Impressões: andamos no VW Golf Comfortline 1.6 MSI


Ele só chega aos showrooms das concessionárias em fevereiro, mas o Auto REALIDADE já teve a oportunidade de dirigir uma unidade pré-série do modelo Comfortline nacional do Volkswagen Golf VII, que agora traz o motor 1.6 MSI, utilizado pela Saveiro Cross, CrossFox, Fox Highline, SpaceFox Highline, SpaceCross e pelo Gol Rallye.

Como todo bom filho à casa torna, a mais recente geração do hatch médio volta a ser produzida em São José dos Pinhais (PR). Em meados de 1999, o Golf geração 4 começou a ser fabricado em conjunto com seu primo rico, o Audi A3. De início era bastante semelhante ao homônimo alemão, mas o tempo passou, a fila andou e, enquanto os europeus recebiam as gerações 5 (2003) e 6 (2008), tivemos que nos contentar com a reestilização do modelo 4 em 2007, com motores 1.6 e 2.0 Flex, além do GTI de 193 cavalos. O Golf "4,5" chegou a conviver com a sétima geração por alguns meses até 2014. Agora, a VW visa uma atuação maior no segmento de hatches médios com o modelo nacionalizado.



O visual do Comfortline não deve nada ao alemão - inclusive estão disponíveis como opcional, no modelo nacional, as rodas aro 17'' "Geneva" que só eram ofertadas no Pacote Elegance do modelo Highline. Faróis e lanternas são halógenos, e os faróis de neblina possuem luzes estáticas que acendem conforme o sentido do volante. Mas... como diferenciar o Comfortline importado do nacional? Bom, há duas formas: pelo logotipo "MSI" na tampa do porta-malas e pela saída única de escapamento.


Internamente, praticamente nada foi alterado - e isso é bom, pois o Golf nacional conserva detalhes de acabamento como o painel emborrachado e as molduras que emulam aço escovado. O volante revestido em couro com raios em preto-brilhante agora traz atalhos do controlador automático de velocidade, som/telefone e computador de bordo. Outra novidade bem-vinda é a substituição da entrada "Media-In" por uma entrada USB e outra auxiliar, ocultas pela tampa à frente da alavanca de câmbio, e mais úteis no dia-a-dia.


A versão Comfortline vem com ar-condicionado Climatic (de ajustes manuais, com duas saídas traseira), direção eletromecânica, computador de bordo, vidros elétricos com função um-toque, revestimentos em tecido preto, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, chave tipo canivete com destravamento do porta-malas, alarme volumétrico, para-sóis com espelho e iluminação, retrovisores elétricos com desembaçador, luzes de seta e "tilt down" (ao engatar a ré, curva-se para baixo, facilitando o estacionamento); ajustes manuais de altura e lombar dos bancos dianteiros, ajuste de altura e profundidade na coluna de direção, luzes de leitura à frente e atrás, desembaçador/limpador/lavador traseiro e rodas Dover aro 16'' com pneus 205/55.



Também é de série o sistema multimídia Composition Media, com tela colorida sensível ao toque de 6,5 polegadas, CD Player e entrada para cartão SD (ambos no porta-luvas, que pode ser trancado), Bluetooth para chamadas telefônicas e reprodução de áudio, visualizador de fotos e vídeos, configurações de som, gráficos do sensor de estacionamento e registros do computador de bordo. Conta com 4 alto-falantes e 4 tweeters.


O modelo que avaliamos trazia opcionais como as rodas aro 17'' com pneus 225/45, teto solar elétrico e o pacote Elegance, que contempla sensor de chuva, acendimento automático dos faróis com função Coming & Leaving Home (as luzes se acendem brevemente ao entrar ou sair do carro), controlador automático de velocidade com função de limitador e o volante multifuncional.


O Golf manteve o espaço interno para quatro adultos e uma criança, além dos diversos espaços para objetos: gaveta sob o banco do motorista, porta-óculos próximo aos focos de luzes, porta-objeto/cartão SD abaixo dos comandos dos faróis, porta-copos no descansa-braço traseiro, porta-revistas atrás dos bancos dianteiros, além de porta-objetos nas portas e no apoio de braço dianteiro. Seu porta-malas manteve a capacidade de 313 litros, contando com acesso pelo encosto de braço e banco traseiro bipartido, possibilitando acomodar cargas maiores. O estepe é do tipo convencional, com roda de aço.


Em termos de segurança, o Golf Comfortline vem de série com 7 airbags (dianteiros com desativação para o passageiro, laterais dianteiros, de cortina e para os joelhos do motorista), quatro alças de teto, cintos de três pontos e apoios de cabeça ajustáveis em altura para os cinco ocupantes, dois pontos de fixação ISOFIX para cadeirinhas infantis, controles eletrônicos de tração (ASR) e estabilidade (ESP), bloqueio eletrônico do diferencial (EDS e XDS - reduz a necessidade de girar demais o volante para que entre em ação a frenagem nas rodas internas à curva, e dissipa o efeito "saída de frente"), retrovisor interno anti-ofuscante, freios a disco com ABS, distribuição eletrônica da força de frenagem e Multicollision Brake (após uma colisão, o carro atua nos freios até chegar à velocidade de 10 km/h, evitando colisões secundárias).


Com 1598 cm³, o motor MSI (sigla para Multipoint Sequential Injection), de quatro cilindros, bloco e cabeçote feitos de alumínio e 16 válvulas, pertencente à família EA211, rende 110 cavalos a 5750 rotações por minuto e torque de 15,8 kgfm a 4000 rpm, com gasolina. Abastecido com etanol, rende 120 cv e 16,8 kgfm de torque, nas mesmas rotações. Dados da Volkswagen indicam que esta versão acelera de 0 a 100 km/h em 11,6 segundos e chega a 184 km/h de velocidade máxima (com etanol).


O câmbio automático, que atende pela sigla AQ160, conta com seis marchas e função Tiptronic, onde o motorista pode passar manualmente as marchas, tanto na alavanca quanto nos paddle-shifts atrás do volante. À direita da alavanca, o botão de ativação/desativação do sensor de estacionamento.



Ao volante, o Golf nacional manteve características que justificam o nome Comfortline da versão: a direção eletromecânica é precisa e tem boa pegada, a suspensão (que passa a adotar o esquema de eixo de torção na traseira) absorve bem as irregularidades do piso e o silêncio ao rodar é digno de elogios, permitindo conversar com tranquilidade ou ouvir música com clareza. Evidentemente, foi embora a agilidade do modelo turbinado: o acelerador é mais anestesiado, o motor MSI demanda altas rotações para embalar (resultando em maior nível de ruído) e o câmbio Tiptronic, ainda que tenha muita suavidade nas trocas, faz o Golf cair de giro mesmo acelerando após o engate da terceira marcha. Portanto, é mais indicado a quem prefira dirigir com tranquilidade, em trajetos urbanos.

Uma boa surpresa foi o equilíbrio do Golf em uma frenagem de emergência: durante o test-drive, a cerca de 90 km/h, um cachorro decidiu atravessar a pista. Sem precisar pisar fundo no freio, foi possível reduzir a velocidade com segurança. Nas curvas, o modelo também se mostrou estável. E os sensores de estacionamento, com gráficos que variam de acordo com a rotação do volante, são uma ótima ajuda para evitar esbarrões.


O Golf MSI Tiptronic parte de R$ 79.990, enquanto o valor de tabela do modelo Comfortline 1.4 TSI importado com o câmbio DSG (de dupla embreagem e sete marchas) é de R$ 83.290. Ultimamente, estão sendo oferecidos descontos no modelo mexicano para abrir espaço para as versões Highline 1.4 TSI e GTI, que também passam a ser fabricadas no Brasil. A cor metálica Prata Tungstênio do modelo das imagens acrescenta R$ 1236. Completo, o Golf desta avaliação tem preço de R$ 91.150.

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