A emoção de dirigir o Porsche 718 Cayman!



Texto e fotos | Júlio Max, de Teresina - Piauí
Matéria feita em parceria com @showcarsthe

Tradição e modernidade são conceitos que normalmente são opostos, mas aqui no Porsche 718 Cayman, eles se complementam muito bem. A nomenclatura 718 faz referência a um esportivo de pista da década de 1960, e que trazia um pequeno (mas valente) motor de 4 cilindros. Esse resgate do número faz justamente menção à substituição do antigo 6-cilindros do Boxster/Cayman pelo 2.0 turbo de 4 cilindros, que entrega performance surpreendente e ainda oferece um consumo de combustível bem aceitável. 



O estilo do 718 Cayman representa uma evolução sem revolução em relação ao Cayman original lançado em 2005. Este cupê pode não ter o teto removível como o Boxster, mas retribui o motorista com uma maior rigidez torcional da carroceria e uma melhor distribuição do peso da carroceria. Visto de frente, ele se destaca pelos faróis de bi-xenônio, complementados pelas luzes de posição em LED. Na traseira, o aerofólio é acionado eletricamente conforme a velocidade ou por botão no painel, e as lanternas escuras são integradas a uma moldura preta. Destaque, também, para a saída central de escapamento.


Este exemplar do 718 Cayman que dirigimos, ano 2018, tem a carroceria pintada na cor Guards Red. Hoje, um igual a esse zero-quilômetro custa a partir de R$ 335.000, mas este valor pode aumentar a depender da personalização e de equipamentos que você desejar no carro. Só estas rodas estilo Carrera S de 20 polegadas, calçadas com pneus Michelin 235/35 na frente e 265/35 atrás, adicionam mais R$ 7.703 na conta.


No interior, entre os elementos que evidenciam a tradição Porsche, estão a ignição do motor do lado esquerdo do volante (uma tradição desde os antigos tempos das 24 Horas de Le Mans, em que o piloto corria em direção ao carro e a ignição à esquerda poderia fazê-lo ganhar alguns décimos de segundo) e o esquema de instrumentos concêntricos, com o conta-giros em posição de destaque, ao centro. Mas a tradição destes instrumentos analógicos é complementada pela tela de 4,6 polegadas no canto direito que exibe o computador de bordo. O motorista pode ver uma versão reduzida do mapa do GPS, além de som, telefone e várias informações sobre o veículo.



Bem montada, a cabine traz materiais de boa qualidade, como forro de teto preto moldado em tecido, materiais macios ao toque no painel e portas, volante e bancos revestidos de couro (também pretos), além de veludo em locais como os porta-mapas e o porta-luvas (com entradas USB e auxiliar). A cabine oferece bom espaço para os dois passageiros, até mesmo para a cabeça de quem tem cerca de 1,80 metro de altura. Mas, diferentemente de modelos como o Audi TT, o 718 Cayman sequer possui um banco traseiro para emergências: é efetivamente um carro de dois lugares. O console central possui apenas um pequeno porta-objeto integrado ao apoio de braço e o acendedor de cigarro com cinzeiro - item cada vez mais em extinção, aliás. Tanto é que os porta-copos são embutidos na moldura acima do porta-luvas (uma solução que lembra o Golf 4). 


A lista de equipamentos de série inclui direção eletromagnética com assistência variável, bancos em couro com ajuste elétrico do encosto, ar-condicionado automático de 2 zonas, sistema multimídia com GPS e Apple CarPlay, volante aquecível e ajustável manualmente em altura e profundidade, freio de estacionamento elétrico, faróis com acendimento automático, espelho interno anti-ofuscante, retrovisores externos eletricamente rebatíveis, além de iluminação interna com LEDs. Em termos de segurança, ele vem com airbags frontais, laterais e de cortina, além de freios a disco ventilados nas 4 rodas, com 330 milímetros de diâmetro na frente e 299 mm atrás.



A chave é muito bonita, acompanhando as formas clássicas dos Porsche e com as laterais pintadas na cor do carro, contando com os botões de destravamento e travamento do carro, bem como botões para abrir os porta-malas dianteiro e traseiro (também existem dois botões na soleira do motorista para isto). No 718 Cayman foi mantido o hábito de inserir a chave para acionar a ignição, ao invés dos habituais botões de partida de outros modelos deste segmento.



O motor deste 718 Cayman, montado em posição central e normalmente inacessível, é o 2.0 4-cilindros turbo de 300 cavalos e 38,7 kgfm de torque de 1900 a 5000 rpm, força que o faz acelerar de 0 a 100 km/h em 4,9 segundos, ir de 0 a 160 km/h em 11,1 segundos e atingir a velocidade máxima de 275 km/h. O câmbio é o PDK de dupla embreagem banhada a óleo com 7 marchas e modo sequencial de trocas. E a tração é traseira, o que faz toda a diferença na tocada esportiva. Ah, e segundo a Porsche, ele ainda tem um consumo de combustível bem razoável para um esportivo, de 9,1 km/l na cidade e 12,2 km/l na estrada.


O 718 Cayman carrega a tradição dos tempos do Fusca e 911 de oferecer o porta-malas principal na frente, e ainda mais um espaço atrás dos bancos para levar bagagens. O porta-malas da frente, de 150 litros, é até bem fundo e acomodou bem o tripé utilizado em nossas filmagens. Já o porta-malas traseiro, de 275 litros, fica depois da torre estrutural prateada e tem capacidade equivalente à de um hatch compacto.

Impressões ao Dirigir



Entrar no 718 Cayman é fácil, difícil é sair. E nem é porque é um carro muito bom: é porque os bancos, em posição baixa, exigem um certo contorcionismo para deixar o carro. Mas eles acomodam muito bem os ocupantes. A posição de dirigir é um pouco esticada, mas muito boa, com ótimo apoio para o pé esquerdo e inclusive com visibilidade até interessante para um esportivo deste segmento. O aerofólio não atrapalha na visão para trás.



O ronco do 4-cilindros é gostoso de ouvir, mas não chega a ser visceral. A direção, cômoda, tem boa variação da assistência e a suspensão, apesar de bastante firme, até que proporciona certo conforto aos ocupantes, mesmo com as rodas de 20 polegadas. Sim, motorista e passageiro podem sentir certos chacoalhos, mas o carro não raspa e consegue encarar até lombadas como um carro "normal", então não é preciso dirigi-lo com excesso de cuidado, como num carro de suspensão rebaixada.



Na hora de acelerar, a força é entregue muito rapidamente: com o carro no modo Sport, tanto a assistência da direção quanto o ronco do motor são modificados. A rapidez com a qual o Porsche ganha velocidade chega a assustar, mas a distribuição de peso, os pneus largos e os assistentes eletrônicos garantem que o esportivo contorne curvas com maestria. Para parar, os freios ventilados nas 4 rodas oferecem um enorme auxílio. Em resumo: mesmo sendo a versão mais básica do Cayman, seu nível de performance é superior ao do que a maioria dos meros mortais terá condições (ou coragem) de desfrutar.



Porsche em Teresina (ainda) é um sinônimo de exclusividade. De acordo com nossos amigos do Exclusivos Piauí, existem pouco mais de 40 unidades de carros da marca em nosso Estado, só que este valor inclui todos os modelos; a grande maioria deles concentrados na capital. Existe a expectativa de que no final do ano seja inaugurada a primeira concessionária da Porsche em Fortaleza. E quem sabe veremos mais exemplares dessas joias alemãs em nossas ruas...

Vem conferir mais imagens do Porsche 718 Cayman!



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