Volkswagen celebra 30 anos do Gol GTi, primeiro nacional com injeção eletrônica


Uma dos destaques do Salão do Automóvel de 1988 estava no estande da Volkswagen e adicionava a letra “i” adicionada à já célebre sigla GT – representando a injeção eletrônica de combustível. Primeiro automóvel brasileiro a utilizar um sistema de controle de alimentação e ignição, o Gol GTi representou um marco histórico na indústria nacional.


A Volkswagen do Brasil já tinha em seu portfólio esportivos como o Gol GTS e o Passat GTS Pointer. O Gol GTi chegaria, primeiramente em edição limitada, para ocupar o topo dessa família esportiva. Seu lançamento ocorreu em janeiro de 1989.


No motor 2.0 quatro-cilindros, o carburador dava lugar ao sistema LE-Jetronic. Sua potência era de 120 cavalos a 5600 rpm, com torque de 18,4 kgfm a 3200 rpm. A velocidade máxima do Gol GTi era de 185 km/h, e o hatch acelerava de 0 a 100 km/h em 8,8 segundos.


O Gol GTi era inicialmente pintado unicamente na cor Azul Mônaco, perolizada. O esportivo tinha detalhes em preto fosco e aerofólio na cor da carroceria. Os para-choques e as faixas laterais eram na cor cinza prata, com filetes na cor Azul Cobalto. Na traseira, as lanternas eram escurecidas, e o suporte de placa trazia moldura em plástico preto. Completavam o visual os faróis de longo alcance e os de neblina, estes integrados ao para-choque dianteiro.


Internamente, o esportivo trazia revestimento de napa para volante e coifa da alavanca de câmbio. Os bancos esportivos, com apoios de cabeça vazado, traziam revestimento exclusivo, com linhas azuis na trama cinza. Os retrovisores tinham ajuste elétrico. O quadro de instrumentos trazia nova grafia e iluminação na cor vermelha.


O sistema LE-Jetronic do Gol GTi era do tipo múltiplo, com uma válvula injetora para cada cilindro. Havia duas bombas elétricas de combustível, que era enviado sob pressão para uma galeria de distribuição – desta, a gasolina era borrifada pelos injetores nos dutos de admissão de cada um dos quatro cilindros.

O sistema de ignição mapeado controlado por computador EZ-K era outra inovação do Gol GTi. Sensores eletrônicos mapeavam o motor para determinar o momento exato de disparar as centelhas para a ignição. Controlava ainda o avanço da ignição e era o responsável por evitar que o motor ultrapassasse o regime máximo de giro, de 6300 rpm.

Além das inovações computadorizadas, foram implementadas ao motor do Gol GTi várias mudanças mecânicas. Entre elas, tuchos hidráulicos (para reduzir ruídos e dispensar regulagens), novos pistões, filtro de ar de maior capacidade, coletor de admissão, bomba de óleo de maior vazão, injetores de óleo no bloco do motor para refrigerar os pistões e novo comando de válvulas (as de admissão passaram de 38 mm para 40 mm de diâmetro). A taxa de compressão subiu de 8,9:1 para 10:1 e o escapamento foi redesenhado. A caixa de câmbio também recebeu alterações. A Volkswagen adotou um esquema de assistência técnica com plantão de 24 horas, via telefone exclusivo.


O Gol GTi teve três gerações no Brasil – a partir da segunda, em 1994, a sigla passou a ser grafada em letras maiúsculas, GTI (como no Golf, passando a significar Gran Turismo International). Nessa geração, o motor 2.0 passou por grandes modificações, incluindo duplo comando de válvulas no cabeçote. A potência subiu para 141 cavalos, e o torque, para 17,8 kgfm. A velocidade máxima era de 206 km/h e a aceleração de 0 a 100 km/h ocorria em 8,8 segundos.


A terceira geração do GTI veio em 1999. O motor passou por novas modificações e a potência subiu para 145 cv, com 18,4 kgfm de torque. A aceleração de 0 a 100 baixou para 8,7 segundos, com velocidade máxima de 206 km/h. No entanto, o modelo já não trazia os diferenciais estéticos e de equipamentos de outrora, e foi tirado de linha nos idos do ano 2000.

Comentários