal do console, Bluetooth para chamadas telefônicas e streaming de áudio, sem comandos de voz), retrovisores elétricos com luzes de seta integradas, tilt down ao engatar a ré, rebatimento e luz de cortesia, revestimento de caçamba, rodas de aço estampado aro 16'', sensor de estacionamento traseiro, Start&Stop, suspensão traseira multilink, tampa traseira com abertura elétrica, tomada de 12 Volts na frente, travamento automático das portas a 20 km/h, indicador de portas abertas, luz interna com temporizador e travamento das portas associado à tampa do tanque de combustível, vidros elétricos nas 4 portas com função um-toque e recurso anti-esmagamento para o motorista, volante revestido em couro com paddle-shifts, comandos de telefone e computador de bordo, além de regulagem de altura e profundidade; sensor de pressão dos pneus e duas luzes de ré.



Em termos dimensionais, esta versão 2.4 possui 4,915 metros de comprimento, 1,84 m de largura (2,03 m com retrovisores), 1,66 metro de altura e distância entre-eixos de 2,99 metros. A altura em relação ao solo é de 23,5 centímetros (2 cm mais alta que a versão 1.8), o raio do giro é de 12,2 metros, o ângulo de ataque é de 26,3 graus (o maior entre todas as versões do Toro), e o ângulo de saída, de 28,3 graus.


A título de curiosidade, durante a estadia do Toro com o Auto REALIDADE, realizamos a revisão dos 10 mil quilômetros, que saiu por R$ 438,74, valor que bate com o sugerido pela Fiat. Este valor incluiu: um litro de óleo Selènia 5W30 (R$ 231,85), filtro de óleo (R$ 89,69), elemento filtrante (R$ 114,96) e o "superpro" para suspensão (R$ 2,24).

Boletim comentado do Fiat Toro 2.4


Design = 9,5

Mesmo passado um ano após seu lançamento, o Fiat Toro continua despertando atenções e sendo motivo para conversas. Nesta versão Freedom 2.4 toda equipada, são vários os detalhes de estilo adicionais em comparação com a versão básica. As rodas aro 16'' de aço dão lugar às 17'' diamantadas e com detalhes pretos, ao estilo da versão Volcano. Maçanetas e capas dos retrovisores são pintadas na cor do carro, enquanto o rack incrementa o teto e pode ser utilizado para carregar objetos. De frente, a grade pintada em preto-brilhante com frisos cromados e os faróis de neblina com função cornering e molduras cromadas são outros diferenciais frente aos modelos sem opcionais. A cor metálica Marrom Horizon também possui um belo efeito, sendo discreta na maior parte do tempo (quase preta), mas incidindo para um tom cobre (ou até verde) dependendo da incidência dos raios do Sol, como foi possível observar em algumas de nossas fotos.

Espaço interno = 9,0

Quatro passageiros terão espaço de sobra para cabeça, ombros e pernas - a altura interna até o forro de teto é levemente superior quando a picape não é equipada com teto solar. O quinto passageiro até que possui bom espaço para as pernas mesmo com o túnel central, mas com o descansa-braço traseiro, as costas ficam incomodadas. O aproveitamento de espaço para guardar objetos também é notável, com lugares para por latas, moedas e garrafas nas portas, além do útil porta-objetos debaixo do banco do carona (que pode esconder objetos com mais facilidade do que no porta-luvas). A área da caçamba é bastante aproveitável - são 820 litros, expansíveis para 1225 L quando equipada com o extensor de caçamba).

Conforto = 9,0

Os bancos proporcionam boa ergonomia, com apoios bem-dimensionados. A direção elétrica tem bom nível de calibragem mesmo em manobras, de modo que nem se sente a falta do botão City presente nos Fiat Mobi e Uno, e a coluna de direção é ajustável sem despencar. O nível de ruído a bordo, exceto quando se resolve pisar mais fundo no acelerador, é discreto. A suspensão filtra bem as irregularidades do solo, como é de praxe nos carros da Fiat, porém não "some" com os buracos. O câmbio realiza trocas muito suaves, por vezes perceptíveis somente pela indicação de marcha engatada no computador de bordo. Só não vai haver tanta tranquilidade assim na hora de trocar o pneu: o triângulo fica atrás do banco traseiro, as ferramentas estão abaixo do banco do motorista, o estepe vulnerável à sujeira externa... dá uma canseira só de pensar.

Acabamento = 8,75

Ainda que esteja um degrau abaixo do Jeep Renegade e seu painel macio ao toque, o Toro traz materiais de boa qualidade, condizentes com seu segmento: bancos e portas dianteiras com revestimento parcial de couro com bom aspecto, fundo emborrachado nos porta-objetos do console central, textura macia nos comandos da central multimídia e do ar-condicionado, forro de teto moldado em tecido, além de plásticos internos com texturas distintas entre si e de aspecto durável. Pena é que o plástico do protetor de caçamba risque com muita facilidade, um sintoma que acometeu todos os três Fiat Toro que avaliamos, e que os cintos de segurança dianteiros fiquem facilmente enganchados entre os bancos e as colunas dianteiras, facilitando o surgimento de riscos nesta área.

Equipamentos = 9,0

Já que muitos consumidores do Toro vêm de sedans e SUVs, nada mais justo que oferecer um pacote extenso de itens de comodidade. O ar-condicionado, do tipo dual-zone, modo automático e regulagem de meio em meio grau (entre 16 e 32º C), também refrigera o compartimento abaixo do apoio de braço dianteiro. O computador de bordo é um dos mais completos disponíveis, com funções variadas tanto no tocante ao funcionamento do veículo (com funções cada vez mais raras, como voltímetro e temperatura do óleo da transmissão) quanto nos auxílios ao motorista, como velocímetro digital e informações sobre consumo de combustível. Vidros, travas e retrovisores elétricos se associam na hora de destravar ou trancar o carro e as janelas descem até o final nas portas traseiras, enquanto o sistema multimídia Uconnect agrega as principais funções dos dias atuais, como GPS com avisos de radar (mesmo em época de espelhamentos de celulares, os mapas na memória interna são confiáveis em caso de áreas onde não há cobertura de telefonia), conexões USB, Bluetooth e auxiliar, além de contar com 6 alto-falantes de boa qualidade, sem distorções mesmo em volumes elevados. E na linha 2018, houve uma ampliação desta gama de itens disponíveis, com destaque para a central multimídia com tela 1,2 polegada maior e com mais recursos.

Desempenho = 9,25

É o ponto em que o Toro 2.4 abre distância frente à versão 1.8, que é apenas suficiente para o porte e peso do modelo. Pode-se considerar o 2.4 um motor "old school", por ser aspirado e apelar para um dimensionamento 365 cm³ maior em relação ao propulsor Flex do Jeep Compass para render até 20 cavalos a mais com etanol, sem contar o fato de que a potência e o torque são plenamente entregues em elevadas rotações. Em conjunto com o câmbio automático de 9 marchas, a performance entregue é superior a todas as picapes médias Flex disponíveis em nosso mercado, com acelerações vigorosas a ponto de cantar pneus na primeira marcha (com controle de tração desativado) e muita disposição para entregar, mesmo acima dos 120 km/h permitidos em nossas estradas.

Segurança = 9,5

Não foram feitas concessões frente ao nível de segurança proporcionado pelo seu meio-irmão Jeep Renegade. De série estão disponíveis os úteis controles eletrônicos de tração e estabilidade, além do auxiliar de partida em ladeiras, freios ABS com assistência de frenagem de emergência (a disco ventilados na frente e a tambor atrás), alças de teto e, opcionalmente, os airbags laterais dianteiros, de cortina e para os joelhos do motorista. Lamentavelmente, a Fiat (logo ela, a rainha dos opcionais...) decidiu racionalizar a oferta de opcionais e retirou sem aviso prévio a oferta dos airbags adicionais, adotando apenas os dois obrigatórios. Mesmo com uma estrutura parruda, estável em colisões frontais e laterais (a exemplo do Renegade), as bolsas infláveis laterais e de cortina proporcionam um complemento importante para evitar ferimentos aos passageiros.

Consumo = 7,5

O Start&Stop, que é ativado toda vez que se liga o carro, é um triunfo que explica a versão 2.4 alcançar médias de consumo ligeiramente melhores em relação à versão 1.8 sem o dispositivo, e (de acordo com dados do Inmetro) também superiores ao Jeep Compass 2.0, que não traz o recurso. Apesar do Toro 2.4 se sair melhor em consumo de combustível quando comparado às picapes médias com motor Flex (ex.: Hilux, S10, Ranger), não se pode desprezar que a picape da Fiat é pesada e o motor, apesar de ser moderno, não é a última palavra em tecnologia (não há injeção direta de combustível ou turbocompressor, só para citar dois exemplos de artifícios técnicos que melhoram o rendimento dos automóveis). A média de 6,2 km/l é convivível, considerando a diferença considerável de preço entre esta versão 2.4 e a opção movida a diesel com câmbio automático mais em conta: 18 200 reais.

Custo-benefício = 9,0

Vale a pena comprar um Fiat Toro 2.4, gastando mais de 11 mil reais em relação à versão 1.8? Pela tamanha força à mais nas acelerações e retomadas que a picape demonstrou - e pensando pelo lado emocional - nossa primeira resposta seria um "sim". Afinal, este é o motor definitivamente à altura do porte e do estilo da picape, aliado a um câmbio suave e ágil nas mudanças automáticas. Mas a resposta final depende muito de seu uso. Caso a intenção seja rodar na cidade, praticamente sem pegar estradas, a versão 1.8 acena com preço menor, utilidade idêntica (mesma capacidade de carga e dimensões), e praticamente o mesmo pacote de equipamentos. Mas, quando você pisar no acelerador, a emoção com certeza não será a mesma.

Nota Final = 8,9

As notas são atribuídas considerando a categoria do carro analisado, os atributos oferecidos pelos concorrentes, além das expectativas entre o que o modelo promete e o que, de fato, oferece. Frações de pontuação adotadas: x,0, x,25, x,5, x,75. Critérios - Design = aspecto estético do automóvel. Espaço interno = amplitude do espaço para passageiros (dianteiros e traseiros, de acordo com a capacidade declarada do carro), locais para por objetos e bagagem. Conforto = suspensão, nível de ruído, posição de dirigir, comodidades. Acabamento = atenção aos detalhes internos, escolha de materiais e padronagens. Equipamentos = itens de tecnologia e conforto inclusos no automóvel avaliado. Desempenho = aceleração, velocidade máxima, retomada, comportamento em curvas e frenagem. Segurança = visibilidade, itens de proteção ativa e passiva. Consumo = combustível gasto e autonomia. Custo-benefício = relação de vantagem entre o preço pago e o que o carro entrega.

Vem conferir a Galeria de Fotos do Fiat Toro 2.4!



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