Um passeio com o requintado Chrysler 300C V6 2012!


Texto e fotos | Júlio Max, de Teresina - PI
Colaborou nesta matéria | Raphael Ferry

Desde os anos 1940, a Chrysler mantém a tradição de oferecer sedãs de grande porte que se destacam pelo requinte. A marca norte-americana iniciou em 1955 a dinastia 300, que se estendeu até a década de 1970. Em 1998, a ideia foi resgatada e foi apresentado ao mundo o 300M, que, em 2004, cedeu seu posto para o 300C.

Em sua primeira geração, o 300C começou a ser importado oficialmente ao Brasil em 2005, inicialmente com motor 5.7 V8 HEMI de 340 cavalos. Em 2007, foram vendidos exemplares da versão SRT8, que trazia um propulsor 6.1 V8 ainda mais potente, de 431 cv. Mas foi a partir de 2008 que o 300C passou a ser mais popular em nosso País, graças à introdução da versão 3.5 V6 de 249 cavalos, mais acessível. 

O sucesso deste modelo encorajou a Chrysler do Brasil a vender a segunda geração do 300C, lançada em 2012, somente na versão com motor de seis cilindros em V (no caso, o 3.6 de 286 cv). Esta geração ganhou câmera de ré e rodas de liga leve de 20 polegadas em 2014, passou por uma reestilização mais abrangente em 2015 e, logo em seguida, deixou de ser vendido no Brasil, mas continua em produção em Ontario (Canadá) para atender ao público norte-americano.

O 300C 2011/2012 das imagens, disponível na Pedro Veículos, conta com personalizações visuais que incluem emblemas SRT, remoção dos frisos cromados dos para-choques, emblemas Chrysler em preto e adição de máscara negra aos faróis e às lanternas. A carroceria de 5,04 metros de comprimento por 1,90 m de largura é imponente, assim como as rodas de 18 polegadas de seis raios duplos, calçadas com pneus 225/60.

O interior é tipicamente norte-americano, com acabamento sofisticado e vários equipamentos que eram bastante inovadores para sua época. Neste exemplar, a ambientação possui as cores marrom e bege. A coluna de direção é regulável eletricamente e o volante tem aro em madeira e couro com possibilidade de aquecimento, incorporando botões para operação do computador de bordo, do sistema de som e do controlador de velocidade de cruzeiro.

O quadro de instrumentos combina frisos cromados com a iluminação azul, que dá um tom futurista ao visor. O conta-giros, sem marcação vermelha, engloba a informação da marcação de temperatura do motor, enquanto o velocímetro, com escala em km/h e mph, engloba o marcador de combustível. Ao centro fica a tela colorida do computador de bordo, que exibe, entre outras informações, velocímetro digital, pressão individual dos pneus, informações de computador de bordo, posição do câmbio, temperatura do líquido de arrefecimento do motor em ºC, temperatura e pressão do óleo, temperatura da transmissão, horímetro do motor, além do menu de economia com autonomia e consumo médio/instantâneo (porém, na escala de litros por 100 km).

O charme do relógio analógico na parte superior central do painel contrasta com a tela sensível ao toque de 8,4 polegadas do sistema multimídia Uconnect. Se até hoje este é um tamanho de monitor respeitável, imagine em 2012, quando as centrais multimídia ainda não eram tão comuns... A tela exibe mapas do GPS e informações de áudio, telefone, ar-condicionado, entre outras. É possível até abrir ou fechar a persiana do vidro traseiro por um menu na tela. Outro destaque é o sistema de som da Alpine com nove alto-falantes e amplificador de 506 Watts. Porém, a multimídia originalmente não contava com opção de linguagem em português.

O ar-condicionado de duas zonas também conta com comandos físicos logo abaixo da tela do sistema multimídia. Logo abaixo é possível inserir cartão de memória e CDs. 

O console central, que incorpora molduras com padrão em madeira, conta com uma tampa retrátil que dá acesso a um pequeno porta-objetos (revestido de veludo, com uma tomada de 12 Volts) e abriga a alavanca do câmbio automático E-Shift. 

Logo atrás, uma tampa corrediça esconde dois porta-copos que podem ser aquecidos ou refrigerados, e, há ainda um apoio de braço revestido de couro com porta-objetos embutido, que possui porta-moedas corrediço e removível, cinzeiro, além de vários nichos, entradas USB/auxiliar e mais uma tomada de 12 Volts.

O porta-luvas pode ser travado com a chave, possui abertura amortecida, iluminação e forração de veludo.

Os para-sóis contam com espelhos, iluminação e extensores, para evitar que o motorista tenha a visão ofuscada. O console de teto inclui porta-óculos, dois focos de iluminação de leitura e comandos para acionamento elétrico da persiana e da abertura do teto solar panorâmico.

Os retrovisores externos possuem rebatimento elétrico e contam com lentes fotocrômicas. Na porta do motorista estão os comandos para selecionar e regular as duas memórias de posição do banco do condutor, bem como os botões dos vidros (com função um-toque nas janelas dianteiras), travas e retrovisores, além do comando (meio escondido, junto ao porta-objetos da parte inferior da porta) para abrir a portinhola do tanque de combustível.

A parte esquerda do painel concentra os comandos de acionamento dos faróis (inclusive com posição para acendimento automático), regulagem do brilho dos instrumentos e da intensidade da iluminação interna, além de botão para abertura da tampa do porta-malas. Como é típico em automóveis norte-americanos, um pequeno pedal libera (ou trava) o freio de estacionamento do sedã.

Em termos de acabamento, o 300C conta com as partes superiores do painel e das portas dianteiras e traseiras em material macio ao toque, além do couro (nos bancos, nos apoios de braço e em partes das portas) e da madeira em frisos nas portas. Os bancos dianteiros podem ser aquecíveis ou ventiláveis em dois níveis (low ou high) e são reguláveis eletricamente, inclusive na posição lombar, em quatro níveis. Para o motorista, é possível até mesmo regular eletricamente a distância dos pedais, através de um pequeno botão à frente do ajuste do banco.

A mordomia para os ocupantes do banco traseiro inclui: apoio de braço central com dois porta-copos e um porta-objetos com tampa, dois porta-revistas, duas saídas de ar traseiras, aquecimento dos assentos laterais (em dois níveis), tomada de 12 Volts e acionamento da cortina do teto solar através de um botão. O espaço para pernas é bem amplo nas posições laterais, e, como era de se esperar, o túnel central tira para si um espaço significativo do eventual ocupante do meio do banco traseiro.

O motor 3.6 Pentastar V6, de 286 cavalos a 6350 rpm e torque de 34,7 kgfm a 4650 rpm, está aliado à tração traseira e ao câmbio automático E-Shift de oito marchas, que conta com operação "shift-by-wire": ao apertar o botão e empurrar a alavanca levemente para a frente ou para trás, são alcançadas as posições desejadas. A direção do 300C contava com assistência eletro-hidráulica.

Segundo a Chrysler, o 300C acelerava de 0 a 100 km/h em 7,8 segundos e chegava à velocidade máxima de 235 km/h. O sedã contava com suspensão independente nas quatro rodas, com arquitetura de braços duplos articulados (“tipo A”) na frente e braços multilink atrás, e ainda com os controles eletrônicos de tração e estabilidade para ajudar a carroceria a se manter no prumo desejado.

O porta-malas pode ser aberto por um pequeno botão embutido no brake-light, que dá acesso ao compartimento com 462 litros de capacidade. Bem revestido em carpete e com iluminação no canto esquerdo, o porta-malas traz ainda uma alavanca que brilha no escuro para que uma pessoa possa abrir a tampa por dentro.

Impressões ao dirigir

A chave é presencial e permite ligar o 300C ao toque de um botão, localizado à direita da coluna de direção. Pé no freio e partida: surge um ronco agradável, mesmo se tratando de um seis-cilindros, e mais grave do que o "tom" do carro original. O volante de textura lisa é agradável. Seu diâmetro ligeiramente maior do que os volantes dos carros mais convencionais, somado ao fato da assistência da direção ser eletro-hidráulica, faz com que haja certo esforço para se manobrar o 300C - tanto que, na reestilização de 2015, a Chrysler optou por uma direção puramente elétrica. Mas os sensores dianteiros e traseiros de estacionamento facilitam a tarefa de encaixar o sedã nas vagas de estacionamento.

O freio de estacionamento "no pé" não exige tanto esforço assim: basta ter atenção para se certificar que a luz-espia no quadro de instrumentos acendeu ou apagou. Outro ponto "diferentão" do modelo é a única alavanca na coluna de direção, que, ao mesmo tempo, controla luz alta, setas (inclusive com função Lane Change) e limpadores dianteiros. Em movimento, o 300C agrada principalmente pela boa absorção de impactos de sua suspensão independente nas quatro rodas, com calibragem nitidamente voltada para o conforto, mesmo que para isso a sensação seja de que o Chrysler "flutue" em alguns momentos. E basta pisar mais forte no acelerador para os giros subirem e o motorista ter mais esportividade em suas mãos. Os freios reagem bem e, apesar das rodas de 18 polegadas, até que o sedã consegue encarar lombadas numa boa. 







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