Nova geração do Ford Territory estreia no Brasil por R$ 209.990: já conferimos de perto!


Até agora, a vida do Ford Territory nunca foi muito fácil no Brasil. O SUV chegou a ser apresentado de surpresa durante o Salão do Automóvel de São Paulo em 2018, confirmando os planos para importação deste modelo por aqui. Tratava-se de um utilitário baseado no chinês JMC Yusheng S330, mas alterado em alguns pontos para incorporar elementos da marca do oval azul. Porém, o Territory só chegou às concessionárias nacionais em agosto de 2020 - na época de pandemia do coronavírus, ainda antes da vacinação, com as lojas em ciclos de abre-e-fecha. Veio em duas versões, SEL e Titanium - o modelo de entrada durou pouco tempo no mercado. Quando chegou, o preço era alto demais diante dos demais SUVs médios; quando seu valor ficou alinhado com o dos rivais, o modelo já não encantava mais a clientela. No acumulado de 2023, o Territory teve 700 unidades emplacadas - volume quase idêntico ao da F-150, que custa mais que o dobro do valor e só começou a ser entregue em nosso País a partir de maio deste ano. Agora, a Ford aposta em uma geração completamente nova do Territory para seduzir os exigentes consumidores de SUVs médios, ficando melhor em todos os aspectos e contando com preço competitivo. Nós do Auto REALIDADE pudemos conferir estaticamente o modelo 2024 ao mesmo tempo em que as primeiras informações oficiais sobre ele foram divulgadas.

A segunda geração do Territory tem até um nome diferente em seu país de origem: lá, ele atende por Equator Sport. Aqui (e em todos os mercados de exportação), optou-se por manter o batismo. Mas todo o restante foi reformulado: apesar da parceria entre JMC e Ford seguir de pé na China, o SUV apresentado agora segue os padrões de estilo de outros Ford produzidos localmente, como a mais recente geração do Mondeo e o crossover Evos.

A carroceria cresceu em comparação com a geração anterior, ficando 5 centímetros mais comprido e 3,2 cm mais alto, mas o novo estilo com linhas horizontais faz o novo Territory parecer ainda maior. O conjunto ótico de LED é agora desmembrado em dois níveis: na parte de cima ficam as luzes de posição (que se interligam visualmente com o friso na parte superior) e as luzes de seta; abaixo, estão os faróis principais e de neblina. A grade dianteira hexagonal foi ampliada verticalmente e o para-choque traz estilo mais ousado.

Na lateral, o aumento do tamanho das rodas de liga leve de face diamantada e fundo escurecido (de 18 para 19 polegadas, agora com pneus Goodyear EfficientGrip 235/50) equilibra mais as proporções da carroceria. A linha superior dos vidros agora é mais uniforme, com a linha de cintura se elevando levemente à medida em que avança para a traseira.

Atrás, as lanternas horizontalizadas de LED invadem mais a tampa do porta-malas - e trazem luzes de seta dinâmicas, diferentemente da dianteira. O nome do carro agora fica abaixo do logo da Ford. No lado esquerdo fica a identificação "EcoBoost" e, à direita, o nome da versão. O para-choque traseiro conta com luzes de neblina.

A nova geração do SUV possui 4,63 metros de comprimento, 1,94 m de largura (2,18 m com os retrovisores), 1,71 metro de altura e 2,73 m de distância entre-eixos.

O interior do Territory, assim como a parte externa, em praticamente nada lembra a geração anterior. As telas do quadro de instrumentos e do sistema multimídia foram visualmente unificadas e são maiores: no lado esquerdo, o monitor foi ampliado de 10 para 12,3 polegadas, enquanto a tela sensível ao toque na parte central do painel foi ampliada de 10,1 para (também) 12,3 polegadas. A antiga haste do controlador de velocidade de cruzeiro, na parte inferior esquerda da coluna de direção, foi abolida: o volante agora possui estes comandos no seu raio esquerdo (incluindo botão de operação do assistente de permanência em faixa e até um comando-coringa com função que pode ser configurada. No lado direito ficam os botões de operação do computador de bordo, que podem se converter na operação de áudio.

Em termos de acabamento, o Territory evoluiu em alguns aspectos e traz bons materiais. A parte superior do painel e das portas dianteiras (e, agora, das traseiras) contam com material macio ao toque; todas estas partes mencionadas também possuem couro com costuras aparentes, também presentes nas laterais do console dianteiro. O material também está presente nos apoios de braço. Curiosamente, foram mantidos os apliques imitando madeira que já existiam na geração passada. Os porta-objetos do console central trazem fundo emborrachado e o couro também está no volante e nos bancos. Uma peculiaridade da parte interna do modelo da Ford é que predomina uma cor azul-escura, quase preta (na geração passada, o preto convivia com o bege).

As chaves de seta e de limpadores estão entre as poucas coisas que foram herdadas da geração anterior, assim como a chave presencial, que mantém os botões de travamento e destravamento do veículo, bem como para abertura do porta-malas. O botão de ignição foi reposicionado e agora fica à direita da coluna de direção. Abaixo dele fica o comando de regulagem da altura do facho dos faróis.

Os bancos dianteiros contam com ajustes elétricos e ventilação em três níveis, sendo que o motorista também tem à disposição o ajuste lombar. Atrás, chamam a atenção a amplitude de espaço para pernas e cabeça, bem como o fato de que o assoalho é praticamente plano, ampliando o conforto para quem viaja ao meio. Há dois porta-revistas, apoio de braço com porta-copos, duas saídas de ar direcionáveis e uma entrada USB. As quatro portas dispõem de luzes vermelhas, que servem como iluminação de cortesia e alertam quem estiver ao redor sobre o carro parado e com porta aberta. O modelo tem quatro modos de condução – Normal, Serra/Colina, Eco e Esportivo –, que ajustam parâmetros do veículo conforme as condições de rodagem. 

Em termos de segurança, o Territory dispõe de carroceria com aços de alta resistência, freios a disco nas quatro rodas, controles de estabilidade e tração, assistente de partida em ladeiras, controlador de velocidade de descida, monitoramento de pressão dos pneus, frenagem autônoma de emergência com detecção de pedestres, controlador de velocidade de cruzeiro adaptativo com função stop & go, monitor de pontos cegos, alerta de saída da pista e assistente de permanência em faixa, sensores e assistente de estacionamento, câmeras de visão em torno do veículo e seis airbags com detecção de ocupantes.

O utilitário também dispõe de direção elétrica, seletor de marcha rotativo, freio de estacionamento eletrônico com função Auto Hold, teclas de comandos de áudio e chamadas no console, teto solar panorâmico com abertura da parte frontal, ar-condicionado digital de duas zonas, comutação automática do facho dos faróis, carregador de bateria de celular por indução e iluminação ambiente configurável, entre outros itens.

O motor 1.5 EcoBoost a gasolina, com turbocompressor, injeção direta e comando variável de válvulas, trabalha em ciclo Otto e passa a entregar 169 cavalos a 5500 rpm (19 cv a mais que antes) e torque de 25,5 kgfm entre 1500 e 3500 rpm (contra 22,9 kgfm do modelo anterior). O propulsor recebeu calibração diferenciada para o estilo de condução e para a gasolina com etanol do Brasil. Já o câmbio automatizado de sete marchas com dupla embreagem banhada a óleo substitui o CVT anterior, que simulava 8 marchas. A tração é dianteira.

Segundo a Ford, o novo Territory acelera de 0 a 100 km/h em 10,3 segundos (1,5 segundo melhor do que a geração anterior), faz a retomada de 80 a 120 km/h em 4,4 segundos e tem velocidade máxima limitada em 180 km/h. O modelo possui o sistema start-stop de desligamento e religamento para economia de combustível, fazendo 9,5 km/l na cidade e 11,8 km/l na estrada (a geração passada fazia 9,4 km/l na cidade e 9,8 km/l na estrada). Já o tanque de combustível cresceu de 52 para 60 litros. 

A suspensão dianteira é independente, do tipo McPherson, e tem amortecedores com batentes hidráulicos. Já a suspensão traseira é do tipo independente multi-link, assim como na geração anterior. Esse conjunto também foi refinado para as condições de rodagem brasileiras. Conforme a marca, a capacidade de imersão da carroceria é de 67 cm.

O porta-malas cresceu de 348 para 448 litros, podendo ser ampliado para 1422 litros com o rebatimento do banco traseiro. A tampa do porta-malas abre e fecha de forma motorizada, e o acionamento elétrico pode ser feito por um gesto do pé sob o para-choque traseiro.

Assim como a geração anterior, o Territory está disponível em uma única versão, a Titanium, por R$ 209.990. A carroceria dispõe de seis opções de cores, todas sem custo adicional: Azul Metálico, Cinza Catar, Vermelho Vermont, Marrom Roma, Preto Toronto e Branco Bariloche. Para o interior, a padronagem de revestimentos é única.



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