Os detalhes do Jeep Renegade Sport "Opening Edition"



Com massiva divulgação na TV, revistas, sites e outras mídias desde o início de 2015, o Jeep Renegade finalmente chega às concessionárias despertando grande curiosidade nos consumidores. As primeiras unidades a chegarem a Teresina (PI) são da versão de entrada Sport, manual ou automática, sempre com o motor 1.8 E.torQ Flex. A previsão da chegada das opções Longitude e Trailhawk é para o fim de abril, e por ora não há test-drive disponível. As 1000 unidades iniciais (excetuando-se os Trailhawk) recebem o emblema "Opening Edition", sem apresentar quaisquer outras alterações. Fabricado na nova planta de Goiana (PE), o Renegade é um produto globalizado, produzido também em Melfi (Itália), de onde é exportado para os exigentes mercados norte-americanos e europeus. Será que o Jeep produzido no Brasil tem bom custo-benefício mesmo em sua versão de entrada? Fomos conferir!



Externamente, o Renegade é compacto porém robusto: os faróis estão envolvidos em uma moldura preta que abriga as sete entradas de ar verticais com contornos cromados; a parte inferior dos para-choques, maçanetas e retrovisores externos são de plástico preto, os para-lamas são alargados (recurso também usado pelo Renault Duster) e as formas traseiras são predominantemente retangulares. A inspiração para o estilo da dianteira é declaradamente o pioneiro Willys, mas também é possível enxergar semelhanças com o atual Wrangler. As rodas aro 16'' de liga leve, calçadas com pneus de perfil alto, vão contra as tendências de modelos como Tracker e Peugeot 2008, mais urbanos e com rodas aro 17'' de fábrica.



O Renegade possui vários "easter eggs", pequenos detalhes curiosos espalhados pela carroceria. A inscrição "O|||||||O", que remete aos faróis e grade do Jeep Willys, está presente nas lentes das lanternas, nas molduras dos alto-falantes e no acabamento da tampa do porta-malas. O "X", reverência aos galões de combustível, está na base dos porta-copos, no "D" do logotipo e nas lanternas. Acima do sistema de som, a frase "Since 1941" (presente em outros Jeep) remonta ao ano do início de produção dos Jeep militares e, ao invés da faixa vermelha do conta-giros, há "borrões" laranjas, que lembram lama para uns, paintball para outros.



Outro detalhe interessante é o relevo do porta-trecos à frente da alavanca de câmbio, um pequeno mapa da trilha de Fins and Things no deserto de Moab (em Utah, EUA). Quem for muito detalhista vai perceber que, no canto direito do para-brisa, há a silhueta lateral do Jeep original, ao redor do tambor de ignição há a frase "To New Adventures!" e no centro do vidro traseiro anda o "Pé Grande". Mas o detalhe mais legal (em nossa opinião) é a aranha perto do bocal do tanque de combustível, que diz "Ciao Baby!", uma fusão de expressões dos idiomas italiano (Fiat) e inglês (Jeep).


Por dentro, o ambiente predominantemente preto reforça o estilo bruto, que "disfarça" a sujeira. O acabamento é bem-cuidado, sem grandes luxos nesta versão, e o espaço interno é amplo para pernas, ombros e cabeça dos cinco ocupantes. Seu quadro de instrumentos transmite modernidade ao dispor de uma tela digital colorida de informações, com computador de bordo que mostra consumo médio e instantâneo, distância percorrida, autonomia, indicador de portas abertas, entre outras informações.


De série, a versão Sport traz direção elétrica com ajustes de altura e profundidade, ar-condicionado manual, freio de estacionamento elétrico, cintos de segurança de três pontos e encostos de cabeça para os cinco ocupantes, ajuste manual de altura do banco do motorista, alerta de velocidade programável e de revisão, banco traseiro bipartido (60/40) rebatível, chave-canivete com botão de abertura do porta-malas (pressionando-se 2 vezes), vidros (com função um-toque), travas e retrovisores elétricos, para-sóis com espelhos e iluminação ao abrir a tampa, faróis e lanterna de neblina, sensor de estacionamento traseiro, limpador e desembaçador traseiro, porta-revistas atrás dos bancos dianteiros, duas luzes de leitura frontais, apoio de braço frontal com porta-objetos embutido, porta-óculos e controlador de velocidade automático.


Em termos de segurança, além dos triviais airbags frontais e freios ABS, o Renegade traz controles eletrônicos de tração e estabilidade (compatível com reboques em engate Mopar opcional), sistema de fixação de cadeirinhas ISOFIX, alarme perimétrico, Hill Start Assist (assistente de partidas em ladeiras), freios a disco nas 4 rodas (ventilados na dianteira, sólidos na traseira) com assistente de frenagem de pânico e controle eletrônico anti-capotamento.


O sistema de som tem mesma interface e funcionalidades ao das versões do Uno 2015 com rádio Double-DIN de fábrica. A tela, monocromática, destoa do estilo moderno do painel e do próprio computador de bordo entre os instrumentos. Como no compacto da Fiat, não há CD Player. Há os menus (com ícones ao saudoso estilo 8-bits) "Rádio" com função RDS, "Aux", "USB" com reprodução de arquivos em formato MP3 e "Bluetooth", que se conecta com o telefone para efetuar chamadas. A qualidade do som ao menos é boa, mérito dos seis alto-falantes.


O passageiro da frente conta com uma alça que pode garantir apoio extra em inclinações acentuadas. Abaixo dele está o porta-luvas, com iluminação e espaço razoável. Todas as portas possuem revestimento em tecido preto, porta-objetos e alto-falantes com molduras na cor bronze.


Destravado ao se passar a mão em um vão baixo da tampa, o porta-malas abriga 260 litros (a mesma capacidade de um Celta...). Apesar de não ser um dos mais espaçosos, conta com duas luzes e ganchos para fixação de carga. Vale salientar que o estepe com roda de ferro tem a mesma dimensão dos outros pneus (215/65), sendo pomposamente batizado de "full size". Há um recuo na tampa do lado direito que facilita o fechamento da tampa. Note que a parte interna plástica também traz os relevos dos faróis e grade característicos dos Jeep. Rebatendo-se os bancos de trás, a capacidade é ampliada para 1300 litros.


Seu motor 1.8 16v E.torQ EVO é uma variação do propulsor inaugurado pelo Fiat Punto Sporting em 2010 e que atualmente equipa Linea, Bravo e Doblò Adventure. Rende 130 cavalos a 5250 rpm e 18,6 kgfm de torque a 3750 rpm utilizando gasolina, ou 132 cv e 19,1 kgfm com etanol no tanque.

Os dados da Jeep apontam, para a versão automática de 6 marchas, aceleração de 0 a 100 km/h em 11,5 segundos e velocidade máxima de 181 km/h (usando etanol) e, com gasolina, 0 a 100 km/h em 12,6 s e máxima de 179 km/h. Na prática, o peso de 1393 quilos na versão Sport (1432 kg com câmbio automático) e a carroceria com formato pouco aerodinâmico desfavorecem seu desempenho. O capô possui manta acústica, mas mantém a vareta de sustentação. Outro detalhe superado é a presença do reservatório de gasolina para partida a frio.





Avaliado pelo Programa de Etiquetagem Veicular do Inmetro, o Renegade Sport manual de 5 marchas consume, na cidade, 6,7 km/l utilizando etanol e 9,6 km/l com gasolina. Em perímetro rodoviário, as marcas são de 7,4 km/l (com etanol) e 10,7 km/l (com gasolina), o que lhe rendeu a classificação B na categoria "Utilitário Esporte Compacto". Considerando que tanque comporta 60 litros, a autonomia desta versão pode chegar a 642 quilômetros utilizando o combustível derivado do petróleo. A emissão de dióxido de carbono na atmosfera é de 133 gramas/km rodado.

O Renegade mede 4,23 metros de comprimento (sendo 2,57 m reservados à distância entre-eixos), 1,80 m de largura e 1,67 metro de altura. Apesar de não ser um "Trail Rated" da Jeep, por contar com tração apenas nas rodas dianteiras, o Jeep conta com altura em relação ao solo de 17,7 centímetros, suspensão independente nas quatro rodas e bons ângulos de ataque (20,4 graus) e saída (29,4 graus). Sua carga útil é de 400 quilos, com capacidade de reboque para até 800 kg.


O Renegade Sport parte de R$ 69 900, sem custo adicional para as cores sólidas (Vermelho Colorado e Verde Commando, nos modelos das fotos) enquanto a Prata Melfi Metálica sai por R$ 1300 a mais. Com o câmbio automático, seu preço passa para R$ 75 900.

Os opcionais são: Pacote Multimídia (que inclui sistema de som com tela de cinco polegadas touchscreen, reconhecimento de voz, navegação GPS  e câmera de ré, além de volante com revestimento em couro e controles de áudio e Bluetooth, por R$ 4600), Pacote Segurança (atrelado ao Pacote Multimídia, acrescenta airbags laterais dianteiros, de cortina e para os joelhos do motorista, além do monitoramento da pressão dos pneus, por R$ 3500), teto solar elétrico panorâmico (que custa R$ 6700 e também está vinculado ao Pacote Multimídia), Pacote Conforto (ofertado junto com o Pacote Multimídia; adiciona retrovisores externos dobráveis eletricamente, porta objetos sob o banco do passageiro, que passa a ser dobrável; tomada de 12 Volts no porta malas e outra de 127V, além de lanterna removível, ao preço de R$ 1250) e parafusos antifurto (R$ 170).


No mês de junho deverá chegar às concessionárias a versão mais básica "1.8" sem sobrenome, que vai custar R$ 66 900. Em Teresina, o Renegade será inicialmente vendido na United Car da Avenida Universitária, mas no segundo semestre de 2015 haverá uma loja exclusiva Jeep na avenida João XXIII, que ficará entre a Citroën Jelta France e a inédita concessionária Hyundai em construção. Detalhe: o Jeep ficará quase de frente para o principal rival, o Honda HR-V.


Pesando-se as versões Sport do Renegade Automático e LX do HR-V CVT, os modelos possuem preços muito parecidos: R$ 75 900 contra R$ 75 400. Externamente, o Jeep conta com os práticos faróis de neblina e luzes de seta nos retrovisores, mas o Honda ostenta visual elegante, que lembra bem a versão topo-de-linha, em parte pelas rodas de liga leve aro 17'' e pelas maçanetas e retrovisores na cor do carro. Em itens de série, os utilitários se equivalem, trazendo ar-condicionado tradicional, direção elétrica, airbags frontais, controles de estabilidade e tração, trio elétrico, freio de estacionamento elétrico, entre outros itens. Ambos também oferecem bom espaço interno, mas o Honda leva grande vantagem no porta-malas (437 x 260 litros).

Ambos contam com belos quadros de instrumentos que destoam das telas monocromáticas dos rádios (que também possuem quase os mesmos recursos, embora o HR-V tenha CD Player). A diferença fundamental entre os modelos aparece na mecânica: o Honda, com seu motor 1.8 i-VTEC sem reservatório para partida a frio, consegue ser mais rápido (0 a 100 km/h em 11,0 s com etanol) e econômico (10,5 km/l na cidade e 12,1 km/l na estrada, com gasolina). O Jeep retruca com uma lista de opcionais muito interessante, que envolvem itens de segurança e comodidade, mas que chegam a ultrapassar o valor da versão mais cara do HR-V, ao custar R$ 92 120 com todos os opcionais disponíveis (sem incluir pintura metálica). O Renegade é a opção mais indicada para o off-road leve, enquanto o HR-V possui um conjunto voltado ao uso urbano.


O plano de revisões do Renegade ocorre em intervalos de 12 mil quilômetros ou um ano de uso, o que ocorrer primeiro, envolvendo sempre a troca de óleo do motor e de seu filtro, além do filtro de ar e do filtro de combustível. A primeira revisão sai por R$ 327; a segunda, por R$ 477. Na revisão de 3 anos/36 mil km rodados, o fluido de freio é trocado e o valor da revisão sobe para R$ 764; a revisão seguinte custará R$ 684, e a de 60 mil quilômetros ou 5 anos substitui também as velas de ignição, ao preço de R$ 947.

Comentários

Anônimo disse…
Sou proprietário de um Renegade Sport diesel. Instalei um engate para reboque e na concessionária pediram para eu levar ao meu eletricista para fazer a passagem da fiação até ao engate, isto porque não tinham um eletricista. Não encontrei ninguém que fizesse o serviço, sempre alegando desconhecimento da tecnologia empregada. Liguei para outra concessionária que além de não saberem fazer ainda me sugeriram uma gambiara.Lamentável.
coruja disse…
Olá amigo tbm tenho um Renegade e acabei de instalar um engate nele, fiz a ligação no Julico som aqui no Rio e acredito que em qualquer loja de instalação de som e engates faça isso, só precisa trocar as lampadas do reboque para lampadas de led de 5 amperes pois senão dá erro no painel do Jeep.
Unknown disse…
Olá amigos! Acabei de comprar um renegade sport 2016 e notei que o carro não possuía a tampa interna do tanque de combustível como é comum em todos os carros. Isto é normal mesmo??