Avaliação: Nissan Sentra Exclusive 2.0 CVT atrai ao primeiro olhar e seduz ao dirigir

Texto e Fotos | Júlio Max, de Teresina (Piauí)
Agradecimentos | Assessoria de Imprensa Nissan Brasil

Desde seu lançamento no Brasil, em 2004, o Nissan Sentra foi conquistando gradativamente seu espaço entre o exigente público do segmento dos sedans médios. A primeira geração disponibilizada no mercado nacional veio em versão única (GXE 1.8 automática) e tinha estilo bastante conservador. A repaginação total ocorrida em 2007, acompanhada de uma gama mais completa de opções (com câmbio manual ou automático CVT) e séries especiais, ajudou o sedã da Nissan a conquistar mais consumidores em nosso mercado. Na terceira geração disponível para o nosso País (que estreou em 2013 e foi reestilizada em 2016), o Sentra viveu boas fases, chegando a assumir a terceira posição no ranking dos sedãs médios mais vendidos. E agora, completamente renovado, em duas versões (Advance e Exclusive) e com preços competitivos, o Nissan Sentra tem tudo para cativar ainda mais os seus fãs - além de atender aos órfãos de alguns modelos que deixaram de ser oferecidos nesta categoria. Desde março, quando foi lançado, o novo modelo ocupou de vez a segunda posição entre os mais emplacados do segmento. Nós do Auto REALIDADE pudemos acompanhar de perto as evoluções pelas quais o Sentra passou nos últimos anos, e participamos tanto do evento de lançamento da linha 2017 do sedã (relembre aqui) quanto estivemos presentes na apresentação da atual geração em 2023 (veja aqui), com impressões iniciais muito positivas. Agora, tivemos a oportunidade de conviver por uma semana com o novo modelo em sua versão topo-de-linha, a Exclusive 2.0 CVT com interior Premium na cor Sand, percorrendo quase 770 quilômetros com o sedan. Hora de contar todos os detalhes sobre o dia-a-dia com a novidade da Nissan!


O Sentra encanta desde o primeiro olhar pelo seu design, ousado e inspirado em outros sedãs maiores e mais sofisticados da Nissan, como o Altima e o Maxima - e também com linhas semelhantes às do atual Versa, mas em proporções expandidas. A dianteira ostenta faróis delgados e com LEDs nas luzes de posição, nos fachos baixo/alto e na iluminação de neblina (somente os piscas dianteiros adotam lâmpadas WY21W). O conjunto ótico está mais integrado à grade dianteira de estilo "V-Motion" com aberturas hexagonais. Esta, por sua vez, está bem maior e é circundada por duas molduras: uma cromada e outra na cor preta. Os alojamentos na cor preto-brilhante para os faróis de neblina também ficaram mais agressivos. O para-brisa traz uma tag de débito automático do Sem Parar embutida (não interfere na visão interna e fica abaixo de uma câmera para monitoramento frontal) e o símbolo da Nissan na dianteira é envolto por um escudo transparente que esconde o sensor do piloto automático adaptativo.


A carroceria do Sentra é marcada por vincos fortes no capô, nas portas e nos para-lamas. As colunas "A" e "C" são cortadas por molduras pretas que criam o efeito do "teto flutuante". Os retrovisores externos trazem luzes de seta de LED e há um friso cromado na parte inferior das janelas laterais. As maçanetas, na cor da carroceria, trazem botões nas portas dianteiras para comandar o travamento e destravamento do veículo quando a chave presencial estiver do lado de fora do carro. Curiosamente, não há antena na parte externa do teto. O coeficiente aerodinâmico do modelo é de 0,30 na versão Advance e 0,31 no modelo Exclusive. Segundo a Nissan, somente as alterações aerodinâmicas ajudam o sedã a gastar 10% a menos de combustível do que a geração anterior.


O sedã traz quatro opções de cores para a parte externa: Preto Premium, Prata Classic, Cinza Grafite e Branco Diamond, sendo que as duas últimas alternativas sempre possuem a pintura da carroceria em dois tons: teto, colunas externas e capas dos retrovisores recebem a cor preta. Tanto a versão Advance quanto a Exclusive trazem rodas de liga leve de 17 polegadas com detalhes diamantados e pneus Michelin Primacy 4 215/50, com desenhos assimétricos na banda de rodagem para melhor escoar a água do piso (a Nissan recomenda calibrar os pneus com 33 libras), ligeiramente mais largos que os 205/50 utilizados na geração anterior.


Na traseira, as lanternas atravessam a tampa do porta-malas, como era desde a geração passada do Sentra, mas agora trazem áreas côncavas. Outra característica comum aos seus antecessores é o alojamento para a placa embutido na tampa traseira. O para-choque traz uma área central que emula um extrator de ar e é emoldurada por um aplique preto com texturas hexagonais. O brake-light possui LEDs em sua iluminação, ao passo em que as lanternas (e a iluminação de placa) adotam lâmpadas tradicionais. A saída de escape, com ponteira do lado esquerdo do veículo, é discreta.

Apesar do novo Sentra parecer bem mais comprido, largo e baixo do que a geração anterior, as suas medidas variaram pouco: o modelo atual está 1 centímetro mais comprido, 5,5 cm mais largo, 4,9 cm mais baixo e com 7 milímetros a mais de distância entre-eixos do que a geração que deixou de ser oferecida no Brasil em 2021. Agora, o sedan da Nissan possui 4,65 metro de comprimento, 1,82 metro de largura, 1,46 m de altura e distância entre-eixos de 2,71 metros. A carroceria da versão Advance tem peso de 1381 kg, e o Exclusive registra 1405 quilos na balança. Conforme a marca, a distribuição de peso é de 61% sobre o eixo dianteiro e 39% no eixo traseiro.


O interior do Sentra também incorporou formas mais fluidas e radicais em relação à geração anterior, ousando também na combinação de cores, que, na versão Exclusive, pode ser a mescla dos tons preto e Sand (areia/caramelo), como opcional por R$ 1.700 adicionais - ou totalmente preto, para quem preferir uma ambientação mais conservadora. Na versão Advance, o interior é sempre preto. A cor Sand está presente em partes do painel, dos forros de porta, dos bancos, dos apoios de braço e do revestimento do console central. Vale destacar que a padronagem dos bancos com estampagens compostas por tramas de losangos e áreas perfuradas é exclusiva da coloração Sand para o interior (no Sentra Exclusive com interior preto, há faixas horizontais mais discretas sobre as superfícies lisas).


O volante passa a ser semelhante ao do Kicks e Versa, com base achatada, revestimento de couro com costuras aparentes, comandos de computador de bordo e som concentrados no raio esquerdo e botões de operação do controlador de velocidade de cruzeiro e dos comandos de voz e telefone do lado direito. Por enquanto, o sedã é o único modelo da Nissan disponível no Brasil a ter aletas para trocas de marcha sequenciais. A coluna de direção traz uma coifa de couro na parte superior e ajusta manualmente (através de uma alavanca do lado inferior esquerdo) em altura e profundidade, com boas amplitudes de regulagem.

Com fundo escuro e iluminação predominante em branco, o quadro de instrumentos lembra muito o da Frontier, e mescla informações digitais e analógicas. Conta-giros, indicador de temperatura do líquido de arrefecimento do motor, velocímetro (com indicações em km/h e mph, priorizando a indicação em quilômetros) e nível de combustível são exibidos com ponteiros. A tela colorida do computador de bordo ficou maior em relação à geração anterior (cresceu de 5 para 7 polegadas) e mostra variadas informações, como relógio, autonomia estimada, temperatura externa, hodômetro total (que pode dar lugar à Trip A ou Trip B) e alertas de cintos desafivelados.


Ao centro, é possível ver:

  • Velocímetro digital: pode ser acompanhado de informações de música e fonte de áudio ou da velocidade média. Há ainda a opção de não aparecer nenhuma informação ao centro da tela (Blank), como forma de minimizar distrações a quem dirige;
  • Média de consumo de combustível, acompanhada de uma barra horizontal azul de consumo instantâneo que mostra se o gasto está sendo maior ou menor do que a média atual (indicada por uma seta). Exclusivamente quando o modo Eco está ativo, aparece o menu Guia do Pedal ECO, que funciona como um econômetro e exibe uma barra horizontal dividida em três partes. Na primeira escala (branca), a condução está sendo menos econômica; na segunda escala (verde-clara), o motorista está sendo mais comedido com o pedal do acelerador e, na terceira escala (verde-escura), o carro está atingindo o melhor de sua economia de combustível. Quando o carro é desligado no modo Eco, o relatório de consumo traz também uma avaliação de uma a cinco estrelas da condução econômica do motorista.
  • Trip: exibe distância percorrida e tempo de viagem. A partir desta tela é possível ver a informação da pressão individual dos pneus na escala escolhida pelo motorista, exibida com o sedã em movimento a partir de cerca de 25 km/h, acompanhada da informação da pressão ideal em cada eixo.
  • Informações de som: exibe a sintonização AM ou FM de rádio e a estação selecionada, além das informações das demais mídias (USB1 ou 2, Bluetooth, entrada auxiliar e Android Auto ou Apple CarPlay). Pelo botão OK no volante é possível alternar entre as fontes de áudio disponíveis.
  • Assistentes: um gráfico mostra quais assistências ao motorista estão ativadas (englobadas em: monitoramento de veículos em pontos cegos, monitoramento frontal e assistência de permanência na faixa de rodagem). Caso o sedã esteja invadindo uma faixa sem dar seta, por exemplo, este visor pisca uma demarcação tracejada para mostrar ao motorista se é a faixa esquerda ou direita que está sendo invadida. Já quando um veículo é detectado na região dos pontos cegos e o motorista do Sentra dá seta exatamente neste momento, uma indicação mostra a direção lateral-traseira em que se encontra um automóvel. Por fim, em caso de iminência de colisão à frente, também é acionado um alerta. Na tela logo abaixo é possível conferir a distância a ser mantida do veículo à frente (há três opções de distanciamento). Caso um veículo seja detectado à frente, o ícone de um carro (que lembra a traseira de um Audi A5 Sportback de primeira geração) vai aparecer na tela.
  • Alertas: exibe avisos como o de portas abertas.
  • Definições: permite fazer as seguintes configurações:
    • Configuração ESP: ativa ou desativa o controle eletrônico de estabilidade.
    • Apoio ao condutor: aqui, é possível ativar ou inibir o alerta de saída da faixa, a frenagem autônoma de emergência, definir o apoio ao estacionamento (exibição dos sensores de forma automática, apenas dos sensores dianteiros, traseiros ou ambos, selecionar a distância de detecção entre longa, média ou curta e definir o volume em alto, médio ou baixo), ligar/desligar o alerta de tráfego cruzado traseiro, o alerta de atenção do condutor (o sistema avalia o padrão de condução do veículo e de esterçamento do volante em períodos em que o sedã é conduzido acima de 60 km/h, sugerindo uma pausa para um café no caso de haver uma avaliação de cansaço do motorista), o alerta de temporizador (em 30, 60, 90... minutos, que não possui função específica, mas funciona como um "despertador" para um determinado tempo) e o alerta de temperatura baixa, que adverte o motorista quando a temperatura externa for de menos de 3° C.
    • Def. Modo ECO: permite personalizar o modo Eco para o controlador de velocidade de cruzeiro e o uso do ar-condicionado, alterar parâmetros do assistente de direção ECO (para ativar ou desativar o indicador Guia do Pedal ECO e o relatório de condução ECO, que surge toda vez que a ignição é desligada e avalia com até 5 estrelas como foi a condução do motorista). Ao desligar o carro, é possível ver gráficos da média de consumo dos últimos minutos em comparação com as últimas cinco médias de rodagem, computadas quando se roda pelo menos 500 metros com o sedã. No histórico, é possível ver também qual foi a melhor média de consumo de gasolina.
    • Configurações TPMS: permite ajustar a pressão dos pneus a ser utilizada para os pneus dianteiros e traseiros, além de selecionar a unidade de pressão (kPa, psi, bar ou kgf/cm²) e redefinir o sensor.
    • Relógio: é possível ajustar manualmente o horário e definir se o relógio irá aparecer no formato de 12h ou de 24 horas.
    • Definições: é dividido em quatro submenus. Em Iluminação, é possível controlar o acendimento das luzes de boas-vindas e a regulagem automática das luzes do habitáculo, escolher a sensibilidade do acendimento automático dos faróis em quatro níveis e estabelecer o temporizador do apagamento dos faróis (após desligar o motor) entre 0 e 180 segundos. Em Bloquear, há as funções para ativar ou desativar o botão externo do i-Key para travar e destrancar o veículo pela presença da chave), destravamento seletivo (só a porta do motorista é destravada ao apertar o botão da chave ou todas as portas são destravadas juntas) e buzinar uma vez ao trancar. Em limpador do para-brisa, é possível habilitar a função intermitente variável dependente da velocidade. Por fim, o alerta de esquecimento de objetos no banco traseiro pode alertar e buzinar, emitir somente o alerta no quadro de instrumentos ou permanecer desativado.
    • Manutenção: o sistema de controle de óleo define com quantos quilômetros deve haver a próxima troca de óleo, e permite estabelecer lembretes quando o veículo chegar à quilometragem recomendada para troca de óleo/filtro, pneus e outros componentes, em intervalos de 500 em 500 km.
    • Em definições do ecrã, no menu "Seleção do menu principal", é possível ocultar ou mostrar os menus já mencionados. Já em relação ao efeito de boas-vindas, é possível escolher se o sedã irá ou não girar os ponteiros até o fim da escala e mostrar a animação em 3D do Sentra que "para" na visão traseira do sedã quando o menu de assistências é o escolhido para ser exibido. Também há a definição trans. ecrã Cruise e, no menu de orientação de luzes e limpa-vidros, é possível ativar ou desativar as informações na tela quando a haste dos faróis e/ou dos limpadores for utilizada.
    • Unidade/idioma: além do ajuste da unidade de pressão dos pneus, já comentada acima, tambem é possível alterar a exibição em quilômetros e consumo em km/l, quilômetros e consumo em litros por 100 km, bem como alterar a medida de temperatura (°C ou °F) e o idioma do computador de bordo (entre inglês dos Estados Unidos ou do Reino Unido, espanhol, francês e português).
    • Por fim, é possível retornar às configurações de fábrica.


Vale dizer que o Sentra dispõe de indicação individual de porta aberta no quadro de instrumentos e indicação gráfica de operação dos sensores de estacionamento dianteiros e traseiros (inclusive com tons de bipe diferentes entre eles), exibida assim que um obstáculo no entorno do sedã é detectado. Há alerta para tampa do porta-malas aberta, porém não para o capô ou tampa/bocal do tanque de combustível abertos. Nos primeiros 65 segundos após a partida do motor, o quadro de instrumentos exibe, na parte central da tela, o status dos cintos de segurança traseiros (afivelados ou desatados).
 

As hastes de luzes e limpadores são bem similares às de Versa e Kicks, com as pontas arredondadas. Na alavanca de faróis, há as posições de acendimento automático (que incorpora também a funcionalidade da comutação automática do facho baixo/alto dos faróis ao deslocar a alavanca em direção ao painel; a operação inicia a partir de 40 km/h, retornando para o facho baixo automaticamente abaixo de 25 km/h), luzes de posição acesas ou faróis baixos ligados, além do comando secundário para acionar os faróis de neblina. Na posição Auto, mesmo em ambientes claros, as luzes de condução diurna de LED se acendem com intensidade total quando o motor é ligado e o freio de estacionamento é liberado. Quando o seletor dos faróis é movido, aparece uma indicação visual da posição escolhida no quadro de instrumentos (lembra os carros da Audi). As luzes externas podem ficar acesas por até 180 segundos depois de desligar o motor (com regulagem de 30 em 30 segundos no quadro de instrumentos), e em seguida apagam automaticamente. Com um leve toque, sem acionar a haste até o clique, a seta é acionada três vezes.

Já a alavanca dos limpadores dianteiros inclui acionamento uma vez, além da operação intermitente variável conforme a velocidade (com cinco modos de funcionamento), bem como o acionamento contínuo lento ou rápido. Assim como a haste de luzes, quando se move a alavanca dos limpadores, a tela do computador de bordo exibe a posição escolhida.


A tela sensível ao toque do sistema multimídia de 8 polegadas passa a ficar saltada e assume posição de destaque, na altura dos olhos do condutor (antes, era embutida no centro do painel e com 6,2 polegadas). Botões físicos estão presentes logo abaixo da tela para acessar as principais funcionalidades, como volume/liga-desliga do áudio, menu principal, telefone e câmeras. A parte inferior da tela exibe os submenus de Telefone, Áudio, Conexões, Informações e Configurações. As três telas do menu principal podem ser personalizadas, sendo possível inserir widgets e atalhos (referentes a funções de áudio, telefone, configurações e reconhecimento de voz) do jeito que o usuário preferir, desde que os ícones "caibam" nos espaços de tela livres.


Na versão Exclusive, o projeto de som é assinado pela Bose e inclui dois tweeters nas colunas dianteiras, dois alto-falantes de 6,5 polegadas nas portas dianteiras, dois alto-falantes de 3,15 polegadas nas portas traseiras, dois alto-falantes 6x9 no forro atrás dos encostos de cabeça traseiros (para reprodução dos graves) e amplificador no porta-malas. Vale dizer que já é uma tradição do Sentra trazer projetos de som de marcas conceituadas: o modelo lançado em 2007 trazia som assinado pela Rockford Fosgate na versão topo-de-linha SL e a geração passada dispunha do som Bose (na versão SL, a partir da linha 2017). As regulagens de som incluem alterações dos graves, agudos, balanço (esquerda-direita, frente-traseira) e ajuste de volume conforme a velocidade. A sonoridade deste conjunto é uma das melhores entre os carros já avaliados pelo Auto REALIDADE, límpida e com pouca distorção em alto volume.

Há reprodução de rádios AM, com 6 memórias de estações, e FM, com 12 memórias. O sistema de áudio é compatível com arquivos em MP3 e WMA. Assim como outros modelos da Nissan, não é possível avançar para outro ponto de um arquivo de áudio tocando na barra de tempo, sendo necessário apertar e segurar o botão de avançar ou retroceder, num processo mais demorado e suscetível a erros. Somente arquivos de áudio podem ser reproduzidos (fotos e vídeos não são reconhecidos).


Com espelhamento de tela de smartphones através do Android Auto e Apple CarPlay com cabo (tanto USB-A quanto USB-C), permitindo a utilização de aplicativos através da tela do carro, a central também exibe o Around View Monitor, que utiliza quatro câmeras instaladas em torno do veículo para formar uma visão em 360 graus, com a câmera dianteira ou a traseira em destaque (a depender da marcha engatada; ambas com ângulo de visão de aproximadamente 150°) e a possibilidade da visão em 360º dar lugar à imagem da câmera direita ao apertar o botão "Camera" para que o motorista possa ver melhor a distância do pneu em relação ao meio-fio. Vale dizer que há linhas de guia dinâmicas tanto na visão dianteira quanto na traseira (que se movimentam conforme o esterço do volante) e na visão em 360 graus há indicações gráficas dos sensores de estacionamento. O detector de objetos em movimento emite bipes e exibe uma moldura amarela indicando de qual direção se aproxima uma pessoa ou veículo. Exclusivamente quando a ré é engatada, toda a área da tela pode dar espaço para a imagem da câmera traseira caso o botão "Camera" seja apertado mais uma vez. As imagens das câmeras podem ser ajustadas em brilho, constraste, tonalidade, cor e nível de preto, e são exibidas a até cerca de 10 km/h. Tanto elas quanto os gráficos e bipes dos sensores de estacionamento são automaticamente exibidos assim que uma pessoa, obstáculo ou veículo está próximo do Sentra, conforme a distancia estabelecida no quadro de instrumentos.


Logo abaixo da tela da central multimídia estão as três saídas de ar centrais; entre elas, ficam o botão do pisca-alerta e a indicação do funcionamento do airbag do passageiro dianteiro. Em seguida, estão os comandos do ar-condicionado automático e digital de duas zonas, com regulagem entre 18° C e 32° C e sete velocidades de vento. Há aquecimento para os bancos dianteiros (com dois níveis de intensidade, operando no modo High ao apertar o botão pela primeira vez e no Low na segunda vez, esquentando na região lombar) e botão para sincronização das temperaturas com a que for selecionada pelo motorista. Vale destacar que o botão do desembaçador traseiro também realiza o aquecimento dos espelhos externos. 


A recirculação de ar pode ocorrer de forma automática quando a temperatura externa for de mais de 21° C, visando aumentar a eficiência do funcionamento do ar-condicionado. Curiosamente, ao escolher o modo automático de funcionamento em dias quentes, a ventilação chega a ser mais forte do que a velocidade máxima de vento que pode ser escolhida manualmente. Também é notável que, ao selecionar a recirculação de ar na cabine, o vento sopra mais forte.

O console central é elevado e forma uma integração natural com o painel. O porta-objetos na parte frontal do console, que acomoda muito bem um celular, possui entrada auxiliar, tomada de 12 Volts/120 Watts com tampa retrátil, entrada USB do tipo C (USB1) e entrada USB do tipo A (USB2), ambas com função de recarga e transmissão de dados. Com exceção da tomada de força, que possui tampa retrátil, as três conexões trazem molduras iluminadas - e há ainda um foco de luz avermelhado na parte superior do porta-objetos, que possui fundo emborrachado e removível para limpeza. Mais atrás, uma moldura prateada dá destaque ao botão de partida do motor, que é iluminado e pulsa enquanto a ignição não é ligada. Atrás da alavanca de câmbio há um espaço aberto, útil para acomodar a chave. 

O console ainda abriga dois amplos porta-copos e um largo apoio de braço com uma maçaneta para acesso ao grande porta-objetos embutido, com um nicho no canto esquerdo que pode acomodar uma caneta. Conforme a Nissan, o espaço para objetos abaixo do apoio de braço é de 7,7 litros. Um detalhe interessante é que, mesmo quando fechado, o apoio de braço traz uma pequena fenda que permite a passagem de um cabo, para, por exemplo, conectar um dispositivo em uma entrada e guardar discretamente o aparelho dentro do porta-objeto.


Atendendo bem a um anseio tipicamente norte-americano, o Sentra tem vários alojamentos para copos e garrafas. As latas de refrigerante de 350 mL e garrafas de água de 500 mL viajam folgadas no sedã. Testamos a acomodação de um copo de 770 mL (utilizado para milk-shakes grandes). Ele coube com folga nos porta-copos do console dianteiro e nas portas traseiras; os porta-copos do apoio de braço traseiro parece que foram pensados exatamente para encaixar copos deste tamanho. O copão também entrou (mais apertado) nos porta-objetos das portas dianteiras.


O Sentra vendido no Brasil possui um pequeno pedal do lado esquerdo do motorista para acionar o freio de estacionamento, assim como o Nissan Leaf e o Toyota Corolla Cross. Ele é utilizado tanto para liberar o veículo quanto para imobiliza-lo. Ao liberar, o pedal fica mais elevado e distanciado do apoio para o pé esquerdo. O som de operação do freio de pé lembra o da utilização de um freio de mão. O lado esquerdo do assoalho traz um generoso apoio para o pé esquerdo do motorista, revestido de carpete. Os pedais de freio e de acelerador, assim como o freio de pé, são emborrachados e distanciados entre si.


Na parte esquerda do painel ficam os botões para ativar ou desativar o assistente de permanência na pista, ajustar a iluminação dos instrumentos (em 21 níveis), zerar o registro de distância percorrida ou alternar entre hodômetros total e parciais, regular a altura do facho dos faróis (entre os níveis 0, para dois ocupantes dianteiros a bordo; 1, em caso de motorista acompanhado de passageiros também no banco traseiro; 2, em caso de lotação total, com bagagem, e 3, em caso do motorista rodando sozinho com bagagem), abrir a tampa do porta-malas e acionar o modo Eco de funcionamento do carro (segundo a Nissan, este recurso altera a reatividade do pedal do acelerador e a operação do câmbio, fazendo o consumo de combustível diminuir entre 5% e 10%). O Sentra é capaz de permanecer no modo Eco e no modo Sport nas vezes seguintes em que for ligado, mas, quando o modo Sport é selecionado, o carro não permite passar diretamente para o modo Eco: é preciso antes desativar o modo Sport no botão da alavanca de câmbio. Curiosamente, é possível passar do modo Eco para o Sport diretamente. Mais abaixo estão as alavancas para destravar a tampa do tanque de combustível e o capô.


A porta do motorista concentra os comandos dos vidros elétricos, sendo que o motorista conta com função um-toque (para cima e para baixo), botão iluminado e função anti-esmagamento. Nas outras janelas, o acionamento é contínuo (demanda apertar o botão até o fim da operação). Também há os botões para bloqueio das janelas traseiras e do passageiro dianteiro (nem o motorista consegue controlar os vidros quando bloqueados), para ajuste dos retrovisores externos (incluindo comando para rebatimento elétrico nesta versão topo-de-linha) e para o travamento centralizado das portas, que também pode ser controlado pelo passageiro dianteiro. 


Além disso, cada porta possui uma pequena trava manual. Porém, o Sentra não dispõe do travamento automático das portas em movimento. Não há nenhuma referência a este item no manual do proprietário, e a "ação padrão" para habilitação dessa funcionalidade em modelos da Nissan (apertar o botão de travamento por alguns segundos com a ignição desligada) também não ativou o sistema. Quando o carro está travado, a porta do motorista sempre pode ser diretamente aberta pela maçaneta interna; as outras portas dependem da liberação da trava mecânica. Depois da ignição ser desligada, os vidros e teto solar podem ser acionados em um intervalo de até 45 segundos, desde que a porta do motorista não seja aberta.


A tampa do porta-luvas abre de forma suave e o compartimento tem bom espaço, ainda que careça de iluminação e nichos para objetos.

Os bancos dianteiros "Zero Gravity", com aplicações de espuma planejadas para melhorar o conforto das costas em viagens longas, trazem pontos de pressão para apoiar o corpo de forma neutra. Eles possuem formato envolvente, com bons apoios laterais, e trazem revestimentos com tramas de losangos nesta versão Exclusive com interior Premium. Os cintos dianteiros são ajustáveis em altura e trazem pré-tensionadores. O motorista pode ajustar eletricamente o seu banco na altura e distância do assento, na inclinação do encosto das costas e também no apoio lombar em duas direções (longitudinais). Um detalhe interessante é o fato de que, ao detectar o peso de um ocupante no banco do passageiro dianteiro com o cinto de segurança afivelado, o veículo automaticamente habilita o funcionamento do airbag frontal do lado direito, desativando a bolsa de ar quando o banco for desocupado. 


O Sentra é o primeiro modelo da Nissan oferecido no Brasil a oferecer a técnica "Zero Gravity" também para os bancos traseiros. Atrás, há uma entrada USB do tipo A no fim do console exclusiva para carregamento voltada para os ocupantes traseiros, além de um porta-revista atrás do banco do passageiro dianteiro (razoavelmente raso), três encostos de cabeça (fixos), três cintos de 3 pontos, um apoio de braço (o macete para abri-lo é puxar pelas bordas laterais) com dois porta-copos e as fixações Isofix/I-Size/Latch e Top Tether para cadeirinhas infantis. Os vidros elétricos descem até o final e o encosto do banco é bipartido e rebatível através de dois pinos. Quem senta nas laterais do banco traseiro dispõe de ótimo espaço para as pernas, inclinação confortável para as costas e área razoável para a cabeça; o eventual ocupante do meio terá que lidar com o assento mais elevado (o que faz a cabeça ficar muito próxima do teto) e com a elevação significativa do túnel central. 


Diferentemente dos assentos dianteiros, que dispõem de sensor de peso para avisar sobre a ausência do uso do cinto, atrás há apenas o monitoramento do encaixe das fivelas enquanto a ignição estiver ligada. Desse modo, se a pessoa não afivelar o cinto antes do carro ser ligado, o sistema não vai "reclamar" de forma sonora e visual. O alerta só será dado quando o cinto for desafivelado com o veículo em movimento - e o apito pode permanecer mesmo que a fivela seja encaixada.


O Sentra topo-de-linha dispõe do teto solar com acionamento elétrico por um toque (na abertura e fechamento), com recurso anti-esmagamento e opção de bascular a parte traseira do vidro ao apertar o botão do teto sem movimenta-lo para a frente ou para trás (a persiana é manual). A peça de vidro desliza para dentro da capota e, quando aberta, levanta um defletor de ar na parte dianteira. Aberto, o teto desliza até cerca de 2/3 do comprimento do retângulo aberto na capota. Assim como os demais vidros, o teto solar permanece como está ao travar o veículo. O vidro do teto é mais escurecido que os demais de fábrica, e a persiana é espessa, bloqueando totalmente os raios de Sol. Caso o teto solar seja aberto com a persiana fechada, o vidro "empurra" a cobertura para trás.


O Sentra Exclusive traz retrovisor interno anti-ofuscante automático e para-sois com espelhos tampados, iluminação (que acende ao levantar a tampa) e abas para acomodar documentos. Além disso, quando estão tapando as laterais, as sombreiras podem ser deslizadas mais para trás. Há quatro alças de teto retráteis com retorno suavizado, inclusive para o motorista. 


Existem focos de iluminação de teto, sendo dois dianteiros e dois na região traseira. Na frente, existe um botão para acender todas as luzes e outro comando para habilitar ou não o acendimento ao abrir uma das portas. Acima do espelho interno há um porta-óculos com a parte interna revestida em carpete.

A chave do Sentra possui o mesmo formato oval de outros modelos da Nissan com a funcionalidade presencial, e se diferencia por trazer cinco botões. No sedã, o botão superior faz a partida à distância do motor, funcionalidade exclusiva da versão topo-de-linha, útil para por o ar-condicionado e/ou os aquecedores dos bancos em operação antes de entrar no veículo. O recurso funciona caso seja acionado a cerca de 60 metros do veículo, desde que primeiro seja apertado o botão de travamento das portas, e em seguida o botão da partida seja apertado por cerca de 5 segundos (até às luzes externas se acenderem). 


O Sentra pode ficar ligado por até 10 minutos, sendo que a função da partida remota pode ser acionada por uma segunda (e última) vez, totalizando até 20 minutos de motor ligado. Para usar novamente a partida a distância, o Sentra deve ser conduzido a no mínimo 7 km/h antes de parar. Quando a partida remota é executada, o acionamento da climatização segue exatamente o que estava selecionado antes do carro ter sido desligado. Por motivos de segurança, para entrar no carro após a partida remota, é preciso destravá-lo e apertar o botão de partida. Se alguém acelerar o carro antes de apertar o botão, por exemplo, o motor desliga automaticamente. Com a partida remota em funcionamento, a iluminação dos itens analógicos do quadro de instrumentos e o visor do ar-condicionado ficam desligados. Durante a partida remota, tanto a temperatura quanto a ventilação do ar-condicionado só podem ser alteradas ao apertar o botão de partida do motor.


Na chave há ainda os botões para travamento do veículo (com ativação do alarme perimétrico e acionamento da buzina e dos piscas uma vez), destravamento das portas (as luzes externas também são acionadas, mas não há buzinada; se houver destravamento mas nenhuma porta for aberta, o carro volta a travar 30 segundos depois), além do comando que, ao ser apertado e segurado, destrava e levanta a tampa do porta-malas até quase o fim do curso de sua abertura, e do botão para acionamento do alarme para localização do veículo (ou como sirene em situações de pânico, como sugere a Nissan). Por fim, a chave incorpora uma lâmina a ser inserida nas fechaduras caso necessário. A presença da chave foi detectada com ela sobre a tampa do porta-malas, mas não houve reconhecimento ao colocá-la na grelha dos limpadores dianteiros.


No quesito de acabamento, o Sentra possui a faixa central do painel (na cor Sand) em material macio ao toque, além de portas dianteiras com a parte superior emborrachada (mais macia) e revestimento complementar em couro - presente também no volante, com costuras em evidência. Os bancos mesclam material natural e sintético, com costuras aparentes em padronagens de losangos, áreas perfuradas e faixas na cor preta. Tanto o pomo quanto a coifa da alavanca de câmbio possuem couro. As portas traseiras não trazem a parte superior macia, mas contam com superfícies em couro, material que também está presente nas laterais do console central. As bordas dos porta-copos do console dianteiro, a moldura em torno do quadro de instrumentos e a região em torno dos botões das portas trazem plástico texturizado, com tramas que lembram fibra de carbono. O porta-objeto que concentra as entradas USB, auxiliar e 12 V do carro conta com fundo emborrachado, mas os demais locais para trecos são feitos de plástico rígido. 


Os encaixes e arremates das peças são de boa qualidade. A cabine também traz detalhes em preto-brilhante (em torno das saídas de ar laterais, entre as saídas centrais e no visor de posições da alavanca de câmbio) e em prata acetinado (nas maçanetas internas, raios inferiores do volante e em detalhes dos puxadores de porta e do console dianteiro). O forro de teto é revestido em carpete simples, assim como no modelo Advance, que dispensa o teto solar. Já os tapetes de carpete contam com fundo em borracha, com o nome "Sentra" nas peças dianteiras. Por motivos de segurança, a peça do motorista possui duas presilhas para o tapete no piso e há uma presilha no lado do passageiro.


Ao abrir a porta do motorista, ficam acesos os botões de direcionador dos espelhos e rebatimento dos retrovisores elétricos, os comandos dos raios do volante e do lado esquerdo do painel, o botão de ignição (que pulsa), a iluminação do porta-objeto dianteiro, as molduras das entradas USB frontais e auxiliar, as posições de câmbio, os botões físicos do sistema multimídia, do ar-condicionado e do pisca-alerta, além dos botões de operação do teto solar e das luzes de teto dianteiras e traseiras. Cinco segundos depois de fechada a porta, quase todas estas iluminações se apagam - exceto o botão de partida, que continua piscando por cerca de um minuto. Com a ignição ligada, o botão de partida fica permanentemente aceso e passam a acender os botões de travas (nas duas portas dianteiras) e o botão do vidro elétrico do motorista, indicado pela letra A. Quando o brilho do quadro de instrumentos é ajustado, ele interfere em quase toda a iluminação dos comandos do Sentra, exceto nos botões de travas das portas e do vidro do motorista.


O conjunto de equipamentos de segurança desta versão é composto por seis airbags (dois frontais, dois laterais nos bancos dianteiros e dois de cortina), alerta avançado de colisão frontal (atua a partir de 5 km/h e é capaz de detectar dois veículos à frente do Sentra até a velocidade máxima do sedan) com frenagem automática de emergência, alerta de esquecimento de objetos no banco traseiro (quando uma das portas traseiras é aberta, o motor é ligado e o percurso é concluído sem que o motorista abra novamente a porta, o carro emite um alerta no quadro de instrumentos e buzinadas como lembrete), detector de fadiga do condutor (que atua com o carro a partir de 60 km/h e após 15 minutos de condução), assistente de partida em ladeiras, controlador de velocidade de cruzeiro adaptativo, comutação automática do facho dos faróis, alerta de tráfego cruzado traseiro (de forma similar ao monitoramento de veículos em pontos cegos, este recurso alerta ao motorista sobre a aproximação de veículos quando a marcha-a-ré é engatada, com faixa de detecção de 20 metros), alerta de saída da faixa com assistente de permanência na pista, alerta de veículos em pontos cegos e câmeras de visão em 360 graus com detector de objetos em movimento.

O porta-malas possui a capacidade de 466 litros, podendo ser ampliado com o rebatimento parcial ou total do encosto dos bancos traseiros, e dispõe de iluminação na parte superior central. Sob o forro (com as pontas dobráveis) está o estepe do tipo temporário, com pneu Maxxis 125/70 e roda de ferro de 16 polegadas. O macaco tem fixação própria do lado esquerdo do pneu sobressalente, enquanto a chave de roda vem em um isopor encaixado junto da roda e o triângulo de sinalização está em uma embalagem plástica branca. 

A tampa é internamente forrada em carpete e traz uma alavanca para destravamento antissequestro com material fosforescente (que brilha no escuro), mas as alças ocupam espaço nas laterais. A base da abertura é revestida de plástico e, em volta do trinco, há uma cobertura emborrachada maleável.


O Sentra vendido no Brasil conta com o motor 2.0 MR20 DD aspirado com quatro cilindros, injeção direta de combustível e rendimento de 151 cavalos a 6000 rpm e 20,0 kgfm de torque a 4000 rpm. O propulsor agora trabalha em ciclo Atkinson (e teve a taxa de compressão ampliada de 9,7:1 para 11,7:1), utiliza óleo 5W-30 e traz bloco de alumínio com aplicação de boro, controle elétrico das válvulas e-VTC (com variação do comando na admissão e escape) e recirculação de gases (EGR) com refrigeração. No cofre do motor é possível conferir os cuidados da Nissan para deixar o modelo mais silencioso, como a aplicação de manta de isolamento acústico e várias borrachas na face interna do capô, além de espumas em certos pontos do cofre do motor. Também chama a atenção a organização dos componentes, incluindo presilhas e fixações em mangueiras para que estas não entrem em contato com partes metálicas que acumulam mais calor. A bateria é de 60 Ampères. Posicionada do lado direito, a haste de sustentação do capô traz uma cobertura para os dedos.


Em relação ao motor do Sentra anterior, o 2.0 agora rende 11 cavalos a mais, porém a potência é atingida mais tarde (900 rpm depois). Já o torque, que permaneceu exatamente o mesmo, é alcançado mais cedo (800 rpm antes). Contudo, antes era possível abastecer o Sentra com gasolina, etanol ou a mistura dos dois combustíveis em qualquer proporção, e agora o carro só aceita gasolina (que já é composta por 27% de etanol no Brasil). O propulsor mantém a cilindrada (1997 cm³), o curso e diâmetro dos pistões, bem como o acionamento por corrente. 


O câmbio automático continuamente variável (XTronic CVT) de oitava geração passa a contar com a função D-Step de emulação das trocas de marcha: agora são oito velocidades - uma notável evolução em relação à geração anterior, que não tinha simulação de passagens de marcha. O trilho da alavanca é reto, com as posições Parking, Ré, Neutro, Drive e Low (este último modo é recomendado para intensificar a atuação do freio-motor em situações específicas, como nos declives e aclives íngremes, ou em curvas fechadas).


Um pequeno botão perto do pomo da alavanca, com um traço horizontal, aciona o modo Sport (como no Kicks). Quando ativo, este modo de condução faz surgir o ícone Ds no quadro de instrumentos. O modo sequencial é operado ao utilizar a qualquer momento as aletas junto do volante quando o modo Sport, Eco ou automático tradicional estiver acionado. Para retornar ao modo automático padrão, basta apertar de novo o botão Sport.

É possível desligar o carro com o câmbio fora da posição P, mas logo em seguida um aviso surge no quadro de instrumentos, acompanhado de um barulho de despertador (uma marca registrada entre os carros da Nissan), avisando ao motorista para engatar a posição Parking.

O Sentra agora dispõe de suspensão independente nas quatro rodas (com esquema McPherson na dianteira e multi-link na traseira), além de freios a disco ventilados nos eixos dianteiro e traseiro com ABS, distribuição eletrônica da força de frenagem (EBD) e assistência de frenagem de pânico (Brake Assist), que possuem a companhia de um servo-freio com 11 polegadas de diâmetro (a geração anterior trazia eixo de torção atrás e discos sólidos na traseira). 

O conjunto de suspensão teve a rigidez aumentada, assim como a carroceria passa a ter mais rigidez torcional na comparação com a geração anterior. Houve ainda a otimização do ângulo do cáster e da calibração da direção elétrica. O centro de gravidade da carroceria também está mais baixo.

Com bocal posicionado do lado direito, o tanque de combustível tem a capacidade de 47 litros e é aberto através de uma alavanca no canto inferior esquerdo do painel.

Para garantir um maior nível de silêncio na cabine, a Nissan adotou manta termoacústica na parte interna do capô, painel corta-fogo com espessura de 2 centímetros, vidros com 4 centímetros de espessura, caixas de roda projetadas para reduzir ruídos e selantes nas janelas e nas colunas dianteiras.

A Nissan define que o perfil de consumidores do Sentra abrange pessoas entre 25 e 54 anos - e, desta clientela, as mulheres respondem por 40% das vendas. A marca descreve que os interessados em seu sedã são pessoas que prezam pela cultura e possuem segurança financeira e personalidade cosmopolita.

Nas concessionárias, estão disponíveis vários acessórios para o Sentra, como automatizador de subida dos vidros elétricos, película de proteção solar nos vidros, frisos laterais na cor da carroceria, kit de iluminação interna na região dos pés com sete cores disponíveis, alarme volumétrico, função tilt-down (rebatimento para baixo do espelho direito ao engatar a ré), box organizador para o porta-malas, parafusos anti-furto para as rodas e estepe, câmera para gravação do tráfego, tapete para animais de estimação e módulo para rebatimento automático dos retrovisores externos ao travar o veículo.

A garantia de fábrica é de três anos sem limite de quilometragem, com revisões em intervalos de 12 meses ou 10 mil quilômetros. A Nissan oferece os pacotes Plus, Master e Supreme de manutenções pré-pagas. No primeiro destes planos, as revisões por três anos são pagas e o carro conta com um ano adicional de assistência técnica 24 horas, passando a ter 3 anos de cobertura do Nissan Way Assistance. No pacote Master, as quatro primeiras revisões são pagas, e o Sentra passa a ter 4 anos de garantia e 4 anos de assistência técnica da montadora. Por fim, o plano Supreme estende o período da garantia de fábrica e da assistência técnica para 5 anos, com o pagamento dos cinco primeiros anos de revisões. Confira o valor das revisões na data de publicação desta avaliação:

  • 10 mil km: R$ 573
  • 20 mil km: R$ 1.110
  • 30 mil km: R$ 573
  • 40 mil km: R$ 1.110
  • 50 mil km: R$ 573
  • 60 mil km: R$ 1.110

É possível fazer o aluguel do Sentra através do Nissan Move, que permite selecionar as características do carro desejado, bem como a quilometragem por mês a rodar e a duração da assinatura do veículo. Os valores das mensalidades partem de R$ 3.579 para a versão Advance e R$ 4.109 para a opção Exclusive.

A versão Exclusive tem preço a partir de R$ 173.290. Com o interior Premium do modelo avaliado, o valor passa para R$ 174.990. A cor Preto Premium não gera acréscimo de valor, enquanto o Prata Classic representa um custo adicional de R$ 2.000 e as pinturas em dois tons para a carroceria (Branco Diamond com teto preto e Cinza Grafite com teto preto) têm preço de R$ 3.000. Os principais rivais do Nissan Sentra Exclusive são o Toyota Corolla Altis Premium (R$ 177.990) e o Kia Cerato SX (R$ 152.190), ambos modelos topo-de-linha com motores 2.0 aspirados. Correndo por fora estão o Chevrolet Cruze Premier (R$ 178.050) e o CAOA Chery Arrizo 6 Pro Hybrid (R$ 152.490), com propulsores Turbo.

Impressões ao dirigir

Dar a partida no Sentra é fácil, bastando estar com a chave presencial no interior do veículo e pressionar o botão de partida ao mesmo tempo em que se pisa no freio. Para começar a andar, libera-se o freio de pé com operação similar à do hatch elétrico Leaf (e que também estava presente no Altima que foi vendido no Brasil alguns anos atrás). Desde o primeiro dia de convivência, mesmo no escuro foi possível plenamente se acostumar ao uso deste pedal, que tem curso curto e fica bem mais elevado em relação aos outros dos pedais. É, de fato, uma questão de costume se adaptar ao uso deste tipo de freio de estacionamento. O cheiro da cabine é bastante agradável, e os ajustes de coluna de direção, banco e cinto facilitam encontrar uma boa posição de dirigir. Quem gosta de guiar com o assento em posição baixa vai adorar o sedan da Nissan.

A direção elétrica é notavelmente leve nas manobras e vai ganhando rigidez já em baixa velocidade para o motorista poder fazer curvas com menor movimentação do volante. É preciso destacar o excelente diâmetro de giro de 10,4 metros - mais curto do que o de alguns carros compactos e 0,2 metro menor do que o da geração anterior do Sentra, mesmo com as dimensões ligeiramente maiores do modelo novo. Trata-se de um dos componentes do sedã da Nissan que contribui para passar a sensação de esportividade durante a condução: o volante tem excelente empunhadura para as mãos e a direção tem a progressividade bem trabalhada em todas as situações.

O conjunto de suspensão e o controle dinâmico do chassi, que integra recursos como o Active Engine Brake (que ajusta a intensidade do freio-motor a partir das condições de rodagem) e o Active Ride Control (ajusta o torque do motor e os freios de acordo com as condições da via que o veículo percorre, a fim de amortecer os solavancos verticais), também contribuem bastante para o conforto dos ocupantes, mesmo ao atravessar lombadas, ainda que, em buracos mais profundos, se sintam baques secos. A altura em relação ao solo permitiu ao Sentra encarar lombadas elevadas sem raspar a parte de baixo da carroceria com o motorista a bordo, ao passar mais devagar pelos obstáculos. A estabilidade da carroceria é excepcional: mesmo em desvios rápidos de rota, o Sentra obedece com rapidez aos comandos do condutor. Os pneus até cantam em situações extremas, mas o modelo da Nissan permanece na trajetória de forma segura.

O silêncio ao rodar também é bastante admirável, resultante da combinação entre o baixo nível de giros do motor e os diversos itens no carro para melhorar o isolamento acústico. A 100 km/h, o ponteiro do conta-giros registra rotações notadamente reduzidas - pouco acima dos 1500 rpm. O motor se faz mais audível na cabine em cerca de 2500 rpm. Mesmo com o pé mais pesado no acelerador, as trocas são executadas de maneira praticamente imperceptível e com nítida agilidade. No modo Sport, o giro do motor é instantaneamente elevado, deixando o carro mais preparado para ultrapassagens, mantendo-se o conforto mesmo com a utilização deste modo esportivo em baixas velocidades. A 60 km/h, em pista plana e com o controlador de velocidade de cruzeiro ativado, os giros do motor passaram de menos de 1250 para 1750 rpm ao alternar do modo automático para o Sport. No modo Eco, a rotação permaneceu praticamente a mesma do modo automático.

O desempenho do Sentra é uma grata surpresa. Em todas as situações, mesmo em subidas, o sedã tem força de sobra, entregue de forma rápida. Mérito da válvula de controle de fluxo de ar de várias seções (TCV), que, mesmo distante da rotação de entrega integral do torque (4000 rpm), garante boas respostas nas situações cotidianas em que os giros do motor são menos elevados. As trocas das relações de marcha podem ser feitas a até pouco mais de 6000 rpm quando o pedal do acelerador é totalmente pressionado. O tempo de aceleração de 0 a 100 km/h, por exemplo, foi 0,2 segundo melhor que o dado de fábrica fornecido pela Nissan. Confira os resultados dos nossos testes, realizados em ambiente seguro e sem tráfego, com ar-condicionado desligado, vidros e teto solar fechados, controle de estabilidade ativado, somente o motorista a bordo, câmbio no modo automático tradicional e cronometragem automática através do aplicativo GPS Acceleration:

Aceleração de 0 a 100 km/h: 9,2 segundos
Retomada de 40 a 80 km/h: 5,6 segundos
Retomada de 60 a 100 km/h: 5,8 segundos
Retomada de 80 a 120 km/h: 7,6 segundos

Condições do teste

Temperatura externa: 28° C
Altitude (estimada): 61 metros
Nível de combustível do veículo (estimado): 1/4 tanque
Pressão dos pneus: 33 psi (dianteiros e traseiros)
Quilometragem inicial do veículo durante os testes: 4141 km

O controle da transmissão pelas aletas junto do volante faz com que o quadro de instrumentos passe a exibir em qual marcha o Sentra está. O carro é capaz de avançar marchas automaticamente quando o pedal do acelerador é totalmente pisado, além de efetuar reduções automáticas nas frenagens e emitir bipes que soam quando se tenta utilizar uma marcha inadequada em determinadas situações. A operação da alavanca de câmbio é facilitada por conta do trilho reto e do console central estar em posição mais elevada, melhorando a ergonomia para quem dirige. 

O modo sequencial dispensa os ícones de sugestão de troca de marcha, mas, a título de curiosidade, monitoramos as velocidades em que o câmbio CVT permite as mudanças das relações de marcha no modo automático padrão. Vale dizer que estes resultados foram obtidos em pista plana, apenas com o motorista a bordo e com pouca aceleração; portanto, poderão ocorrer variações:

  • 1ª para 2ª marcha: 12 km/h
  • 2ª para 3ª marcha: 18 km/h
  • 3ª para 4ª marcha: 22 km/h
  • 4ª para 5ª marcha: 30 km/h
  • 5ª para 6ª marcha: 36 km/h
  • 6ª para 7ª marcha: 46 km/h
  • 7ª para 8ª marcha: 57 km/h

Na posição Low do câmbio, é bem perceptível que o freio-motor "segura" mais o carro em descidas (em nosso teste prático, no modo Drive sem aceleração o Sentra chegou a 48 km/h ao final de uma ladeira íngreme, enquanto no L não passou de 37 km/h) e que as rotações do motor ficam mais elevadas (em uma descida suave a aproximadamente 30 km/h, o ponteiro do conta-giros marca 2000 rpm em L e perto de 1250 rpm em D). A operação no modo Low é totalmente gerenciada pelo carro e dispensa as trocas sequenciais por parte do motorista.

À noite, agradam a iluminação dos faróis de LED (o alcance dos faróis altos é excepcionalmente amplo) e as luzes alaranjadas dos botões e comandos da cabine, além da possibilidade de ajustar o brilho dos instrumentos e da tela do sistema multimídia. Os retrovisores externos são bem-dimensionados e ficam próximos das portas; o retrovisor interno também é amplo, mas a visão traseira é parcialmente obstruída pelos encostos de cabeça traseiros fixos e pelo tampão traseiro razoavelmente elevado. Além disso, o espelho interno eletrocrômico demora um pouco a reagir às luzes mais intensas na parte de trás e, em algumas ocasiões, atua em situações dispensáveis (como, por exemplo, quando o carro está em uma garagem coberta e a traseira fica apontada para um local mais claro). O capô traz elevações nas laterais que ajudam o motorista a ter uma boa noção da largura do carro. 

Na chuva, os limpadores dianteiros e esguichos trabalham bem, garantindo boa visibilidade. A intermitência variável conforme a velocidade também atua de forma bastante satisfatória. Outro detalhe que colabora no aspecto de visibilidade (e é comum a outros modelos da Nissan) é o fato de que, quando os limpadores estão desligados, eles ficam abaixo da área transparente do para-brisa, garantindo maior visão do capô. 

Nos percursos urbanos cotidianos, o consumo de combustível do Sentra esteve dentro do esperado, ligeiramente abaixo da informação do Programa de Etiquetagem Veicular do Inmetro (11,0 km/l na cidade). O alerta de nível de combustível baixo ora surgia em torno de 55 quilômetros, ora ao redor de 38 km. Mas a autonomia seguiu sendo calculada e exibida até o nível dos 15 quilômetros. Veja agora nossos resultados, rodando em percurso urbano com gasolina comum, ar-condicionado funcionando em boa parte dos percursos, uma a quatro pessoas no veículo e com utilização do modo Eco de forma moderada:

Consumo de combustível médio: 10,0 km/l
Distância total percorrida: 769,9 km
Velocidade média (estimada): 23 km/h

Acumulado até o primeiro reabastecimento, ocorrido quando o carro indicava 239 km de autonomia estimada 

Consumo de combustível: 10,5 km/l
Distância percorrida: 185,5 km
Velocidade média (estimada): 25 km/h

Acumulado após o primeiro reabastecimento - 18,32 litros de gasolina comum 

Consumo de combustível: 10,0 km/l
Distância percorrida: 483,8 km
Velocidade média (estimada): 23 km/h

Acumulado após o segundo reabastecimento - 17,57 litros de gasolina comum

Consumo de combustível: 10,1 km/l
Distância percorrida: 660,0 km
Velocidade média (estimada): 24 km/h


(Consumo resetado) Após o terceiro reabastecimento - 10,54 litros de gasolina comum

Consumo de combustível: 9,7 km/l
Distância percorrida: 109,9 km
Velocidade média (estimada): 23 km/h
Autonomia estimada na devolução - 15 
quilômetros

Durante o nosso teste, fizemos uso tanto do piloto automático adaptativo quanto do assistente de permanência na faixa. Os dois sistemas atuaram bem: o controlador de velocidade de cruzeiro, também presente no Leaf, pode ser programado para ficar mais afastado ou mais próximo do veículo à frente em três níveis: com a velocidade estabelecida em 100 km/h, o Sentra fica a cerca de 60 metros afastado do veículo à frente no modo longo de distância, a cerca de 45 metros na distância padrão e a 30 metros na distância mais curta. A velocidade é ajustada automaticamente com base no ritmo do automóvel à frente; caso o Sentra detecte que a pista está livre, a velocidade programada é rapidamente retomada.

O Sentra é capaz de frear automaticamente (aplicando até cerca de 40% da força de frenagem total) para que a distância do automóvel adiante seja mantida, acendendo as luzes de freio durante este ato. O sistema opera entre 32 e 144 km/h, e o radar frontal é capaz de detectar até 200 metros adiante. O controle do veículo retorna totalmente para o motorista quando a velocidade do Sentra cai para menos de 24 km/h e não são detectados veículos à frente, ou quando o motorista excede a velocidade de operação do piloto automático. Se o motorista preferir, é possível usar somente o controle de velocidade fixa de cruzeiro ao apertar o botão no volante à esquerda do comando de voz por 1,5 segundo.

Na cidade, em velocidades reduzidas, o Sentra é capaz de parar totalmente de forma autônoma atrás do veículo que estiver à frente. Ele permanece completamente freado por alguns segundos; em seguida, um bipe sonoro é emitido, e logo depois o Sentra volta a andar para a frente em Drive. Vale destacar que o sistema também é capaz de detectar motocicletas que estejam trafegando ao centro das faixas.

Já o assistente de prevenção de mudança de pista, que atua a partir de cerca de 70 km/h caso o motorista ative o recurso pelo botão no canto inferior esquerdo do painel, combina as tecnologias presentes no Leaf e nas versões mais completas da Frontier. Assim como o hatch elétrico, o Sentra vibra o volante (de forma perceptível até para os passageiros) e exibe um alerta no quadro de instrumentos quando o veículo estiver com os pneus sobre uma faixa sem uso da seta, situação em que o veículo entende que a mudança de pista é involuntária. E, da mesma forma que na Frontier, o sistema atua freando as rodas opostas à direção da saída, visando manter o carro dentro da faixa. O assistente ajuda na prática e chega a reduzir significativamente a velocidade do carro para que o motorista tenha mais tempo para puxar o volante, mas é um pouco menos intrusivo do que em outros modelos onde a própria direção é corrigida. No Sentra, o assistente de permanência em faixa precisa ser habilitado a cada nova ignição ao apertar o botão com o ícone do carro entre faixas no canto esquerdo do painel, enquanto o alerta de saída da faixa (com indicação nos instrumentos e vibração do volante) pode ser ativado sempre que o veículo é ligado.

Uma mão na roda no trânsito das grandes cidades, o alerta de veículos em pontos cegos opera a partir de cerca de 32 km/h e é transmitido de forma visual por uma luz amarelada na moldura interna dos espelhos - tornando a indicação mais visível do que as luzes instaladas diretamente na área refletiva dos retrovisores. Se o motorista der seta enquanto houver veículos detectados na região lateral-traseira (em uma região de aproximadamente 3 metros de largura e de comprimento atrás do sedã), bipes e ícones são emitidos recomendando que o condutor ainda não mude de faixa. Na prática, o sistema foi capaz até mesmo de detectar ciclistas em algumas situações. Vinculado a este sistema está o alerta de tráfego cruzado traseiro, que atua em manobras de ré ao detectar um veículo cruzando em direção transversal a uma distância de até 20 metros. É, portanto, uma faixa de detecção bem maior do que a distância possível de ser captada pelos sensores traseiros de estacionamento.

Foto: Divulgação/Nissan

A frenagem autônoma de emergência começa a operar com o carro em movimento a partir de 5 km/h e pode atuar quando o motorista não reagir ao alerta de colisão frontal ou não pisar forte o suficiente no freio. Este alerta surge de forma sonora e no quadro de instrumentos quando um veículo bem mais lento está à frente, ou quando o Sentra está rápido demais para frear de forma autônoma com segurança. Ao longo da avaliação, o alerta chegou a ser acionado - em situação em que a frenagem autônoma não precisou atuar.

O assistente de partida em ladeiras atua tanto em subidas, em Drive, quanto em descidas, de ré, mantendo o veículo totalmente freado por aproximadamente dois segundos - tempo para o motorista poder liberar o pedal do freio e acelerar. No nosso teste prático, o sistema funcionou bem e o Sentra chegou a permanecer parado numa subida em Drive mesmo após o fim do tempo de atuação deste assistente.

Uma característica bem nítida durante a condução do Sentra é que o pedal do acelerador é bastante reativo desde o começo do seu curso, mesmo no modo automático convencional. Para ganhar velocidade, basta apertar de leve com o pé. O pedal do freio é bem-escalonado, demandando pouco esforço para conter o carro e com operação sem sustos mesmo em frenagens fortes. Os dois pedais trazem angulações nitidamente diferentes, evitando confusões.

As diferenças nas reações do carro nos modos Eco e Sport são sutis. No modo esportivo, é perceptível que as rotações do motor ficam mais elevadas, mas ainda é possível dirigir com parcimônia neste modo sem surgirem reações truncadas. Já no modo de economia, o acelerador fica bem menos reativo em seu início de curso e, dessa forma, demanda que o motorista pise mais no pedal direito para respostas mais rápidas. O nível de vibrações do motor repassado à cabine é bastante atenuado, mesmo na fase fria de funcionamento - uma característica que é mais típica de propulsores naturalmente aspirados.

Boletim comentado do Nissan Sentra Exclusive 2.0 CVT

Design = 9,5

O estilo do Sentra é bastante atraente e chama a atenção pela harmonia das linhas e de suas proporções, conquistando até mesmo quem não é fã de sedans. Os modelos Advance e Exclusive tem pouquíssimas diferenciações estéticas entre si - afinal, não há logotipo identificando a versão. Apenas o teto solar e a presença das câmeras adicionais entregam, do lado de fora, que se trata da versão topo-de-linha. Do ponto de vista puramente estético, o sedã da Nissan seria ainda mais bonito e proporcional com rodas de 18 polegadas (como as que estão presentes na versão SR oferecida em outros mercados pelo mundo), mas as rodas de 17 polegadas também são belas e permitem a adoção de pneus de perfil ligeiramente mais alto, que contribuem para maior conforto ao rodar. Os logotipos atualizados da Nissan, já presentes no Kicks e no Leaf, fariam muito bem ao visual do sedã. A paleta de cores para a carroceria do Sentra no Brasil é composta por quatro tons: branco, prata, cinza e preto. É fato que este segmento dos sedãs médios é, em geral, conservador neste aspecto de colorações - mas até o tradicionalíssimo Toyota Corolla dispõe de cores mais vivas em seu catálogo. Por outro lado, as duas opções de cores para o interior do Sentra dão um importante toque de personalidade e reforçam o requinte do modelo. Pelas ruas de Teresina, o Sentra chamou muita atenção e recebeu elogios (também é preciso considerar o fator novidade: pudemos dirigir o sedã no Piauí menos de dois meses após o seu lançamento no Brasil).

Espaço interno = 9,0

Os passageiros desfrutam de bom espaço principalmente para ombros e pernas, e o teto solar da versão Exclusive não tira espaço para a cabeça dos ocupantes - nem mesmo de quem senta atrás. Quem vai ao meio do banco traseiro lida com uma elevação no assento, que deixa sua cabeça bem mais próxima do teto, e também com o túnel do assoalho. O aproveitamento de espaço para objetos no Sentra é muito bom, especialmente no console central, que dispõe de vários porta-objetos e um amplo "baú" sob o apoio de braço frontal. Há ainda porta-óculos no teto e bons nichos para garrafas nas portas dianteiras e traseiras. Já o porta-malas de 466 litros é um pouco menor do que o da maioria dos outros sedãs médios, quase empatando com os 470 litros do seu arqui-inimigo Toyota Corolla, mas tem melhor acesso, com fundo elevado e abertura larga.

Conforto = 9,0

O Sentra merece destaque pelo conjunto de suspensão que absorve bem as irregularidades do piso (mesmo com a altura em relação ao solo mais baixa entre os modelos da Nissan oferecidos no Brasil) e pela atuação do controle de chassi, proporcionando maciez para os ocupantes. A ergonomia da cabine é, de um modo geral, muito bem-planejada: apenas os botões do canto inferior do painel ficam parcialmente ocultos pelo volante. Este, por sua vez, tem ótima empunhadura e a assistência elétrica progressiva da direção passa bom conforto em velocidades baixas. Com diversos ajustes possíveis, a posição de dirigir é excelente, e os bancos são cômodos a ponto de o motorista mal sentir que passou horas dirigindo. Há também um bom apoio para o pé esquerdo do condutor e fácil acionamento dos pedais e alavanca de câmbio. Só o freio de estacionamento exige mais força no pé esquerdo, principalmente para o travamento. O ar-condicionado eficiente, mesmo sob temperatura externa de até 39° C, e o baixo nível de ruído e vibrações também contribuem para o bem-estar a bordo do sedã.

Acabamento = 9,25

O Sentra agrada por trazer materiais macios ao toque na faixa central do painel e na parte superior das portas dianteiras, além de vir com material sintético no volante, nos bancos, em áreas dos forros de porta dianteiros e traseiros, na manopla da alavanca de câmbio e nos apoios de braço. O material do forro de teto é o mesmo para modelos com e sem teto solar. A versão Exclusive traz alguns detalhes de acabamento mais refinados que no Advance, como a presença de material sintético nas laterais do console central e na área vertical dos forros de porta traseiros, logo acima dos puxadores. O porta-trecos abaixo das entradas e tomadas dianteiras tem fundo macio. O emborrachamento dos porta-objetos do console central seria extremamente bem-vindo, pois objetos plásticos acomodados neles são propensos a causar ruídos. Já o porta-malas traz bom revestimento do habitáculo e da face interna da tampa. Os cuidados com o acabamento do Sentra também são perceptíveis ao abrir o capô e nas vedações das portas.

Equipamentos = 9,5

Na versão Exclusive, a lista de equipamentos do Sentra é extensa e inclui ar-condicionado automático digital de duas zonas, chave presencial com partida remota do motor, banco do motorista com ajustes elétricos (inclusive lombares), teto solar elétrico acionado por um-toque, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, central multimídia com tela sensível ao toque de oito polegadas e até aquecedores para os assentos dianteiros. Sente-se a falta do acionamento por um-toque para todos os vidros, luz do porta-luvas, fechamento das janelas ao travar o veículo e carregador de celular por indução (que Kicks e Versa trazem em suas versões Exclusive desde a linha 2023). Mas a maior ausência é mesmo a do travamento automático das portas em movimento. No uso cotidiano, é difícil lembrar de apertar o botão das travas.

Instrumentos, Multimídia & Sistema de Som = 9,5

O quadro de instrumentos do Sentra oferece fácil leitura tanto dos itens analógicos, com os detalhes mais importantes, quanto das informações da tela digital - que é colorida e possui 7 polegadas, exibindo velocímetro digital, informações de som, registros de distância percorrida, gráficos dos assistentes de condução, consumo instantâneo de combustível, portas abertas e configurações do veículo, entre outros itens. Seria bem-vinda uma maior integração entre as informações do computador de bordo, pois a velocidade média aparece em um menu separado da distância percorrida, que por sua vez não aparece junto do consumo médio. Também seria interessante a exibição de mais de um registro de consumo médio. 

No Sentra, o sistema multimídia traz tela em posicionamento elevado (mais fácil de visualizar e mais próximo das mãos), contando com botões físicos para facilitar sua operação, mas o layout é basicamente o mesmo desde a estreia da Frontier fabricada na Argentina, no fim de 2018. Estão ausentes alguns recursos mais modernos, como o espelhamento sem fio dos aplicativos de celular, a conexão a redes de Wi-Fi para atualização (que outros Nissan possuem) e o carregador de smartphone por indução. Ainda assim, é preciso destacar o fato do Sentra ser um dos poucos do segmento de sedãs a trazer câmeras de visão em 360 graus, que ajudam bastante a conferir o que se passa ao redor da carroceria e contam com vários modos de visualização, complementado pelo detector de objetos em movimento. Outro ponto positivo é a presença simultânea de entradas USB do tipo A e C, acompanhadas da tomada 12 Volts e da entrada auxiliar.

Por fim, o sistema de som assinado pela Bose se destaca pelos oito alto-falantes que reproduzem as músicas com excelente definição, pouca distorção mesmo em alto volume e perceptível distribuição espacial. Sem dúvidas, um dos melhores projetos de som entre os carros avaliados pelo Auto REALIDADE até hoje.

Desempenho = 9,25

O motor 2.0 aspirado traz diversas modificações que resultam em mais potência e torque em faixa menor de rotações na comparação com a geração anterior. Some-se a isso o centro de gravidade da carroceria mais baixo e a operação rápida do câmbio automático CVT, e temos um Sentra ainda mais ágil e com sua vocação estradeira reafirmada. Segundo a marca, o tempo de aceleração de 0 a 100 km/h baixou de 10,1 para 9,4 segundos, e, nos nossos testes, o resultado foi ainda melhor. As retomadas de velocidade também são feitas com agilidade.

Dirigibilidade = 9,75

Este é um aspecto de destaque no Sentra: mesmo com carroceria de 4,65 metros de comprimento, o seu diâmetro de giro é equivalente ao de modelos com 4 metros cravados de para-choque a para-choque. A estabilidade da carroceria é surpreendente, até em desvios rápidos e repentinos de trajetória. A direção é direta em seu manejo e o câmbio tem operação bastante precisa em todas as situações, avançando marchas e fazendo reduções com rapidez. O baixo centro de gravidade da carroceria baseada sobre a nova plataforma CMF-C/D também contribui para a boa dirigibilidade do sedã.

Segurança = 9,5

O Sentra Exclusive traz um pacote bastante abrangente em termos de itens de segurança e de assistência à condução, que é idêntico ao do modelo disponível na América do Norte. Vem com seis airbags, frenagem autônoma de emergência, alerta de tráfego cruzado traseiro, alerta de saída da faixa com assistente de permanência na pista, monitoramento de veículos em pontos cegos, fixações Isofix e Top Tether para cadeirinhas infantis, controles de tração e estabilidade, entre outros recursos. Os faróis de LED iluminam bem e a atuação dos freios (a disco ventilados nas quatro rodas) é muito boa, mesmo em situações de pânico.

Consumo de combustível = 8,75

As modificações feitas pela Nissan no conjunto mecânico e na aerodinâmica da carroceria, em comparação com a geração anterior do sedan, surtiram efeito - mas, na prática, o consumo médio do Sentra durante nossa avaliação foi um pouco mais alto do que a informação do Programa de Etiquetagem Veicular do Inmetro (11,0 km/l): o sedã registrou 10,0 km/l durante nossos percursos majoritariamente urbanos. Com o tanque de 47 litros, a autonomia na cidade gira em torno dos 470 quilômetros. 

Relação custo-benefício = 9,0

As duas versões do novo Nissan Sentra estão bem-escalonadas no mercado de sedans. O Advance é um modelo médio com preço similar ao de alguns compactos completos, como o Volkswagen Virtus Exclusive, e custa 1.700 reais a mais do que o Toyota Corolla GLi - mas vem de série com mais itens que são valorizados pelos consumidores, como banco do motorista com ajustes elétricos, ar-condicionado automático digital de duas zonas com aquecimento dos bancos dianteiros e assentos totalmente revestidos em couro preto. Já a versão Exclusive traz itens que não se vê em outros modelos deste segmento, como visão em 360 graus em torno do veículo, alerta de tráfego cruzado traseiro, partida remota do motor e sistema de som Bose, só para citar alguns exemplos.

O retorno do Sentra ao Brasil nesta nova geração é uma notícia muito boa para o público cativo dos sedãs médios - até porque este segmento veio perdendo alternativas com o passar dos anos no nosso mercado, como Renault Fluence, Peugeot 408, Hyundai Elantra e Mitsubishi Lancer. Algumas marcas investem em sedãs compactos cada vez mais completos, a exemplo de Honda City e Volkswagen Virtus, ou apostam fortemente nos mais lucrativos e populares SUVs, mas é fato que nem sempre estes carros atendem totalmente às exigências do público dos três-volumes de porte médio em termos de acabamento, espaço interno, desempenho e dirigibilidade. Com design magnético, materiais de qualidade na cabine, duas versões com preços competitivos, silêncio ao rodar, bons índices de consumo de combustível, ótima dirigibilidade e pacote interessante de equipamentos de série, o Sentra tem diversos atributos para acolher órfãos do Civic 2.0 e do Jetta 1.4 - e até mesmo para seduzir parte do público do Toyota Corolla. Vida longa ao segmento dos sedãs médios!

Nota Final = 9,3

As notas são atribuídas considerando a categoria do automóvel analisado, os atributos oferecidos pelos concorrentes (diretos ou por aproximação), além das expectativas entre o que o modelo promete e o que, de fato, oferece. Um mesmo carro avaliado duas vezes pode ter sua nota diminuída em uma avaliação posterior, caso não evolua para os níveis de exigência que se aprimoram continuamente no mercado automotivo. Frações de pontuação adotadas: x,0, x,25, x,5, x,75. Em caso de notas com valores fracionados na casa dos centésimos, os décimos da nota do resultado final são arredondados para cima. Critérios - Design = analisado o aspecto estético do automóvel, considerando-se as linhas e formas do veículo, bem como as proporções entre tamanho de rodas e o restante da carroceria, a presença de itens de estilo diferenciados, entre outros detalhes. Espaço interno = julgada a amplitude do espaço para passageiros (dianteiros e traseiros, de acordo com a capacidade declarada do carro), locais para acomodar objetos e bagagem. Conforto = considera o nível de comodidade transmitida pelo conjunto de suspensão e pela operação de transmissão, pedais, alavancas e outros mecanismos, bem como o nível de ruído e de vibrações dentro do automóvel, a posição de dirigir, a ergonomia interna e outras amenidades adicionais. Acabamento = analisada a atenção aos detalhes internos do veículo (encaixes de peças, qualidade dos materiais empregados e padronagens dos revestimentos). Equipamentos = analisam-se itens de série e opcionais disponíveis no automóvel avaliado. Aqui são considerados os equipamentos de conveniência. Instrumentos, Multimídia & Sistema de som = na análise do quadro de instrumentos, são julgados a facilidade de leitura e a disponibilidade de informações. O sistema multimídia do veículo é avaliado de acordo com os recursos disponíveis (espelhamento de tela de celulares, entradas para dispositivos, facilidade de operação do aparelho, visualização de câmeras, etc). Caso o veículo avaliado não possua um sistema multimídia mas disponha de rádio, este aparelho será analisado sob os mesmos critérios. Se o automóvel não dispuser de sistema de áudio, iremos considerar a presença de pré-disposição para som (fiação, antena e falantes). Desempenho = julgadas a aceleração do veículo, as retomadas de velocidade e a entrega de torque e de potência pelo automóvel. Dirigibilidade = são analisados o comportamento em curvas, a manobrabilidade do veículo (incluindo diâmetro de giro e número de voltas de batente a batente do volante) e o funcionamento da transmissão. Segurança = levam-se em conta a visibilidade pelos retrovisores e pela carroceria, a iluminação do veículo, os itens de proteção ativa e passiva, o desempenho nas frenagens (assim como a modulação do pedal do freio) e a presença e facilidade de operação dos assistentes de condução. Consumo de energia/combustível = energia/combustível gasto durante a avaliação e autonomia. Custo-benefício = avaliada a relação de vantagem entre o preço pago e o que o carro entrega.

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