Jeep Renegade Turbo aparece em setembro [Coluna Fernando Calmon]


A FCA estaria preparando uma surpresa para setembro com o Jeep Renegade. Não esperaria até o início de 2021 para agitar o mercado com o novo motor Firefly turbo, de 1,33 L de cilindrada, previsto para começar a ser produzido na fábrica de Betim (MG), no primeiro trimestre do próximo ano. A ideia seria importar da Itália um modelo pronto para uma espécie de avant-première, como estratégia de marketing. O motor do carro é a gasolina, mas o nacional será flex. Todavia, a fabricante não confirmou a informação da minha fonte.


O Firefly turbo tem versões de 150 e 180 cv. O primeiro está reservado para o Renegade e o segundo para o Compass. A concorrência entre os SUVs compactos tem ficado cada vez mais feroz. São 13 modelos, incluindo o Nivus que chegará às concessionárias entre o final de julho e o começo de agosto.

Uma das vantagens do novo motor da FCA é o consumo de combustível, além do melhor desempenho em relação ao atual de 1,8 L conhecido como E.torQ. Talvez a versão básica do Renegade mantenha esse motor porque tem custo menor de produção.


EMPLACAMENTOS REPRESADOS MELHORAM NÚMEROS NEGATIVOS


Junho será um mês de recuperação das vendas, mas ainda não dá para comemorar. Números refletem a reabertura dos principais Detrans do País. No entanto, tudo indica que o pior já passou, embora recuperação seja lenta. Em debate promovido pela Anfavea, o presidente da entidade, Luiz Carlos Moraes, apontou que os emplacamentos subiram de 4 a 5 mil por dia para 7.000.

“Acredito que vamos precisar de estímulo ao consumo, como já está sendo feito em diversos países, para incentivar a compra no pós-pandemia. Os concessionários também enfrentam situação muito difícil, mas continuam importantes para as marcas, apesar do avanço das vendas on-line. Carros elétricos e autônomos terão um atraso considerável nos seus projetos e implantação por aqui e, provavelmente, também nos Estados Unidos”, pontuou Moraes.

Para Ricardo Bacellar, da consultoria KPMG, a pandemia se refletiu em mudança surpreendente sobre a posse do veículo.

“Há cerca de um ano, em pesquisa mundial, havia grande interesse em utilizar o sistema de assinatura, espécie de compartilhamento; agora o carro próprio voltou a atrair. Mas assinatura ainda pode ser explorada. Isso se deve ao medo de contágio, inclusive no transporte coletivo. Pelo mundo existe tendência de compra de modelos mais simples, basicamente como meio de transporte seguro e acessível.”

Gustavo Pena, do Google, detectou três tendências de compra. “A principal foi a procura pelo carro dos sonhos, que nos indicou o interesse por modelos mais luxuosos. A outra diz respeito à mobilidade. Pessoas que passaram a trabalhar em casa querem se mudar para o interior e precisam de um carro. Detectamos muitos interessados na compra de um veículo motivado pela pandemia, evitando não só o transporte coletivo, mas também poder se deslocar sem restrições. Por sinal, o modal viagem no carro próprio deve crescer no pós-pandemia.”

Em minha opinião, um problema trazido pela valorização do dólar é justamente os modelos de entrada de cada marca. Fica mais difícil diluir os aumentos de custos porque são carros com margens mais estreitas e descontos menores. Por isso será mais difícil encontrá-los nas concessionárias. Por outro lado, alguns analistas acreditam numa queda de vendas em 2020 sobre 2019 mais perto de 30% do que de 40%. Não é grande consolo, mas um pequeno alívio.

DUSTER À ESPERA DO FIM DA PANDEMIA


Na concorrência entre SUVs compactos não é fácil sobressair. Mas o Duster resolveu a maior parte dos vícios de nascença, no ano-modelo 2021. Lançado em março às vésperas das primeiras medidas de isolamento social, ainda não pôde mostrar seu desempenho em vendas.

As mudanças externas envolveram até inclinação do para-brisa e um capô redesenhado para abrigar o motor de 1,3 L turbo, previsto para o início de 2021 (já disponível na Argentina, exportado da Colômbia). O conjunto atual de motor 1,6 L/120 cv (etanol) e câmbio automático CVT apresenta respostas algo lentas, seu ponto mais vulnerável. Sistema start-stop é de série. O motor de 2 litros já tinha sido descontinuado.


Rigidez torcional aumentada, direção agora com assistência elétrica (volante regulável em altura e distância) e o conhecido vão livre do solo de 23,7 cm (o maior do segmento) melhoraram nitidamente a dirigibilidade no uso do dia a dia. Na versão avaliada, Iconic, rodas são de 17 pol. O interior também ficou melhor, especialmente os bancos dianteiros com boa sustentação lateral. O console central foi um pouco deslocado na direção do motorista, facilitando a visualização.


Conjunto multimídia de 8 pol. permite parear dois celulares e até cinco usuários, além de intuitivo de operar. O quadro de instrumentos tem desenho agradável e moderno. Há quatro câmeras (frontal, traseira e duas laterais), além de alerta de ponto cego. Faltam portas USB para os passageiros do banco traseiro que têm espaço para pernas, ombros e cabeças que são referências no segmento. Além do maior porta-malas: 475 litros.

Fernando Calmon (fernando@calmon.jor.br), jornalista especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e consultor em assuntos técnicos e de mercado nas áreas automobilística e  de comunicação. Sua coluna automobilística semanal Alta Roda começou em 1º de maio de 1999. É publicada em uma rede nacional de 98 jornais, sites e revistas. É, ainda, correspondente no Brasil do site just-auto (Inglaterra).

www.fernandocalmon.com.br

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